Inícios de relacionamentos sempre rendem probabilidades atraentes e novas mentalidades. Cada romance possui sua própria personalidade, afinal. Não existem pessoas genéricas. É, portanto, sempre temeroso tentar julgá-los. As incertezas imperam muito mais. Conversava com minha nova companheira esses dias e tocamos em assuntos tão indesejados para um casal moço: a solidão. Como éramos, somos e o que esperamos. Desde o princípio não nos movemos por etapas sociais convencionais. Nosso primeiro encontro foi virtual, pois sentíamos medo de entregar nossos corações um ao outro. Não sei vocês, mas sempre acho terrível a sensação de começar a se oferecer para outra pessoa. A retribuição é desconhecida. Ela me perguntou sobre minha depressão. Disse que era visível. Não gosto de falar sobre ela, surpreendentemente. Sinto que, caso apenas a descrevesse na escrita, ela seria alheia ao meu mundo “real”. Por isso me dôo tantos às palavras, menos às pessoas. Mas ambas são complementares. Na fase de novas experiências pessoais, a escrita sempre é a melhor amiga.
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Da série “poemas no bosque”:
Tormento
Procurei seu rosto,
noite dessas.
A melancolia da madrugada,
trouxe-me a melancolia da vida.
Como és bela!
Ambas:
a primeira,
traz-me a poesia;
a segunda,
esta,
descansa na eternidade das palavras.
Seu rosto me trouxe à vida.
Mas,
assim como ela,
ele não me pertence.
por AKL
