[Literatura&Contexto] Quando a literatura se torna geométrica

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Nas duas primeiras edições da coluna venho falando de como a literatura se insere em outras artes. Porém, hoje resolvi inverter a situação e mostrar que a literatura também é diretamente influenciada por criações de outras áreas.

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“Eu não pinto a natureza como ela é, mas como eu a vejo”

Com essa frase Pablo Picasso define bem uma das principais características do movimento artístico do qual foi um dos grandes representantes: o cubismo.

O cubismo é uma das Vanguardas Europeias do início do século XX e critica o desenho acadêmico ao sugerir uma nova forma de representação visual. O estilo trabalha com a construção de imagens por meio de formas geométricas, fazendo assim jogos visuais com o espectador.

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Além do espanhol autor da frase título do tópico, ainda se destacam entre os cubistas Paul Cézzane, Diego Rivera, entre outros.

Poesia em formas

É claro que um movimento tão forte quanto esse estenderia sua influência para além dos ateliês e museus. A Poesia Concreta é uma das grandes heranças da vanguarda de Picasso.

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Nos anos do século XX se destaca no Brasil o Movimento Concretista, impulsionado por Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos que aplicam os contextos dos cubistas em sua literatura.

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A base da poesia concreta é a organização visual do texto e sua disposição gráfica, logo a geometria que remete diretamente ao Cubismo. Como as imagens demonstram, o verso é eliminado como elemento necessário para a poesia, jogos sonoros são explorados, além da decomposição das palavras. Uma nova maneira de ver a poesia surgiu.

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Enfim

O Cubismo e a Poesia Concreta chocaram a sociedade em suas respectivas épocas. As duas manifestações representaram a quebra de um padrão na produção artística e descartam o academicismo. Ao permitirem diversas interpretações ambas cumprem, afinal, a real função da arte.

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