O Caso Jessica Goldem – Capítulo 1

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Quarto nº 14

detetive-destaque

por Diego Allerrandro

A noite estava apenas começando, e o detetive criminal John M. Caker acabava de chegar a mais uma cena de crime. Um hotel de quinta no centro da cidade, o local já estava isolado e a equipe fornece estava tirando fotos e coletando amostras. Um dos flashes ofuscou sua visão o fazendo abaixar a cabeça meio que por reflexo, o ambiente tinha um mau cheiro que era uma mistura de mofo, urina, álcool e cigarro. O quarto de nº14 situado no primeiro andar do n° 132 da Cross Street. O hotel de nome The Road era um lugar já conhecido por abrigar viciados de todos os tipos, cafetões e mulheres de vida fácil. Porem o crime não condizia com o histórico do local, o corpo nu de uma jovem deitada de bruços com um dos braços para fora da cama. O lançou branco tingido de vermelho pelo sangue proveniente de um corte na altura do pescoço fazia contraste com a pintura creme chapiscada de mofo das paredes. As cortinas de uma única e pequena aberta janela na lateral do quarto balançaram com o vento, com ele também veio o som de um metrô suspenso que começou a passar perto de mais. Fazendo a estrutura do pequeno prédio de quatro andares tremer.

– Mac “Macgradem Smith”, o que temos aqui hoje? –– Mac que trabalhava como criminalista na policia. Ele era um cara corpulento com um rosto de poucos amigos, o que não fazia jus a sua personalidade.

– Parece ser assassinato! Encontramos bebidas, drogas e também algumas pontas de cigarros soltas por ai, porem pelo estado desse chão não da para dizer se tem qualquer relação com o caso. Antes que pergunte a morte ocorreu a cerca de 3 horas atrás.

– Perguntaram ao porteiro se a moça subiu sozinha?

– Lógico! Ele respondeu que a moça estava sozinha, só achando estranho quando ligou para avisar que tinha terminado o tempo da estadia, como ela não atendeu ao telefone ele abriu a porta e encontrou o corpo.

– Ele falou sobre ter visto alguém fora do comum?

– Nada! A única coisa que ele falou com relação a isso foi que muitas pessoas diferentes passam todos os dias por aqui e é difícil guardar uma fisionomia em particular.

– Não pensei que teríamos alguma informação dele mesmo, ele não deve querer se envolver muito! O que podemos fazer é tentar achar alguma pista aqui mesmo. –– John olhou para um dos cantos do quarto quando algo chamou sua atenção, ele tirou um lenço do bolso e apanhou um botão do chão, chamou um dos criminalistas entregou o botão a ele colocando em um saco de evidências, quando viu passando pela porta Rachel Xan Lin sua parceira.

– Rachel você acabou de pegar os testemunhos? Perguntou John.

– Sim demorou mais do que esperava, até porque fiquei sozinha, quando procurei você já não estava me ajudando mais, contudo não tive nada de conclusivo. Todos dizem que não viram ou ouviram nada, sabemos que ninguém daqui é muito confiável.

– Pena, uma testemunha viria bem a calhar em uma hora como essa.

– Mac Já sabemos a identidade da vítima?

– Sim! –– Respondeu Mac. –– Mas ainda esperamos a confirmação das digitais porem apesar de não acharmos documentos no local. Ela e bem conhecida. Seu nome é Jessica Goldem filha mais nova do empresário Tomas Goldem.

– Jessica Goldem!? –– Interrompe John com um olhar de surpresa estampado em seu rosto.

– Como vinha falando. –– Mac segue ignorando a repentina surpresa de John. –– Não temos muitas pistas, não achamos roupas ou qualquer tipo de documento, as unhas dela foram limpas e o quarto não mostra traços de digitais, alem de não termos a arma do crime. Achamos ser uma faca ou algo cortante analisando o corte no pescoço, porem só uma autopsia para termos resultados mais conclusivos. Há sinais de sexo, entretanto não encontramos sêmen no corpo da vitima, apesar de termos bastantes amostras no quarto pelo próprio uso do local, não da para saber se tem realmente relação com o caso. Tirando a Metanfetamina e a vodka não temos absolutamente nada.

– Obrigada Mac como sempre você é o melhor, ficaremos aguardando a sua ligação com novas informações. Vamos John temos mais trabalho a fazer! –– Com uma pequena tapa nas costas, ela desperta John de seu transe gerado pela surpresa da vítima ser a filha casula dos Goldem. –– O que foi? Porque a surpresa? Todo mundo tem algo que esconde dos outros ela provavelmente não é exceção.

– Sei muito bem! Tratamos com esse tipo de caso o tempo todo e você não precisa me lembrar.

– Desculpe cara, só queria te animar depois de ter travado lá atrás.

Os dois finalmente saíram do prédio e John acendeu um cigarro que acabara de tirar do bolso. As luzes das viaturas se misturava a iluminação da rua e dos carros que passavam no local o som da cidade foi abafado pelo barulho do metrô que passava novamente, havia vapor saindo dos bueiros apesar do calor do final de verão o frescor da noite podia ser sentido facilmente.

John encostou-se a um poste de iluminação que ficava a uns vinte metros da entrada do hotel na esquina da Cross Street com a St. Lotes boulevard uma das principais avenidas da cidade de Steelter. Steelter era uma cidade com pouco mais de dois milhão de habitantes, que cresceu impulsionada pela siderurgia e extração de minério de ferro. A cidade já tinha vivido tempos melhores, mas ainda era um bom lugar para viver.

A visão daquele homem alto de 30 anos iluminado pela luz fosca do poste faz Rachel se lembrar do porque de ter uma queda por ele no começo da parceria. John tinha cabelos e olhos castanhos, seu cabelo levemente ondulado combinava com os traços fortes do seu rosto e a barba por fazer só reforçava isso. Ele era bonito, bonito demais para um policial. O terno cinza escuro que ele vestia escondia um belo corpo. Corpo esse que Rachel tivera o prazer de ver com John usando apenas uma cueca samba canção! Em uma visita surpresa ao seu apartamento. Um pequeno Kitnet um pouco afastado do centro a leste da cidade.

Por outro lado Rachel era uma mulher de cabelos e olhos negros, seu cabelo era longo e liso caindo logo no final das omoplatas, não tinha uma altura tão expressiva quanto os 1,90m do parceiro, ela era filha de imigrantes chineses, apesar de seus 1,67m, ser um pouco alto para os padrões do seu povo, não era considerada alta em relação à população local. Tinha um corpo bem feminino e ótimas curvas encoberto pelo terno feminino negro e uma saia do mesmo material e cor do terno que ia ate abaixo do joelho. O material da saia era um pouco duro de mais, entretanto um corte na lateral esquerda da saia que subia ate metade da coxa facilitava o movimento, Seu rosto característico era um pouco redondo de mais para os padrões ocidentais. Em particular seu rosto era a parte mais evidente de suas descendências asiáticas. Tinha 28 anos dois a menos que seu parceiro. Há seis anos era policial, carreira que começou logo depois de terminar a faculdade de direito, mas só há três anos e meio virou detetive. Substituindo o antigo parceiro de John que morrera em uma investigação um ano antes de sua nomeação a detetive. Ela almeja ser comissária algum dia, mas por hora o cargo de detetive estava de bom tamanho.

Calmamente John soltou a fumaça que estava em seu peito aos olhos de Rachel foi mais um suspiro que uma baforada. Olhou para cima e novamente suspirou.

– Não quero esse caso Rachel vai ser trabalhoso demais. Jessica Goldem hein? Sua família influente demais!

– Não podemos fazer nada em relação a isso, fomos os primeiros a chegar, a prioridade é nossa.

– Sei disso, só não estou com vontade de assumir o caso. O pai dela foi o último prefeito. Ficará em cima de nós o tempo todo. Vou falar com o capitão para colocar o Ramones ou James nessa.

– Não acho que você goze de tamanho apresso do nosso capitão para fazer tal pedido. Sério John? Já estou começando a ficar preocupada nunca o vi tão desanimado com um caso antes.

– Não é nada, só que recentemente não estou querendo me estressar, com coisas do trabalho.

– Já vi tudo problemas com uma garota?

– Não é nada disso –– Retruca John.

– Ha ha há!!! Foi apenas uma brincadeira não precisa ficar tão nervoso. Agora vamos indo temos que informar ao capitão que estaremos neste caso. Se é que ele não já saiba?

– Deixei o carro esta na St. Lotes Boulevard. –– Os dois foram em direção ao carro, entraram e fecharam as portas. Então Rachel pergunta.

– Tem certeza que não que se abrir comigo?

– Não precisa, para falar a verdade não e nada. Agora coloca o cinto estamos saindo.

John apaga o cigarro e da à partida no carro que segui rumo ao norte pela St. Lotes Boulevard. Se escondendo entre a multidão de carros que preenche a avenida.