[Resenha] O Começo de Tudo – Robyn Schneider

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o-comeco-de-tudo.jpg.1000x1353_q85_cropEdição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581633930
Ano: 2014
Páginas: 288
Tradutor: Shirley Gomes

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O garoto de ouro Ezra Faulkner acredita que todo mundo tem uma tragédia esperando ali na esquina – um encontro fatal depois do qual tudo o que realmente importa vai acontecer. Sua tragédia particular esperou até que ele estivesse preparado para perder tudo de uma vez: em uma noite espetacular, um motorista imprudente acabou com a perna de Ezra, com sua carreira no esporte e com sua vida social.

Depois que perdeu o favoritismo ao posto de rei do baile, Ezra agora almoça na mesa dos losers, onde conhece Cassidy Thorpe. Cassidy é diferente de qualquer pessoa que Ezra tenha encontrado antes – melancólica e com uma inteligência mordaz.

Juntos, Ezra e Cassidy descobrem flash mobs, tesouros enterrados e um poodle que talvez seja a reencarnação do Grande Gatsby. À medida que Ezra mergulha nos novos estudos, nas novas amizades e no novo amor, aprende que algumas pessoas, assim como os livros, são difíceis de interpretar. Agora, ele precisa considerar: se uma tragédia já o atingiu, o que poderá acontecer se houver mais infortúnios?

O Começo de Tudo é um livro poético, inteligente e de cortar o coração sobre a dificuldade de ser o que as pessoas esperam, e sobre começos que podem nascer de finais trágicos.

Olá querido leitor. Quando descobri que editora Novo Conceito ia trazer para o Brasil um dos melhores YA Books de 2013, fiquei bastante animada, pois a sinopse me interessou e o livro estava bem cotado na blogosfera gringa. Além de ter tudo que gosto em um bom livro, um protagonista masculino, sim adoro livro com protagonista homens, propensão de uma história de superação e um leve romance. Não tinha como as coisas desandarem neste livro. É não tinha, mas elas desaram e muito.

As vezes acho que uma tragédia vive à espreita de todo mundo.” pag. 05

O capitão do time de tenis, Ezra Faulkner sempre achou que se tudo estava indo bem, alguma coisa iria estragar a sua maré de sorte. Foi assim com seu melhor ex-amigo e um dia chegaria para ele. Faulkner não estava errado. Era o melhor do seu time de tenis, tinha a garota mais bonita da escola e provavelmente seria escolhido o rei do baile do seu colégio. Mas como a tragédia vive a espreita de todo mundo, sua tragédia particular esperou até que ele estivesse preparado para perder tudo de uma vez: em uma noite conturbada, um motorista imprudente acabou com a perna de Ezra, com sua carreira no esporte e com sua vida social.

Agora Faulkner não pode mais jogar tênis, é um inválido. Sua vida que estava no topo da montanha russa estava em queda livre, da mesa dos populares para a mesa do losers. Mas isso não surpreende Ezra, já que: “…a vida de qualquer pessoa tem um ponto trágico e único, depois do qual tudo o que é realmente importante vai acontecer…Mas conhecê-lo não leva a nada, pois o resultado é determinado por aquilo que vem depois”.

O mais estranho sobre o ouro é que ele pode embaçar rapidamente.”

O que é interessante neste personagem é que Ezra tem consciência dos altos e baixos da vida, já que antes do sétimo ano ele era apenas um nerd desconhecido que virou o centro das atenções por ser bom no tênis. Quando ele volta a estar por baixo ele não se surpreende, ele já esteve lá, mas o que realmente abala o personagem, e abalaria qualquer um, é o fato de não poder mais jogar e ser de agora em diante um deficiente físico.

Apesar da sensibilidade e do humor afiado, Ezra não me conquistou como está escrito na contracapa do livro: “as garotas…ficarão loucamente, profundamente, desesperadamente apaixonadas por Ezra Faulkner”. O personagem passou longe de fazer meu útero entrar em chamas. O personagem passou mais tempo me irritando no livro por ser passivo de mais do que me deixando alucinada. Principalmente pelo fato que Ezra realmente só evoluir nas últimas 20 páginas do livro, passando todo livro cometendo’ os erros que ele tinha consciência que não devia mais cometer. Ou seja, ele passa a maior parte do livro se omitido de ações que deveria ter e não teve.

Ela tinha gostinho de tesouro escondido e balanços e café. Tinha gostinho de fogos de artifício, de coisa que a gente podia apenas chegar perto, mas nunca ter.”

Já a Cassidy Thorper é a garota descolada que aparece para chamar a atenção do protagonista, ela é um clichê ambulante, Inteligente, melancólica e misteriosa. Uma garota “…que deixa uma trilha de corações partidos e não percebe ou não está nem ai.” Ao ler você percebe que a Cassidy está mais destruída que o próprio Ezra. É a tipica personagem que vive dando lição de moral em todo mundo mais seus conselhos não servem para ela. E por incrível que pareça é o úncia personagem que começa o livro e termina sem evoluir em nada, ou seja a montanha russa da vida de Cassidy continua em queda livre.

Um dos ponto negativos do livro foi esse fechamento que a autora deu para a Cassidy, não entendi o que ela quis com isso. Será que tem intenção de fazer um livro com ela? Se foi errou feio, pois Cassidy foi para mim uma personagem bem irritante e não tenho intenção de ler mais nada com essa personagem. Outro ponto foi a monotonia do enredo do livro. O início é bem interessante e me pegou em cheio, porém ao decorrer o livro vai ficando morno focando apenas no dia a dia do trio Cassidy, Ezra e Toby, o ex-amigo de Faulkiner. São páginas e páginas de torneios de debate, personagem comendo, dormindo, estudando, namorado, mentido, brigando…e só. Nada mais que o típico high school americano.

– A vida é trágica – ela disse, amarga. – Sabe como classificam as peças de Shakespeare, não? Se terminam com casamento é comédia. Se terminam com funeral, é tragédia. Então a gente está sempre vivendo tragédias, porque sempre existe algum fim, e não é com um maldito casamento.”

Apesar da narrativa da Robyn Schneider ser bem fluída e cheia de frases de impacto mostrando sua competência ao escrever, a autora peca em ter escrito uma história de quase trezentas páginas quando ela poderia ter escrito menos de cento e cinquenta páginas polpando o leitor de um miolo cansativo e ensosso. A montanha russa da capa não apenas demostra os altos e baixos da vida, como também da escrita da autora que possui seus pontos altos e baixos. É uma narrativa que começa boa, desanda e no final surpreende. Sim, o final me impressionou e surpreendeu quando eu não espera mais nada da história ou da narrativa da autora.

Enfim leitor, por todos esses pontos que citei, “O Começo de Tudo” vai levar apenas três selinhos cabulosos que apesar da boa tradução, diagramação e belíssima capa o livro não foi isso tudo. Mas recomendo como uma leitura despretensiosa e de fácil entendimento. 

Nota

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