[Devaneios] O Tomo da Felicidade

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Boa noite leitores famintos e vorazes, aqui quem digita é o Danton Brasil, o atrasado, e hoje eu tenho uma crítica especial.

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Mas veja, o que é felicidade? uma resposta apropriada seria dizer: depende de quem fala  e eu vou falar o que eu acho. Segundo o Tio Wikipédia, felicidade é isso: “A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior.” Resumindo em língua de gente: é a junção de um comportamento/atitude que gera prazer ou paz e a sua reação emocional imediata. Ser feliz é igual a tomar “Quentão” quando se esta muito frio (a propósito, recomendo demais. Ou vinho, também terá um efeito parecido). Quando você, transeunte pacífico, faz seu hobbie, lê, escreve, brinca com seu cachorro ou assiste um bom filme, você “libera”, ou destrava essa sensação, deixando uma “quentura” no estômago, que pulsa como um segundo coração, bombeando esse calor pelas suas veias. O leitor crítico deve agora estar imaginando o que cargas d’água esse post em particular tem a ver com livros, literatura ou e mundo deles, bem, serei sincero ao dizer que bem pouco. Este texto é uma mensagem em especial que dou a vocês, trabalhado o máximo na ausência de clichês possíveis.

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Eu tenho um bisavó. Ela tem seus 86 anos de idade e tem Alzheimer. O que eu sempre adorei nela, foi seu jeito autêntico e esforçado, sempre querendo saber como eu estava, mesmo não sendo o único bisneto que ela tem. Enfim, toda vez que vou visitá-la (não visito muito, perdão por isso) é como se a conhecesse do zero, e ela é do jeito que sempre foi, feliz por ver novas pessoas, conversa sobre tudo no mundo, mesmo que muita coisa já não faça mais sentido. Ás vezes, ela me toma por meu pai (há uma grande semelhança mesmo). Se eu for ao banheiro e voltar, temos que recomeçar a conversa do início. Eu recomeço, me apresento, e tento voltar ao assunto anterior, risos. Sempre entusiasmada, sempre querendo passear, ou conversar e perguntar como vão os estudos. Tem vezes que até fala do netinho criança que ela tem, o Danton, negando sempre que eu seja ele (isso me diverte muito). Enfim, você, pessoa que lê por detrás do seu monitor, e sabe levar sua vida do  jeito que dá pode claramente perceber que  a vida é muito curta: são necessárias muitas provas, testes, exigências. É como um grande jogo, que vai atingindo você aos poucos. Ser feliz é ser capaz de sobreviver a tudo isso, é ser capaz de conhecer, mesmo sem querer, a mesma pessoa todo dia e ser sempre simpático com ela. É aproveitar os pequenos prazeres e batalhar verdadeiras guerras campais pelos grandes. É se realizar em uma profissão, em um projeto e saber que no final do seu percurso a quentura no fundo do estômago estará presente, como um totem.

     Eu aprendi muito com minha bisavó e com todo mundo. Cada pessoa me passou algo diferente, principalmente as que eu conheço a mais tempo. Aprendi que mesmo que sua memória embaralhe, quem você é de verdade continua aqui, junto com a felicidade. Percebi que estar com uma pessoa é saber suas limitações e ser feliz o suficiente para conviver com elas em harmonia, enfim, devo tudo a esse sentimento, ou melhor: estou em busca dele e o encontro, todo dia, nem que seja um trisquinho. Acho que esse é o Tomo da Felicidade, o cerne da busca por ela. Esta é a mensagem que mostro a vocês. Pode ter ficado meio louca, ou mal-escrita, mas esse é o meu jeito mesmo, quem lê a coluna já sabe. Prometo mais críticas no futuro. =D. Programação normal a seguir, continuem nesse canal, não desliguem.