[Resenha] O Jogo do Exterminador do Orson Scott Card

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“Ele era um soldado e, se alguém tivesse perguntado o que ele queria ser quando crescesse, não entenderia o que a pessoa queria dizer.” – Pag. 271

O livro se passa em um futuro distante onde a Terra foi atacada por seres alienígenas conhecidos como Abelhudos. O ataque foi quase fulminante e os humanos só venceram por causa de um comandante que estava no lugar certo e na hora certa. Então os humanos se preparam contra uma segunda invasão. Treinam crianças desde pequenas para se tornarem grandes comandantes como esse que venceu a guerra.

É com essa premissa que conhecemos Andrew Wiggin, mais conhecido como Ender. Não fica claro porque ele tem esse apelido. Na minha opinião pode ser porque a irmã o chamava dessa forma quando ele nasceu e por ela ser pequena ela falava Andrew de forma errada o que dava a entender “Ender”. Ou pode ser o fato dele ser um Terceiro. Ele é o terceiro filho de uma família, coisa incomum naquela época onde os casais só podem ter até dois filhos. Porém Ender é um caso especial. Depois de seus dois irmãos serem testados ele é a aposta para entrar na Escola de Combate.

O mundo criado por Orson não é muito detalhado no livro, o foco se dá mais em Ender e de vez em quando características da política são dadas quando envolvem o personagem. Fica claro a questão dos filhos serem limitados e que o Terceiro é tratado com preconceito por estar fora do comum, mas também são jogadas outras informações como o fato do casal poder escolher o sexo da criança e assim fica explícito que os filhos não são feitos pelo ato sexual, mas talvez por algum tipo de inseminação artificial. Me deu a entender também que o governo controla essas crianças e sabem quando elas serão inteligentes.

A aposta é correta e Ender entra para o treinamento aos seis anos de idade. A partir daqui vemos todo um aspecto psicológico em uma criança que é super dotada, isolada e treinada para ser um líder e comandar outras crianças. Na minha opinião é o que torna o livro excelente. O modo como Ender age às vezes pode ser dado como inverossímil, mas lembramos que ele é uma criança com uma inteligência acima da média. Fica claro que os pensamentos dele ainda tem aquela inocência, que ele ainda age como criança – vide a parte de provocações contra seu colega Bernard – mas às vezes nos impressionamos no quanto ele pode ser maduro.

O Jogo do Exterminador é um livro de ficção científica, mas qualquer um pode lê-lo. Eu leio muito pouco do gênero e normalmente quando pego um fico perdida com os termos técnicos, mas nesse livros eles são inexistentes. Os nomes usados são simples e de fácil entendimento. O aspecto famoso da ficção científica, aquele onde o autor prevê certas coisas da nossa realidade são presentes. Ender usa um equipamento chamado de “prancheta” e é o tablet de hoje. Seus irmãos usam uma rede para conversar, dar suas opiniões e influenciar pessoas o que é a internet e redes sociais.

Tudo isso torna O Jogo do Exterminador um livro excelente e que merece os prêmios que recebeu. É até estranho o fato do livro não ser muito famoso. Podem ser vários fatores, mas um que achei foi essa capa (acima) que lembra muito a série Vagalume e remete a memória de livros infanto-juvenis o que com certeza não é o caso.

O livro chamou mais a atenção nos últimos dias por causa da adaptação. Ainda não vi, mas só pelo trailer dá para perceber que pularam grande parte do treinamento e alguns aspectos psicológicos importantes na trama foram ignorados. Fica abaixo o trailer para quem ainda não viu e se viu, rever:

NOTA:

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Editora: Devir
Autor: Orson Scott Card
Origem: Estrangeira
Título original: Ender’s Game
Ano: 2006
Número de páginas: 380
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