Saudações, caros leitores! O entrevistado de hoje é o autor do romance “O Elixir de Vênus”. Vejam como foi esse bate-papo…
Olá, Raul! Como você está? Espero que bem, pois esse será um bate-papo bem informal, como uma conversa entre amigos, e espero que você aprecie. Vamos às perguntas ou gostaria de dizer algumas palavras iniciais?
Olá Ednelson, eu gostaria de iniciar dizendo que é um prazer estar aqui com você e com todos que frequentam seu blog.
1 – Com certeza a primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato de você ser médico e decidir lançar-se como escritor, como foi a decisão de dar esse passo?
Devo confessar que você não é o único a levantar esta questão, a maioria das pessoas imagina que médicos só escrevem artigos científicos ou livros sobre medicina, e ficam intrigadas quando descobrem que eu escrevo romances policiais. Entretanto muitos autores de ficção são médicos, inclusive existem alguns que deixaram de exercer a medicina para se dedicar totalmente á literatura, posso citar como exemplo Michael Crichton, autor de diversos best sellers, sendo que a maioria dos seus livros foram adaptados para o cinema, Jurrasic Park é sem dúvida o mais famoso; e entre os autores nacionais temos Ryoki Inoue, que por sinal é o autor com maior número de obras publicadas no mundo. Agora voltando à questão sobre como foi a minha decisão de me aventurar como escritor, na verdade eu sou um leitor voraz e cada vez que uma obra me cativava eu ficava imaginando como teria sido o processo criativo daquele autor. Como eu sempre gostei de criar estórias – fui um dos pioneiros em RPG na minha cidade – eu me lancei o desafio de tentar escrever um thriller policial que fosse capaz de despertar nos meus leitores o mesmo prazer que eu sentia ao ler os meus autores prediletos, e foi assim que nasceu meu primeiro livro, Projeto Afrodite.
2 – Com a sua rotina de pouquíssimo tempo livre, como a maioria dos médicos, gostaria de saber como foi o seu processo criativo.
Eu não posso dizer que tenha um processo criativo, a minha escrita é totalmente intuitiva. A partir da ideia inicial, que tive enquanto estava lendo um artigo sobre engenharia genética, eu criei o enredo em minha cabeça, e quando tinha um tempo livre, eu escrevia, independente de hora ou local; inclusive nessa época acabei comprando meu primeiro notebook para poder escrever em qualquer lugar e horário. Posso dizer que quando escrevo, na verdade eu estou apenas descrevendo as cenas tal qual eu as visualizo – minha imaginação é essencialmente visual – daí o fato de meus leitores comentarem que ao lerem minha obra se sentem como que assistindo a um filme. Então podemos dizer que, se existiu algum processo criativo, ele foi totalmente descritivo.
3 – O seu livro, segundo a sinopse, parece um tipo de “suspense médico” (mistério somado a uma pitada de conhecimento científico – seja apenas teoria ou não), você pode falar em como a sua carreira influenciou na trama?
Você captou bem o tipo de trama que eu desenvolvi. Só não tenho a pretensão de classifica-la como “suspense médico”, pois acho que esse rótulo é mais compatível com autores como Tess Geritsen (aliás, uma autora que aprecio muito – e mais um exemplo de colega que deixou a medicina para se dedicar à literatura), o meu livro está mais para um thriller policial em que os temas médico-científicos fornecem o embasamento necessário para tornar a história verossímil. Portanto eu tenho que admitir que a minha formação profissional influenciou muito na trama, chegando ao ponto, veja só, de alguns leitores me perguntaram se o livro não era baseado em fatos reais! É claro que a resposta sempre foi não, tudo o que acontece na trama é fruto da minha imaginação, mas para os leitores me parece que ficou aquela sensação de tudo o que acontece nas páginas do livro poderia estar ocorrendo na próxima esquina (risos).
4 – Como nasceu o seu amor pelas letras?
Eu posso dizer que foi um caso clássico de “amor à primeira vista”, na época eu devia ter pouco mais de 10 anos, mas me lembro como se fosse hoje do primeiro livro que pedi emprestado para um primo, Robinson Crusoé de Daniel Defoe, e de como “mergulhei de cabeça” naquela história. Depois disso eu passei a frequentar a biblioteca municipal de minha cidade, pois meus pais não tinham condições de comprar livros e eu mal acabava de ler um livro e já queria começar a ler outro. Já nessa época eu acabava “garimpando” todas as obras que de um determinado autor que me cativava e assim eu abei lendo tudo que consegui encontrar de Júlio Verne, Jorge Amado, Agatha Christie e muitos outros (se eu for citar todos, a lista vai ficar muito extensa, pois como já disse anteriormente, sou um leitor voraz – risos).
5 – Você pode nos falar um pouco sobre os seus próximos projetos literários, caso já possua algum em preparação?
Sim posso falar sobre meu próximo projeto, pois a história já esta pronta, entretanto ainda falta escrevê-la (risos). Lembra que eu falei que eu apenas vou colocando no papel a descrição das cenas que estão em minha cabeça, pois bem eu já estou fazendo isso sempre que sobra um tempo. E se você está curioso para saber um pouco da história, eu posso te dizer que Nelson e Carmem, os dois personagens principais de Elixir de Vênus vão encarar um novo e desafiador problema em que a impetuosidade dela acaba por envolvê-los.
6 – Quais conselhos você daria para quem pretende seguir a carreira de escritor? (mesmo que paralelamente à outra, assim como em seu caso)
O principal conselho que eu posso deixar para quem pretende ser escritor em um país como o nosso é que não se deve desistir nunca. Publicar um livro no Brasil exige muita perseverança e criatividade, isso desde que o autor não queira tomar o atalho mais rápido e oneroso da auto publicação, é claro.
7 – Como você avalia o feedback de “Elixir de Vênus”?
Eu estou muito contente com os comentários recebidos até aqui das pessoas que tiveram a oportunidade de ler o meu livro, é obvio que minha obra não irá agradar a todos os leitores (acho que nenhuma obra literária pode almejar essa unanimidade), mas estou otimista em relação à sua aceitação pelo público apreciador desse tipo de história. Faço esse tipo de afirmação baseado no fato de algumas opiniões serem suficientemente imparciais para me fazer crer que consegui atingir o meu objetivo, que era o de escrever uma história capaz de prender a atenção do leitor do começo ao fim mantendo-o na expectativa do que aconteceria em seguida.
8 – Qual foi o último livro que você leu e o que achou?
O último livro que li foi ADQS de Fabiana Cardoso, também um romance policial e achei ótimo, pois além de ser uma trama envolvente ela ambientou a trama em território brasileiro e existem personagens de diversas regiões do país e cada um deles retratado com seu jeito típico de se expressar, eu gostei muito disso, pois no meu livro eu também fiz questão que determinados personagens utilizassem o “dialeto” típico do interior do meu estado – o modo caipira de falar – em resumo eu recomendo que leiam ADQS, é muito bom. Atualmente estou “devorando” a coleção As Crônicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin (estou no segundo livro e gostando muito).
9 – Como sempre faço nas entrevistas que realizo, deixo espaço para você falar o que quiser agora…
Queria encerrar este bate-papo informal agradecendo a oportunidade que me foi dada de falar um pouco de mim e da minha obra e parabenizar não apenas este blog, mas todos os que vêm se esforçando para aumentar a visibilidade dos autores brasileiros. Atitudes como esta é que vão ajudar a diminuir o preconceito que existe em nossa sociedade contra os livros genuinamente nacionais, eu não tenho nada contra os livros estrangeiros, mas faço questão de frisar que também leio livros de autores brasileiros e que muitos deles são tão bons como qualquer best seller importado. E como autor nacional eu me orgulho muito de dizer que escrevo no Brasil, utilizando cenários e personagens do nosso cotidiano e com o objetivo de ser lido por um público bem brasileiro!
Agradeço pela atenção em conceder esta entrevista e lhe desejo muito sucesso! Abraços!
Onde encontrar o Raul no ciberespaço?
Primeiro capítulo: