[Resenha] Memória de Minhas Putas Tristes do Gabriel García Márquez

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Sinopse:

 “No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com sorriso maligno, você vai ver.”

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Gabriel García Márquez estava há dez anos sem escrever romances, antes de lançar este Memória de Minhas Putas Tristes. Lançado em 2004 (2005 aqui no Brasil), o título pode chegar a impressionar, no entanto é bem diferente do que o leitor desavisado possa imaginar. Memória de Minhas Putas Tristes é um livro sobre a velhice, e por que não sobre o amor?

Temos então um protagonista sem nome, cronista falido e nonagenário, que se permite mais uma loucura na vida: o sexo tempestuoso com uma jovem virgem. Durante todo o romance somos introduzidos na vida desse ancião, que de velho tem apenas a idade e nada mais. O protagonista a todo instante (mesmo aos seus 90 anos) levanta os pontos positivos da sua vida, como as vantagens de ser velho, tanto que não conseguimos imaginá-lo se não de outra forma: jovem. Foi uma alma jovem e livre durante toda a sua vida e não é diferente no auge dos seus noventa anos. O protagonista não-nomeado nos mostra que a nossa idade é aquela que sentimos, e não aquela que dizem que nós temos.

O protagonista é um homem solitário, mas nem por isso é totalmente infeliz. Levou uma vida regrada a sexo e aos prazeres mundanos, no entanto isso tudo muda de figura quando o mesmo se vê incapaz de fazer sexo com Delgadina, a moça de 14 anos que seria seu “presente de aniversário”.

Inspirado em “A Casa das Belas Adormecidas”, do Prêmio Nobel japonês Yasunari Kawabata, temos então um velho que se apaixona por uma garota adormecida e vice-versa.

Começa então uma história de amor não convencional, onde o protagonista descobre o que é dormir com uma mulher sem a necessidade de sexo e isso é o suficiente para mudar toda a sua cabeça, o seu modo de vida e de avaliar sua própria história e atitude – um homem que aos noventa anos, se reinventa por causa do amor.

Considerações finais

O primeiro romance que li do latino Gabriel García Márquez e que me fisgou de imediato. Confesso que comecei a leitura um pouco desconfiado, nem tanto por causa do título, mais pela situação de um nonagenário e uma garota de quatorze anos; no entanto já perto do fim do livro eu me via torcendo pelos dois quase que com os olhos marejados. Li o livro todo numa noite só, simplesmente por que quando comecei não conseguia mais parar. Um livro leve, de capítulos longos, porém muito bem escrito e de fácil compreensão. Indico fortemente a leitura.

NOTA:

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Nome: Memória de Minhas Putas Tristes
Autor: Gabriel García Márquez
Origem: Estrangeira
Título original: Memoria de mis putas tristes
Edição:
Editora:
Record
ISBN: 9788501072658
Ano: 2005
Páginas: 127
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