[Resenha] A Máquina de Contar História – Maurício Gomyde

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Quando vi que a Ed. Novo Conceito lançou A máquina de contar histórias, me peguei impressionada pela arte da capa, e pela sinopse que me despertou o interesse de ler algo sobre o autor Maurício Gomyde, do qual eu já tinha ouvido falar nas redes sociais. 

Tive a felicidade de ganhar um exemplar [autografado] do autor. Em poucos dias recebi meu livro em casa e passei a frente de outras leituras, por se tratar de um livro curtinho, com menos de 200 páginas… 

O resultado disso é que estou surpresa em como uma história contada de forma tão simples e espontânea me cativou desde as primeiras linhas…

10654088_870782692932577_2118077706_nEdição: 1
Editora: Novas Páginas
ISBN: 9788581635040
Ano: 2014
Páginas: 192

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Na noite em que o escritor best-seller Vinícius Becker lançou A Máquina de Contar Histórias , o novo romance e livro mais aguardado do ano, sua esposa Viviana faleceu sozinha num quarto de hospital. Odiado em casa por tantas ausências para cuidar da carreira literária, ele vê o chão se abrir sob seus pés. Sem o grande amor da sua vida, sem o carinho das fi lhas, sem amigos… O lugar pelo qual ele tanto lutou revela-se aquele em que nunca desejou estar.

Vinícius teve o mundo nas mãos, e agora, sozinho, precisa se reinventar para reconquistar o amor das filhas e seu espaço no coração da família V. Uma história emocionante, cheia de significados entrelaçados pela literatura, mostrando que o amor de um pai, por mais dura que seja a situação, nunca morre nem se perde.

Vinícius é um autor bem-sucedido, que de tanto entregar-se ao seu trabalho, não é um marido e pai presente na vida da família V. A sua esposa, Viviana, sofre de uma câncer e acaba morrendo quando Vinícius estava em uma festa de lançamento do seu novo livro. A ausência dele em vários momentos importantes para a família e ainda mais a morte da mulher sem o marido por perto despertam o ódio de Valentina, sua filha de 16 anos, que ficou ao lado da mãe durante todo o período de tratamento contra a doença… 

Sentindo-se perdido, Vinícius tenta recuperar o tempo perdido que passou longe da mulher e filhas e enfrenta o desprezo de sua filha mais velha, então resolve fazer uma viagem com ela e Vida, a ‘fadinha’ de apenas quatro anos. Depois de muita resistência por parte de Valentina, ele finalmente consegue convencê-la a embarcar nessa viagem, e durante essas ‘férias tiradas fora de hora’, Vinícius passa a conhecer de verdade suas filhas…

Os personagens são bem construídos, a história poderia acontecer com qualquer um de nós e é possível nos identificarmos com alguns dos personagens. A relação que Vinícius tem com a filha mais velha é terrível, ela não confia no homem que ‘abandonou a família por causa de seu próprio egoísmo e carreira’, e a única base que ela tinha na vida, que era a mãe, se foi… Vida ainda é muito pequena e não compreende o que está acontecendo com sua irmã e pai, e está empolgada com os lugares que conhece na Europa… 

“Agora, o fruto do amor contido na chave que muitos anos antes ele e Viviana haviam jogado no rio voltava na forma de duas filhas e um pai tentando reconquistá-las.” 

Um fato importante é que a viagem e os locais escolhidos tem um propósito que só fui descobrir no final do livro, e me emocionei bastante com essa parte, pois o autor conseguiu ligar os pontos de forma a não deixar o leitor perceber que entrava numa ‘armadilha’ *risos* Me surpreendi demais. A capa do livro tem forte ligação com esses acontecimentos mas não vou contar, pois desejo que vocês tenham a mesma sensação que tive quando li… 

Vinícius escrevia de forma metódica e os leitores adoravam seus romances, achando que ele mesmo vivia todos aqueles sentimentos escritos por ele. Na verdade, ele desconhecia as emoções que passava para o papel, pois vivia absorto em técnicas de escrita, sem entregar-se de forma verdadeira ao seu talento… Com a descoberta das pequenas coisas da vida que podem ser maravilhosas, ele percebe o quão frio era, e muda sua maneira de escrever, de se relacionar com as pessoas. Com as filhas, ele aprende finalmente o sentido da palavra viver. 

A diagramação do livro é um show a parte. A capa, que traz elementos fundamentais à história [e que só com o final da história descobrimos o porquê], os capítulos trazem desenhos de ‘plays’ de música e letras embaralhadas. A escrita de Gomyde é deliciosa, faz a leitura fluir muito bem…

Com cinco livros publicados, A máquina de contar histórias é o primeiro lançado pelo selo Novas Páginas, da Ed. Novo Conceito. Espero ter o privilégio de conhecer os demais livros do autor e que ele lance muitos outros, pois ganhou uma fã de seu trabalho… 

NOTA

Nota: 4 e meio Selos Cabulosos
Nota: 4 e meio Selos Cabulosos

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