Olá Ouvintes Leitores. Como vocês devem saber, sou uma apaixonada por distopias e quando vejo um livro novo nesta temática, não faço rodeios e vou logo comprado. Com “DIVERGENTE” da Veronica Roth e lançado pela editora Rocco não foi diferente, principalmente por está sendo bem falada lá fora e também em processo de filmagem para as telonas. Ou seja, garantia de uma boa leitura, correto?
ERRADO, redondamente ERRADO!
Edição: 1
Editora: Rocco
ISBN: 9788579801310
Ano: 2012
Páginas: 504
Tradutor: Lucas Peterson
SINOPSE:
Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é. E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.
Comecei a perceber que distopias que viram filmes, não são boas. Como assim Serena? Simples leitores. Para mim uma boa distopia precisa, ou melhor, necessita ser crítica. Sendo mais clara, necessita criticar a sociedade de hoje a partir de uma hipotética e distorcida sociedade futura. Se ela não traz isso, não tem sentido ter temática distópica. Vou dar um exemplo. A trilogia “FEIOS” do Scott Westerfel critica a futilidade da beleza, até o insosso “JOGOS VORAZES” da Susan Collins critica o consumismo dos reality shows e “DIVERGENTE” o que critica? NADA, absolutamente NADA. Uma simples história que se passa há anos à frente, mas que poderia facilmente se passar em um mundo fantástico que não faria muita diferença, pois não julga ou analisa a sociedade atual. Resumindo, aventura apenas por aventura, e esse não é o sentido, pelo menos para mim, de uma boa distopia.
Além disso, a narrativa da autora não ajuda, pois ela arrodeia de mais para chegar ao mesmo ponto. Você passa o livro inteiro, repito, inteiro apenas com a introdução da personagem em outra fação, a AUDACIA. O início do livro é até interessante quando a Veronica Roth apresenta seu mundo ditópico e fala das fações em que a sociedade foi divindade depois de uma grande guerra, dando a entender que vai fazer uma crítica a antiga fação conservadora e atrasada da Triss, a ABNEGAÇÃO que prega o altruísmo, mas isso não acontece e isso também não acontece com a AUDÁCIA uma fação para lá de distorcida cheia de endiabrados que vive de adrenalina, onde a personagem escolheu viver, e sem falar nas outras que não saem por menos como a FRANQUEZA que valoriza a honestidade, a AMIZADE, que fala por si e a ERUDIÇÃO que valoriza os estudos e é por incrível que parece, a fação mais criticada pela autora. Não posso deixar de citar a inegável semelhança das fações e seus lemas com as divisões de casas da escola de magia Hogwarts do Harry Potter.
Logo, não dá para entender o que escritora quer passar com a história, ela parece tão confusa quanto a sua personagem principal que passa a maior parte do tempo tentado se descobrir e também em saber se fez a escolha certa em sair de uma fação relativamente calma para uma completamente maluca, onde pular de trens em movimentos é o grande barato. Ainda mais que essa dúvida da Triss, cria enormes e tediosos monólogos. Claro que para mim ela fez a pior escolha do mundo e a Veronica não consegue provar ao leitor se ela realmente fez a escolha certa. Por isso, não conseguir ter um vínculo emotivo com a Triss que sofre maus bocados na AUDÀCIA, onde o fracasso gera a morte ou em um membro sem-facção que é quase a mesma coisa.
Volto a enfatizar que o sofrimento passado por ela foi escolha própria, ou seja, ela não foi forçada a ficar nesta facção, ela decidiu pela AUDÁCIA, não gerando nenhum tipo de solidariedade em mim em relação a tudo que ela passa. Confesso que o sentimento gerando foi o de indiferença e em alguns momentos, sentimentos maquiavélicos de gostar ver a personagem sofrendo, já que foi ela que escolheu estar na facção que possui um treinamento quase militar elevado ao nível “THIS IS SPARTA”!!!!!
É óbvio leitores que o livro não funcionou comigo, a historia, e muito menos seus personagens. No entanto, vale a pena você dar uma conferida, já que “DIVERGENTE” possui uma pontuação alta no skoob e pelas resenhas que estão saindo ele está, agradando a muitos leitores e quem sabe, pode agradar a você leitor, que não seja muito exigente e que quer ler apenas uma aventura num mundo distópico. Leia e quem sabe, ele pode funcionar com você. Infelizmente, ele não agradou a mim, pois não admito uma distopia sem nenhum tipo de reflexão e “DIVERGENTE” é uma delas.
NOTA: