[Coluna] E o Hugo voltou, esse chapa de sempre…

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Fala Galera,

intervalinho de uma semana para digerir a novidade e poder trazer o material a seguir para vocês. Tempinho atrás trouxe uma discussão a respeito do prêmio Hugo em uma coluna curtinha, e um pouco confusa, escrita a base de remédios.  Hoje trago novidades a respeito e algumas informações a mais, assim como algumas boas indicações de leitura, assim mesmo, como sempre… rapidinho.

O prêmio Hugo se baseia no voto popular de pessoas que são apaixonadas pelo mundo da Ficção Científica e Fantasia.  Uma grande quantidade dessas pessoas se reúne em uma convenção anual, onde os prêmios são anunciados.  Uma tarifa é cobrada dos visitantes / associados para custear entre outras coisas a própria convenção.  Para esses associados  é enviado todo o material disponível para avaliação, com exceção dos romances, onde alguns são enviados e outros enviados em um excerto para avaliação.

Existem diversas maneiras de contribuir / se associar ao evento, sendo um deles a categoria apoiador.  Pessoas que não podem ir ao evento, que esse ano se dará no norte dos Estados Unidos, se inscrevem para votar / receber o pacote de publicações.  Paguei a taxa de 40 dólares para essa categoria.  Entendo que essa taxa não é de maneira nenhuma pelo “direito de votar”, mas para custear as publicações que se espera que você leia antes de escolher assim como pessoas que vão usufruir da convenção pagam mais a fim de custeá-la.  O prazo para enviar os votos se esgota em 31/Julho, esse ano.

Se alguém estiver curioso com relação aos romances que vieram, dei muita sorte por que vieram justamente os que eu mais queria ler. São eles “The Three Body Problem” de Cixin Liu, “The Dark Between the Stars” do Kevin J Anderson e “The Goblin Emperor” da Katherine Addison.  Já as obras “Skin Game” de Jim Butcher e “Ancillary Sword” da Ann Leckie foram enviados na forma de excertos.  Apesar de muito curioso com a obra da Leckie, estou atrasado e ainda não li a primeira parte – por isso meu desinteresse de certa forma.

Agora, vamos ao que interessa!

Mas essa coluna é de histórias curtas e para hoje queria apresentar os candidatos da categoria “Best Short Story“.  Comecei a leitura pelo, de certa forma mais difícil do ponto de vista de praticidade, “Totaled” de Kary English (publicado originalmente na Galaxy’s Edge Magazine).  Esse foi o único conto enviado que não estava em multiplataformas, mas apenas em PDF.  (Salvo pela tela grande do celular me entrego a leitura como sugiro no final da coluna original a respeito do prêmio Hugo).

O começo não impressiona: uns 10 ou 15% de avanço com clichês a respeito de acidentes de carro e então algo surpreendente, mais uma coisa surpreendente, e outra… ao fim da leitura eu estava juntando pedaços do meu cérebro espalhados pela sala, colados na parede… enfim um dos mais emocionantes contos que eu já li até agora.

Se o primeiro veio de maneira despretensiosa com seu PDF e clichês no início, o segundo – “A Single Samurai” de Steve Diamond – chega prometendo muito!  Apresentado em múltiplos formatos, o livro de contos ao qual ele pertence (The Baen Big Book of Monsters) vem na íntegra. Com os outros contos guardados para a interminável fila de livros a serem lidos, pulo direto para o conto que está concorrendo cheio de expectativa: adoro monstros gigantes, Tokusatsus, afins e nunca tinha lido nada do gênero e… água.  Para mim o gênero não funcionou tão bem no papel.  As melhores cenas eram as que o monstro não importava como os flashbacks contados pelo personagem principal.  Se o primeiro demora uns 10% para pegar, esse só pega fogo mesmo nos últimos 10%.  Bom, mas de certa forma entendo que caiu na armadilha das expectativas.

On a Spiritual Plain” de Lou Antonelli é interessante.  Boa ficção científica entregando o que se propõe, ainda traz algumas discussões interessantes sobre bom… – acho que não poderia dizer sem uma trilha de haters gritando “spoiler!” – com foices e ancinhos nas mãos (eu sei que essa imagem é do Frankenstein, mas já está em domínio público então rola a bola, segue o jogo).

Quando eu já começava a achar que a primeira história tinha sido um ponto fora da curva, sensacional enquanto as outras foram só muito boas, eis que de novo alguém precisa juntar os meus pedaços pelo chão.  Em uma história de rivalizar Asimov em seus momentos mais brilhantes de robôs (para mim, para mim / guarda essa arma fã nervoso) temos “Turncoat” de Steve Rzasa.

Recuperando o fôlego de uma semana de leitura intensa fechei com o que, na minha opinião, é o mais fraco dos cinco.  O autor John C Wright, que está competindo em várias categorias e com várias obras, incluindo uma edição específica coletando todas as suas obras concorrentes.  “The Parliament of Beasts and Birds”  (publicado originalmente em “The Book of Feasts & Seasons”) tem um andamento lento se baseando em diálogos sem ritmo e quase sem ação. Com uma impressão de fábula, trazendo animais falantes na melhor tradição do gênero, mais do que fantasia, traz uma discussão que, se inicialmente parece uma boa ideia, não me pareceu bem desenvolvido.  O finzinho melhora um pouco, mas já era tarde para apagar a má impressão.

Importante notar que de todos esses, apenas “A Single Samurai” não estava na lista dos Rabid Puppies.  Nesse instante ainda estou dividido entre “Totaled” e “Turncoat”, com tendência para um deles mas ainda podendo mudar.  Vamos ver como isso amadurece com o tempo e as próximas leituras.

Alguém mais por aí lendo esse material?  O que vocês estão achando?

Abraços rapidinhos depois de muitas letras, palavras e textos…

E aquele abraço especial para o Hugo que tem passado por tanta coisa ultimamente.

Rodrigo Fernandes

PS: Será que ainda rola uma terceira parte desse post com Novelas e Noveletas (que cabem no tema)?  Será que comento algo dos romances, que já sairiam um pouco fora?