Saudações, leitores!
Meu nome é Elton Silva de Lima, mais conhecido como Elton SDL – assim podem me chamar. Sou escritor e poeta, autor do livro de
poesia “Mentalmorfose”, publicado em 2012 pela editora Multifoco. Também participei de algumas antologias, quais sejam: Antologia Rima Rara de Novos Poetas (Ed. Vivara, 2012), The King (antologia de contos de terror em homenagem ao célebre autor Stephen King, Ed. Multifoco, 2013) e O Mistério das Sombras (antologia de contos de terror em homenagem a Edgar Allan Poe, Ed. Multifoco, 2013). Em se tratando de escrita, como ficou evidenciado, atuo tanta na prosa quanto na poesia. Porém, caro leitor, a partir de hoje, com muita honra, prazer e alegria, estarei presente no Leitor Cabuloso em uma coluna quinzenal, junto a vocês, para falar sobre PO-E-SI-A!
Abordaremos os diferentes estilos da arte lírica, as distintas escolas literárias e seus contextos sócio históricos, bem como aspectos biográficos dos autores e as respectivas influências desses traços em seus escritos. Apresentaremos os autores clássicos e consagrados, mas também os novos e “desconhecidos”, dentre muitos, aqueles que surgiram na abundante safra virtual que vivenciamos. Também analisaremos obras completas ou poemas esparsos, sem pretensões de cunho acadêmico ou rigores de natureza didática (embora esses elementos possam aparecer, grosso modo), apenas com um olhar curioso, sincero e honesto voltado para a poesia.
Ah! Os verbos que coloquei na primeira pessoa do plural… vocês não leram errado, não! É isso, mesmo! NÓS iremos construir nossas postagens, uma vez que estabeleceremos um canal aberto de comunicação. Portanto, sugestões de poemas e poetas, obras, estilos e o que mais pintar na telha, basta entrar em contato, através dos comentários e, sempre que pertinente e possível, estarei acatando a sugestão de vocês.
E para início da nossa prosa, ou melhor, da nossa POESIA, nada mais adequado do que lançar ao ar uma questão: Afinal, o que é poesia?
De acordo com o dicionário Houaiss, o principal da língua portuguesa, poesia se trata de uma “composição em versos (livres e/ou providos de rima), geralmente com associações harmoniosas de palavras, ritmos e imagens.” Ora, embora esse conceito soe um tanto cartesiano, não é de todo inválido. Pois, de fato, a poesia apresenta em sua estrutura diversos recursos que lhe são característicos e consolidados no senso comum: rima, sonoridade, harmonia, etc. No entanto, é preciso tomar cuidado com a castração que podemos exercer na própria poesia ao limitá-la a uma única variável – se há algo que faz com que a poesia seja tão bela e profunda é justamente o fato de ser múltipla, itinerante das mistas aberturas que são e lhe aparecem. Ainda há uma predominância no “imaginário poético brasileiro”, por assim dizer, que alude a poesia como uma forma de arte burguesa, romântica, um conjunto belo de estrofes bem delineadas e suspiros ao entardecer, um aglomerado de versos sempre em forma de rimas, tiritando como sinos de uma catedral no domingo. Lamentavelmente, parece que o país parou no Romantismo, no máximo no Parnasianismo – o que não melhora nem um pouco a situação. Se assim quiser se colocar, de fato, a poesia assim aparecerá – porque ela pode, sobretudo, ela pode. Por poder, também poderá e irá aparecer não apenas sob esses modos, mas sob vários. E tem a capacidade de se manifestar no autor de uma ou de outra maneira. Tal habilidade é responsável por evocar no poeta diversas facetas textuais e contextuais, isto é: a multiplicidade do fazer poético é o que permite que um mesmo eu-lírico escreva sonetos bem estruturados, repletos de rimas, em dado momento e, em outra ocasião, componha versos brancos (sem rimas), sem divisão formal por estrofes. É aquilo que responde pela mudança de voz do poeta, o que faz com que ora cante os amores e as dores, ora cante a revolução e a indignação. Eis a magia da poesia: com ela, tudo é possível. E ao poeta, é dada a possibilidade de ser um Camões e/ou um Oswald de Andrade quando assim lhe aprouver. Por isso é importante, ao tratar de poesia, não nos ater em conceitos estabelecidos, de ordem categórica, dogmática, mas, antes, passear sobre eles e utilizá-los como acessórios na contemplação (pois “compreensão” seria muito pretensioso) da poesia. Afinal, as noções de sonoridade, harmonia e ritmo podem muito bem variar conforme as concepções de cada autor. Há diversas formas de fazer poesia e, consequentemente, há diversas poesias: dos doces solfejos musicais até as caóticas manifestações anárquicas, em forma e conteúdo.
Estamos tratando de arte e arte não é matemática. Não há como depreender uma verdade absoluta (objeto maior da busca filosófica e científica) sobre a poesia, assim como sobre todas as coisas, creio eu. Por mais que existam estudos literários diversos e até outras áreas do conhecimento, como a filosofia, que tenham empreendido uma busca categórica para definir a poesia, os discursos gerados serão sempre ditos por vozes exteriores à poesia. Quem está de posse da sua “verdade condicional”? Quem poderá dizer sua “essência”? Parece-me que, talvez nem o próprio poeta seja capaz de fazê-lo na sua condição de humilde servo da palavra. E embora muito se tenha tentado, sempre é outro o que fala e nunca a poesia quem abre a boca por si só, ditando a si mesma em sua autonomia inabalável e inatingível.
E, cá entre nós… de quê serviria dissecar a poesia, enxergar-lhe os nervos e os órgãos e matá-la? Para quê submetê-la ao julgo de nossa limitada razão, uma vez que a poesia se situa no campo do sensível, sensorial, animal, emocional… daquilo que não delega do racional? Ora, são delírios megalomaníacos de uma sociedade neo positivista que tudo almeja traduzir em número, planilha, dado empírico e laboratorial. É preciso retroceder, já que a evolução estancou a poesia nossa de cada dia, que existe em todas as coisas e para todas as coisas (falarei melhor sobre isso no próximo post). Sim, é preciso ouvir esse chamado para o retorno à imaginação, como diz o poeta Manoel de Barros:
“O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo.”
Afinal, como disse o mesmo Manoel:
“Poesia é voar fora da asa.”
Poetize!
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![[Coluna] Diga o seu nome Montagem com uma pelicula de filme na horizontal, mostrando dois frames, o da esquerda mostra um recorte do postêr do filme "Candyman" que mostra o personagem do título, um homem negro de costas com um casaco escuro e um ganho no lugar da mão e uma abelha pousada no gancho, e o título do filme em amarelo. No frame da direita está a capa do livro "Candyman" da Dark Side Books, onde mostra uma colméia de abelhas no fundo e em primeiro plano o nome do autor Clive Barker e o título do livro.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Candyman_Vitrine-Coluna-Filme-Livro-Site-696-390-ok-218x150.jpg)


