RESENHA: O Conde de Monte Cristo – Vol. I – Alexandre Dumas

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c1157Sinopse:

Com a morte do Capitão Leclère, o imediato do Pharaon, Edmond Dantès, graças a seu talento e perícia pode vir a si tornar o mais jovem capitão de um navio mercante. Em vésperas de se casar com a jovem catalã Mercedes, com os ventos a favor, Dantès não percebe que sua sorte desperta a inveja o contador do navio Danglars, do beberão Caderousse e do jovem catalão, apaixonado por Mercedes, Fernand. Os três serão capazes de uma trama tão diabólica que levarão Edmond ao cárcere no castelo de If por 13 anos. Através de uma fuga milagrosa, ele prepara sua vingança contra seus algozes.

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Análise da obra:

Existem livros que são desafios para nós. Você os olha da sua estante e pensa: “Será? Será que consigo terminar? Será que a história é interessante a ponto de possibilitar vencer todas estas páginas?” e assim foi a leitura de O Conde de Monte Cristo Volume I para mim, um livro extenso com 712 páginas, uma letra diminuta e o pior inimigo de um leitor: o prazo. Prazo este que extrapolei umas 4 vezes! Mesmo assim quando fechei o livo senti o sabor da vitória, pois venci o desafio.

Durante toda a leitura uma coisa se sobressaltou: o livro apesar de volumoso é dinâmico. Alexandre Dumas tem uma escrita fluída, diálogos inteligentes e uma narrativa empolgante. Quando Dantès aparece na história pode ter certeza que as páginas voarão. À medida que o personagem vai sendo construído devido às várias experiência que o cárcere lhe proporciona até sua fuga, você não apenas torcerá por ele, mas vai admirá-lo quanto ao caráter. Dantès é de longe um dos personagens mais carismáticos que já encontrei em minhas leituras. Um superman, mas não tão divino, não tão inalcançável. Contudo alguém a ser admirado, um exemplo a ser seguido.

Outro ponto interessante a comentar é que há um tema central em O Conde de Monte Cristo: a vingança. Edmond Dantès teve sua vida destruída por seus inimigos e ao assumir a alcunha de Conde de Monte Cristo, ele almeja se vingar, porém por que não assumir seu nome verdadeiro? E usar todo seu poder para aniquilá-los? Há uma cena na qual Dantès discorre sobre suas viagens e como ele viu diversas formas de punição para criminosos e concorda com a crueldade aplicada a tais castigos – seus convidados obviamente ficam assombrados diante da frieza do Conde; a vingança é uma forma de retaliação, alguém fez algo contra você e você deseja fazê-lo sentir-se como você se sentiu, contudo até que ponto ela compensa? Esta é pergunta que me levará ao segundo volume. Como Dumas pretende discorrer sobre este assunto? Será como a lei de Talião? Olho por olho, dente por dente? Já que Dantès passa longos anos sem saber o porquê de seu confinamento forçado e deseja aplicar aos seus malfeitores o mesmo castigo, ou seja, puni-los sem que estes saibam quem os pune. Estou curioso para ver como a obra vai lidar com estas questões.

Mas o livro não possui defeitos? Claro que sim! A belíssima biografia da minha edição – da editora Jorge Zahar – mostrou que Dumas escrevia e lançava os capítulos de O Conde de Monte Cristo em jornais, no formato de folhetins. Seus leitores deveriam enviar cartas pedindo mais e mais capítulos e talvez por causa disto, para alimentar o desejo de seus leitores, em dados momentos, o livro fica cansativo, principalmente quando Dantès sai do foco da história. Acho (isto é pura especulação que se o autor publicasse este romance hoje, o editor chegaria para ele e diria: “Dumas, sua história é simplesmente espetacular, mas vamos cortar alguns capítulos de deixar o livro mais enxuto, mais conciso”. Há duas passagens em específico – que não descreverei para evitar os spoilers, mas tenho certeza que quem leu se recordará e quem lerá quando se deparar com os capítulos lembrará desta resenha – no qual Dantès passa vários capítulos como coajuvante e a narrativa perde um ritmo muito grande. Mas assim que o personagem principal retoma seu papel tudo muda e as páginas antes enfadonhas torna-se rápidas e prazerosas.

É preciso falar um pouco sobre a edição da Jorge Zahar. Este livro me foi sugerido por um ouvinte e foi através desta indicação que comprei a edição de capa-dura, com várias notas de rodapé, e ilustrações da editora citada. O livro é belíssimo daqueles que enchem os olhos quando postos num estante; todo o acabamento, as ilustrações escolhidas dão uma vivacidade aos personagens, por dar concretude a momentos tão marcantes; as notas de rodapé são muito esclarecedoras e apontam a diversas obras intertextualmente atravessam O Conde de Monte Cristo, como elucidam situações históricas que hoje, para nós, soam tão distantes. Expondo um extenso trabalho de pesquisa feito pelos seus tradutores e é quase palpável o amor que ambos possuem a obra do Alexandre Dumas. Logo, se a história vista por aquela sinopse introdutória não é motivo suficiente para mergulhar nas páginas deste livro, esta edição da Jorge Zahar é a chave necessária para destravar qualquer preconceito.

AVALIAÇÃO:

4 selos cabulosos

Dados ao pontos negativos que apontei O Conde de Monte Cristo perde um selo cabuloso, a Priscilla Rúbia, colunista do site, e que também está lendo a obra, concordou comigo quanto as cenas citadas mais a cima. Mesmo assim, a obra me surpreendeu ao mostrar que um livro clássico pode sim ter uma narrativa aventuresca com personagens carismáticos e ainda trazendo à tona um tema intrigante como o é a vingança. Vou ler o próximo volume muito em breve e estou ansioso para ver como Edmond Dantès pretende vai executar seu plano.

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