Existe um antigo ditado popular que diz que nem tapa e nem palavra dita podem ser retiradas, será? Na última quarta-feira (28), o site do Globo publicou uma entrevista com o autor/editor Raphael Draccon que falou que Rubem Fonseca não seria publicado hoje em dia e – outra de suas falas que causaram bastante polêmica – que os autores se quisessem ser publicados pelo Selo Fantasy – Casa da Palavra o qual ele é o editor-chefe, não poderia falar mal de outro autor nas redes sociais.
Muitos amigos vieram questionar a minha posição diante destas declarações e antes de escrever qualquer coisa, achei por bem ler a retratação do autor de Dragões de Éter em seu site pessoal. Lá Draccon, afirma que ama Rubem Fonseca e que a frase foi lançada fora de contexto. Quanto a isto, fica evidente para qualquer pessoa que lê a matéria com o mínimo de atençaõ que a fala do escritor se dirige a autores de fantasia, como ele mesmo justifica depois. Hoje é um consenso entre os escritores que no mundo das letras a exposição permite uma vendagem maior e garante vários futuros trabalhos não apenas para o autor, mas também para a editora que o publica.
Contudo, a maior polêmica, está na segunda declaração que expus mais a cima. Em seu site, Draccon reafirmou que a política da editora de vasculhar as redes sociais do possível candidato a procura de declarações sobre outros autores é uma prática usada para selecionar a quantidade de originais que eles recebem. Logo se conclui que se por acaso, o escrtor(a) que submeteu seus escritos para avaliação, escreveu algo negativo sobre outros escritores, então seu nome é descartado. Mesmo alegando que isto é um postura comum entre vários escritores, como um método para todos crescerem juntos, seria saudável para o mercado literário? Seria correto impor – frase de um amigo – uma “ditadura do silêncio” em busca de uma publicação?
Hoje possuímos um público leitor muito maior do que doutra – isto é algo que já disse nos cabulososcasts – e eu sou um dos principais incentivadores da leitura não importa qual livro ou autor, para mim, o importante é que as pessoas leiam, por isso compreendi que a relação que o autor de fantasia deve ter com seus fã hoje é muito diferente, mas fiquei um pouco reticente quanto a postura seletiva empregada pela equipe da Fantasy. Recentemente li um texto no qual mostrava que ele e sua esposa, a também escritora Carolina Munhoz, vão participar do primeiro reality show sobre casais de escritores no Brasil, e fica pergunta, será que o sucesso está subindo a cabeça do senhor Raphael Draccon?
O ditado é bem verdade, mesmo com a justificativa em seu site, ainda ficou aquela sensação de que devemos pensar sobre o que foi dito. Passo a palavra para vocês, por que eu só consegui concluir uma coisa disto tudo que a palavra assim que é proferida realmente não poderá ser devolvida, ela tem poder e ganha vida própria. Preciso observar com acuidade o que acontecerá com o mercado nacional. Ainda tenho muito o que pensar.