Cal Stephanides é um homem na casa dos quarenta anos vivendo e trabalhando em Berlim. Tem uma vida praticamente comum. O praticamente vem por causa dos relacionamentos. Cal tem medo e receio deles. Isso porque ele nem sempre foi Cal. Até os quatorze anos ele era Calíope, uma menina. Cal é um hermafrodita.
Não sabia o que esperar de Middlesex. A história de um hermafrodita que foi criado como menina, mas na adolescência percebeu que era um menino? O que pode vir disso? E agora posso responder: uma excelente história.
Cal é quem nos narra sua história. E ele volta no tempo dos seus avós para explicar a mutação no seu gene. Seus avós gregos que fogem da invasão turca e vão para Detroid. Lá vivem na casa de uma prima. Nos é narrada tanta a história de seus ancestrais, como a história de Detroid, como a Lei Seca (e como seu avô, Esquerdinha, acabou participando do contrabando de bebidas), a Ford Motors, a depressão de 1929… esses e outros fatos históricos enriquecem o livro. Além, claro, da cultura grega com seus costumes e superstições.
Desdêmona, a avó de Cal (uma das minhas personagens favoritas) engravida junto com sua prima. Ela, tem um menino, a prima, uma menina. Esses dois se casam. Têm um filho e sonhando em ter uma filha, Tessie engravida novamente. Desdêmona usando seu costume de colocar uma colher de prata sobre a barriga da gestante para adivinhar o sexo prevê um menino. Só que erra pela primeira vez. Nasce então Calíope Stephanides.
Tendo um médico velho e despreparado como médico da família, nada de anormal se percebe em Callie no seu nascimento. Apesar de existirem dicas sobre isso durante toda a sua infância, nada se percebe até a adolescência, onde ela não menstrua, não desenvolve os seios e além disso sente atração por meninas.
“… socialmente, sou um homem. Uso o banheiro dos homens. Nunca os mictórios, sempre os reservados. No vestiário da academia que frequento, até tomo banho, mas discretamente. (…) Passei mais da metade da minha vida como um homem e, a essa altura, tudo já se tornou natural.” – Pág. 51
Vemos a descoberta de Callie de que ela não é uma menina e sim um menino. Não é Callie e sim Cal. E de repente tudo faz sentido. Ela parte em busca de si mesma, para então formar uma nova identidade, agora, como um homem.
Middlesex conta com quase 600 páginas mas devorei completamente. É impossível largar e não querer saber o que acontece em seguida na história de Cal. O livro conta com diversas reviravoltas e apesar de ser enorme, queria que não acabasse. Queria saber mais.
Recomendadíssimo. Não deixe de ler essa incrível história que trás uma nova visão da diferença entre gêneros.
NOTA:
Ficou interessado(a)? Então compre o livro:
Autor: Jeffrey Eugenides
Origem: Estrangeira
Título original: Middlesex
Edição: 1ª
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2014
Páginas: 576
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