Sempre tive curiosidade de ler Enigmas de Londres. Lembro que quando ele saiu, fez grande alarde, principalmente por causa da frase que vem na capa: “O que aconteceria se Harry Potter crescesse e se unisse ao CSI?” Muitas pessoas se decepcionaram, e com razão, porque esse livro não tem nada a ver com Harry Potter.
O personagem principal é Peter Grant um jovem policial em Londres que não é muito bom no que faz porque é muito distraído. Ele está com sua colega Lesley (que ele deseja que seja mais que uma colega) guardando a cena de um crime: um homem foi decapitado. Tudo já foi feito e catalogado, eles não são tão importantes para estarem na unidade de Homicídios e estão ali somente para encontrarem possíveis suspeitos ou testemunhas.
Ele encontra essa segunda opção. Digo ele porque só Peter o vê enquanto Lesley vai pegar um café: é um fantasma.
— Pode provar que está morto? – perguntei.
— Como queira, oficial – disse Nicholas, e avançou para a luz.
Ele era transparente, do modo como hologramas em filmes são transparentes (…)
Certo, pensei, só porque você enlouqueceu não significa que deva deixar de agir como policial.
— Pode me contar o que viu?
Ele conta a Peter tudo o que aconteceu em detalhes, mas não sabe identificar os suspeitos. Claro que quando conta a Lesley sobre o ocorrido ela simplesmente pensa que é mais uma das suas distrações.
— E o que eu sou?
— Distraído facilmente, até demais.
— Não sou.
— Véspera de Ano-novo, Trafalgar Square, multidão, um bando de punheteiros mijando na fonte, lembra disso? – perguntou Lesley – Os carros chegam, os punheteiros reagem, e o que você estava fazendo?
— Eu saí por apenas dois segundos.
— Você estava verificando o que estava escrito no traseiro do leão.
No dia seguinte ele volta a cena do crime pensando em encontrar o fantasma novamente, mas é abordado por outro policial. Quando pergunta a ele o que está fazendo ali ele resolve dizer a verdade e diz que está procurando um fantasma. Acontece que o policial é o oficial Nightingale que faz parte de uma unidade secreta que investiga casos relacionados com magia e sobrenatural, resumindo, ele é um mago. Peter é recrutado e além de ter que aprender a ser um mago aprendiz tem que resolver vários assassinatos que tem relação com aquele do homem decapitado. Parece que tudo é causado por um espírito vingativo que têm a habilidade de tomar a mente das pessoas.
Acho que já deu pra ver pelas partes que coloquei que é um livro com bastante humor, sarcasmo e ironia. Isso de certa forma me lembrou Neil Gaiman com Lugar Nenhum e fiquei me perguntando se todo autor britânico é sarcástico (tem o Guia também… Se alguém leu outra obra britânica me avise). Isso também do personagem principal ser meio inútil (não que Peter seja) e descobrir uma “nova Londres” debaixo dos panos contribuiu para a comparação.
Porém o livro é de certa forma… enfadonho. Eu sinceramente fiquei perdida em várias coisas e não posso te dizer com certeza como os crimes são solucionados e nem quem é o culpado. O autor cria todo um ambiente novo, com rios de Londres que na verdade são mulheres, por exemplo, mas acho que a viagem foi muita viagem na minha opinião. É uma trilogia e eu não tenho o mínimo interesse de ler os próximos volumes. Porém, li o livro todo. O que me segurou mesmo foi o humor e fora as partes que eu lia com a testa enrugada, o livro conseguiu me levar até o fim, a narração de Aaronovitch flui bem.
Uma coisa que achei interessante foi que Peter é negro e que colocar um protagonista negro pode parecer simples e fácil, mas pode não ser também. Ele é descendente de africanos que tem certos costumes e isso é narrado e vez ou outra aparece no livro. Fiquei pensando que eu não seria capaz de colocar um personagem negro e trabalhá-lo bem. Porque sim, os personagens são legais nesse livro.
Durante a leitura não pude deixar de pensar que daria um bom filme. Essas coisas que não entendi e fora as diversas descrições de pontos de Londres poderiam se dar muito bem na telona. Quem sabe não aconteça…
Bom, depois do que apontei, o livro fica com três selos cabulosos.
NOTA:
Ficha Técnica:
Editora: Fantasy
Autor: Ben Aaronovitch
Origem: Estrangeira
Título original: Rivers of London
Ano: 2012
Número de páginas: 368
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