RESENHA “QUANDO ELA SE FOI – DE QUE VALORES VOCÊ ABRIRIA MÃO PARA SALVAR ALGUÉM QUE AMA?” DE HARLAN COBEN

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Capa
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Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Origem: Americano
Ano: 2011
Edição: 1
Número de páginas: 256
Sinopse: Dez anos atrás, Myron Bolitar e Terese Collins fugiram juntos para uma ilha. Durante três semanas, eles se entregaram um ao outro sem pensar no amanhã. Depois disso, eles se reencontraram apenas uma vez, quando Terese ajudou Myron a salvar seu filho. E ela foi embora, sem deixar vestígios. Agora, no meio da madrugada, ela telefona: “Venha para Paris.”

Análise:

“Uma vez eliminado o impossível, o que sobra, por mais improvável que pareça, deve ser a verdade.”

—Sherlock Holmes.

Olá, caros leitore! Como está a leitura de vocês? Estão fazendo trilhas por lugares onde a magia parece respirar (fantasia)? Caminhos em que o silêncio é tão grande que até mesmo um esquilo ao quebrar um graveto gela sua espinha (suspense)? Resolveram entrar em uma casa onde mais do que sombras parecem habitar (terror)? Outra possibilidade é que vocês estejam deitados em um campo de rosas em que o vento lhes sussurra uma doce canção (romance)? Ainda vocês podem estar vivendo uma mistura de tudo isso! Isso que torna a literatura uma maravilha! Mas dando um rumo para os nossos pensamentos, vamos ao que interessa, vamos à resenha do livro “Quando Ela Se Foi – De que Valores Você Abriria Mão para Salvar Alguém que Ama?”.

O título do livro é um pouco grande realmente, mas cada parte dele faz um excelente retrato do enredo, como todos os títulos deveriam ser, sem soltar qualquer spoiler. A obra faz parte de uma saga que acompanha a vida de Myron Bolitar, um ex-agente do FBI que após a sua saída da agência começou a trabalhar agenciando atletas. Quando fiquei sabendo que a história narrada nesse livro faz parte de uma série tive receio em avançar na leitura, pois pensei que não iria conseguir compreender a história, além de tomar um baita spoiler de uma saga cujo início desconhecia. Entretanto, o livro consegue se fechar sobre si mesmo, um círculo perfeito no qual o leitor não ficará desorientando com eventos sem maiores explicações.

Nessa obra Harlan Coben segue uma linha de desenvolvimento diferente dos seus livros que já li, algo que me motivou a avançar ainda mais na leitura, pois, apesar da sua fórmula conseguir obter sucesso sempre, uma repetição no modo de conduzir a história pode afastar os leitores e transformar as melhores ideias em grandes fracassos de venda. Aqui o mistério não se centra em uma figura feminina, mas em um acontecimento no qual ela é evidentemente uma vítima.

Uma característica que se mantém da mesma forma que os demais livros do Harlan que já resenhei é o humor. Nessa obra o personagem que às vezes rouba a cena do protagonista é Win (Windsor Horne Lockwood III). Win é um amigo que Myron fez durante o tempo em que trabalhou no FBI. O amigo de Myron é um sujeito de modos refinados, um estilo que muito se assemelha com o do famoso agente inglês 007. Aviso que vocês não devem se enganar com a sua maneira requintada de se vestir e falar, pois do mesmo jeito em que ele possui uma etiqueta exemplar, conhece técnicas variadas para matar uma pessoa e possui contatos influentes em diversas camadas da sociedade.

O mistério se estabelece com a descoberta de um detalhe que inicialmente se mostra como um dado impossível de ser verdade, contudo somos surpreendidos com informações que a cada página se tornam mais complexas e formam um quadro macabro. Mais uma vez o Harlan conseguiu me surpreender com um desfecho impossível de prever. Algumas peças do quebra-cabeça ficam soltas até as últimas vinte páginas do livro, mas a obra termina bem traçada e não ficam pontas soltas. A resolução é de deixar os cabelos em pé!

O cenário em que a trama verdadeiramente começa (Paris) é descrita belamente e o modo “iluminado” e recheado de vida com que a cidade é transformada em palavras é o contraste perfeito para algo cercado de mistério, afinal como ressaltar a escuridão de uma coisa? Deixando uma luz parca no ambiente, eis a minha opinião.

O fato de o livro ser curto e possuir poucos personagens deixa a leitura uma experiência mais forte, pois não perdemos tempo com momentos desnecessários ao evoluir dos acontecimentos e cada incógnita com que nos encontramos se torna ainda mais forte, algo essencial para histórias de suspense. Harlan Coben se destaca e merece meus aplausos mais uma vez por optar em manter um estilo mais impactante e sem rodeios. Recomendo e dou quatro selos cabulosos! Boa leitura a todos e até outro momento.

NOTA: