O “Sonho” da Democracia

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congresso-destaqueAcordei com o som irritante de meu despertador.

Levantei, fui logo para o banho. Demorei mais ou menos 10 minutos e vesti o uniforme calmamente.

Escolhi o pão menos torrado, e tomei um copo cheio de Nescau.

Meu pai já me esperava.

– Qual o destino? – pergunta uma voz eletrônica.

– Escola do meu filho, e tenho pressa – diz o pai.

– Calculando… 5 minutos para chegar.

– Ok. Me acorde quando chegarmos.

– Sim, senhor. Obrigado por utilizar o serviço da empresa de transporte Diupota.

Dormimos por 4 minutos, chegamos a minha escola com o trânsito vazio, como de praxe.

Cheguei no colégio cumprimentando todos meus amigos e sente-me na cadeira mais disputada da escola: Do lado do professor.

O professor chega anunciando:

– Bom dia, estão prontos para ouvir a história da “Revolução dos 20 Centavos”?

– Foi aquela causada pelo preço do pão? – pergunta Gabriel

– Não, essa foi a Francesa. Essa que falei a pouco foi a revolução que fez o nosso país como está.

– Como se deu essa revolução? – pergunto eu.

– Bom, a “Revolução dos 20 Centavos” começou por causa das tarifas de ônibus.

– Ônibus? Eles viviam no tempo das cavernas? – pergunta Suzane.

– Não, gente. O Brasil vivia em um tempo difícil, os impostos eram altíssimos, a mobilidade no trânsito era terrível e hospitais eram tão precários que não tinham condição de atender a população.

compromisso

– Não consigo nem imaginar – disse Caroline.

– É foram tempos difíceis. A indignação do povo veio atrasada, mas quando chegou as ruas, alguns atos de vandalismo tentaram denegrir a imagem desses manifestos. Porém, o povo conseguiu pacificamente os seus direitos, claro que acabou tendo gente ferida, mas foi absolutamente fantástico a união que o povo aderiu.

– Agora só falta dizer que viveram felizes para sempre também, professor – diz Rafael com um sorriso sarcástico.

– Não, mas o governo passou a investir em o que realmente precisava: Educação, saúde e transporte público. Antigamente se dava muito valor ao futebol.

– Futebol? – pergunta Lucas.

– Tempos antigos, Lucas – diz o professor repetindo – Tempos antigos…

by Henrique Di Giorgio