[Devaneios] O hábito de ler em ônibus

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Olá você, quê está lendo por prazer, por me acompanhar ou por ter errado o link que queria ver, eu sou o (@dantonbrasil) e lhes trago uma experiência de vida.

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Estava eu, grande transeunte passageiro do CDU/Várzea, ônibus lendário daqui de Recife, e admito que adquiri o recente hábito de ler enquanto viajo através de milhas intermináveis e paisagens desérticas. E fui ler logo o quê? Claro, óbvio, DOUGLAS ADAMS, mais precisamente “Até Mais, e Obrigado pelos Peixes”  livro número quatro. O que eu quero comentar não é isso, (tá, era isso sim, em parte. Isso é uma crítica, estou abrindo meu coração) é que, não sei se por minha causa ou não, comecei a ver muitas pessoas lendo nos ônibus. Tirando os contras , que são: o balanço sensual de terremoto 10,5 Richter, que algumas vezes impede você de reconhecer as letras, (ou as pessoas, já que se trata do CDU/Várzea), o tamanho das malditas cadeiras que, para mim, são terrivelmente pequenas, e nem sou muito grande (1,90) e as pessoas.

Por inacreditável que pareça  (não diga), o transporte público está entupido, superlotado, encharcado de pessoas, a qualquer hora do dia, e ficar em pé espremido entre duas ou trinta passageiros é algo muito possível, além do fato de que cada solavanco é uma concussão/galo novo na testa. Tirando tudo isso, eu até aconselho a leitura nos ônibus, isso é, se alguns tópicos forem levados em conta: esteja sentado, pelo menos com as duas pernas no vão destinado a elas, se você é abençoado com esse dom. Pra mim, pelo menos uma das  pernas fica fora do banco. Outra coisa: deem preferencia a livros pequenos, ou de versões de bolso, excluindo logicamente as versões de bolso de As crônicas de gelo e fogo, que são bíblias de tão extensas.

CDU/Várzea
CDU/Várzea

O hábito de ouvir músicas nos fones de ouvido pode ser complementado a esse, como eu faço, me isolando daquele Moleque Zika espertinho que quer foçá-lo a ouvir funk ostentação, por cima do seu cadáver e tudo. Recomendo, com letras garrafais e amigáveis, que a vossa senhoria adquira os livros do mestre da toalha, Douglas Noel Adams. E que se por um acaso da vida, universo e tudo o mais, nos encontrarmos num CDU aleatório, eu esteja lendo e você também. A viagem passa mais rápido, isso eu garanto. Não por estarmos juntos, isso é irrelevante. Eu sei que: li o capítulo 22, do livro quatro, e gargalhei, alto estridente e desafinado, assustando pessoas comuns e senti vontade de pedir desculpas, mas estava tão bem humorado que nem isso fiz. Passei o resto do dia feliz. Não que tenha a ver com ler no ônibus, o que tem em parte. Sei que nesse dia também tomei vitamina de açaí na esquina do curso. Boa Tarde/Manhã/Noite, Danton Brasil (se por acaso você ver esse nome por ai, em algum lugar, tenha certeza de que sou eu).