[Resenha] O Rei de Amarelo do Robert W. Chambers

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O Rei de Amarelo é um livro de contos de terror e fantasia, publicado originalmente em 1895. É tido hoje como um dos expoentes do gênero, uma vez que influenciou e ainda influencia muitos escritos do ramo.

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 Todas as histórias presentes em O Rei de Amarelo foram escritas despretensiosamente por Robert W. Chambers, um pintor americano que vivia na França e que tinha a literatura como hobby. Influenciado pelo horror de Ambrose Bierce e por Oscar Wilde, o autor foi também fortemente influenciado pelo decadentismo Francês, movimento que também influenciou seu “mestre” Oscar Wilde.

Os contos são interligados — pelo menos os 6 primeiros, que envolvem o sobrenatural — pela mesma obra macabra, uma peça intitulava “O Rei de Amarelo”, que uma vez lida jamais dará paz ao desafortunado, levando-lhe à loucura. O conto que abre o livro, “O Reparador de Reputações” é um dos melhores exemplos disso.

Já os quatro últimos contos são de viés mais realista. Ficções românticas que se ambientam também em Paris e como os seus contos predecessores, muitas vezes protagonizados por pintores.

A maioria das pessoas com quem conversei dizia que o livro era melhor nos contos sobrenaturais e fatigante quando se tratava desses últimos, os mais românticos. Eu adorei o livro por completo. Tirando a parte dos poemas nonsense, eu gostei de todos os contos de horror, destaque para o “O Reparador de Reputações”, “A Máscara” e “O Emblema Amarelo”, o ápice do livro, como também gostei bastante — tratando dos contos realista — dos dois últimos contos do livro.

Palmas para a introdução feita por Carlos Orsi, como também pelos seus comentários maravilhosos e pela maravilhosa edição da Editora Intrínseca. Recomendo fortemente a leitura de O Rei de Amarelo para todos aqueles que são apaixonados pelo horror assim como eu, e ainda vou mais além, indicando que leiam seus “frutos”: Stephen King, Neil Gaiman e principalmente H.P Lovecraft…

Por que amarelo?

No século XIX a cor amarela era tida como a cor da podridão, da loucura e da decadência, pelos estudiosos. Perceba: Amarelo é a cor que ficam os doentes. Não era à toa que o decadentismo, que teve seu ápice com o livro “Às Avessas” de J-K Huysmans a tinha como símbolo. E mesmo a maior revista literária londrina da época, chamava-se O Livro Amarelo. Assim como os livros dos autores decadentes que vinham da frança com capas amarelas. Oscar Wilde, criador da obra-prima “O Retrato de Dorian Gray”, adepto do esteticismo, que por sua vez tinha raízes no decadentismo francês, foi um que também aderiu à “onda amarela” — para tomarmos como exemplo —, uma vez que o livro que corrompeu o jovem Dorian fora um livro de capa amarela.

“Seu olhar caiu sobre o livro amarelo que Lorde Henry lhe enviara. O que seria isso, perguntou-se (…) após alguns minutos, estava absorto. Era o livro mais estranho que já havia lido. Parecia que, em vestes refinadas, e ao som delicado de flautas, os pecados do mundo desfilavam, em silêncio, diante dele. Coisas com que havia sonhado de modo vago tornavam-se reais para ele. Coisas que jamais imaginara eram-lhe reveladas.” – O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde

Há quem diga que esse misterioso livro de capa amarela era o próprio livro “Às Avessas”.

NOTA:
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Nome: O Rei de Amarelo
Título Original: The King in Yellow
Autor: Robert W. Chambers
Tradutor: Edmundo Barreiros
Edição:

Editora:
Intrínseca
ISBN: 9788580575132
Ano: 2014
Páginas: 256
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