Sabem, na minha pós-graduação, fiz uma disciplina interessante: sobre teoria e metodologia literária. Vou poder compartilhar várias coisas com vocês, já que, como professora, vejo tudo isso mais na prática do que na teoria.
Quero começar a discussão de hoje com uma pergunta que gera polêmicas: O que é o texto?
Muitos vão dizer “Ah Giul, é tudo que eu posso ler”. Eu vou dizer SIM.
“é qualquer papel escrito” . Eu vou dizer também.
“é um desenho” vou dizer – Pode ser.
“é um filme” – Também
“é uma foto” – é….
“poxa vida! Então o fusca verde da minha vó é um texto?”
Calma lá criança! Calma lá!!! As coisas não são tão simples e não podemos chamar tudo de texto com essa facilidade.
Segundo o Aurélio (consultado no dia 27/12/2014 às 15:32) TEXTO é:
1 Conjunto das palavras de algum livro ou escrito.
2 Conjunto de palavras que se citam em apoio de opinião ou doutrina.
3 Citação.
4 Palavras bíblicas que formam o assunto do sermão.
Porém, após ler Mikhail Bakhtin, o sentido da palavra texto se conflui com o sentido da palavra discurso, o que segundo ele (com as minhas palavras) cumpre a função lingüística de transmitir uma mensagem dentro de um CONTEXTO.
Ou seja, tudo que transmite uma mensagem, uma idéia, possui um DISCURSO. Não somente os textos escritos.
Dessa maneira, todos os exemplos ali de cima estão sim dentro da palavra TEXTO, sendo que existem várias categorias para isso (texto imagético, texto escrito, texto fílmico…) e por aí vai.
Ah tá !!! O texto então é a produção, o DISCURSO (palavra que vai aparecer aqui de monte por favor guarde no coração) é a ideia que o torna possível de ser interpretada? EXATO!
Reza a lenda e grupos de estudos e discussões, que a partir disso pode-se INTERPRETAR qualquer coisa…
Existem sim trabalhos incríveis sobre interpretação de imagens e filmes por exemplo, com base na história ou na bíblia… Ao mesmo tempo que tem gente fazendo análise dos rótulos da Coca-cola ao longo dos anos (isso foi um exemplo, não tenho absolutamente nada contra ok?)…
Mas não vamos fazer angu desse fubá por enquanto, ok?
Beijinhos,
Giul