Autor: Douglas Edwards
Editora: Novo Conceito
Origem: Americana
Ano: 2012
Edição: 1
Páginas: 480
Sinopse: Comparar o Google a um negócio comum é como comparar um foguete a um Edsel. No seu começo, o Google abraçou extremos — dias infindáveis abastecidos com comida farta e de graça, debates infindáveis baseados em dados, e jogos de hóquei de tirar sangue. Os líderes recém-formados da empresa procuravam mais do que velhos caminhos para o sucesso; eles queriam disponibilizar toda a informação do mundo para todos instantaneamente. O Google, como o Big Bang, era algo único, uma liberação explosiva de inteligência bruta e inigualável energia criativa, e enquanto outros descreveram o que o Google conquistou ninguém jamais explicou como era se sentir fazendo parte disso. Pelo menos até agora. Douglas Edwards, o funcionário numero 59, oferece uma primeira visão por dentro do que era ser um Googler. Experimente a mistura enervante de camaradagem e competitividade enquanto Larry Page e Sergey Brin, os jovens e idiossincráticos parceiros da empresa, criavam uma estrutura famosa pela sua não hierarquia, pela luta contra a sabedoria convencional, e a corrida para implementar uma miríade de novos recursos, enquanto, tranquilamente enterravam ideias passadas e produtos danificados. Estou Com Sorte captura pela primeira vez a cultura autoinventada da mais transformadora corporação do mundo e oferece um acesso único às emoções, particularmente as tensões, experimentadas por aqueles que construíram da noite para o dia uma das marcas mais conhecidas do mundo.
Skoob
Book Trailer:
Análise:
“Eficiência, frugalidade, integridade. Suponho que se pregarmos estas palavras em uma bandeira, a maioria dos Googlers prestariam continência […] esses três constituem o veio principal da mina de onde a empresa surgiu.”
—Pág. 15.
Saudações, leitores! A resenha de hoje será um pouco diferente das que costumo escrever, visto que não se trata de uma obra de ficção, portanto tentarei abandonar um pouco do tom “poético” que às vezes insiro nos comentários e vou me ater aos fatos em si, apesar de não deixar escondido o fato de que estas palavras são frutos de minha perspectiva, logo incentivo que todos leiam a obra, caso possam e assim for prazeroso, pois um debate saudável é construído com base no conhecimento daquilo a que se critica ou defende. Então, podemos prosseguir na resenha? Vamos ver o que achei deste livro.
A proposta do livro é retratar não somente a história do início do Google, que em princípio carregava ambições modestas, comparando ao que ele é hoje em dia, mas expor como era fazer parte deste projeto e os valores bases intelectuais que guiaram os primeiros passos. Realmente, para quem nutre a curiosidade em compreender o mundo atual, afinal as grandes corporações influenciam a maneira como a tecnologia evolui, logo moldam como o conhecimento é encarado coletivamente e como nos relacionamos, seja com o mundo (pessoas e qualquer fator externo) ou nós mesmos. As corporações não são o grande determinante nas relações introspectivas ou interpessoais, mas um dos dados que entram no cálculo.
A principal revolução causada pelo Google foi a maneira como o conhecimento passou a ser “manipulado”, no sentido de ser operado, e desenvolvido. A meta principal era disponibilizar todo o conhecimento do mundo para todos, quanto a isso tenho de dizer que é um mal, mas também é uma cura, pois disponibilizar tamanha ferramenta, quando não acompanhada de um suporte educacional que nos torne indivíduos críticos, só alimenta um conhecimento caótico, mas assim é a própria internet: um mar que se movimenta na velocidade da luz, onde cabe a cada um colher o que julga útil e dispensar o que for acúmulo desnecessário. No sentido benéfico, a contribuição do Google foi descentralizar o poder da informação, afinal temos ao alcance de um click várias fontes de uma mesma notícia e com isso podemos tentar descobrir mais detalhes do que o que a mídia nos expõe, mas sempre é preciso cautela nas pesquisas.
O que achei cativante nas primeiras páginas do livro foi a narração conduzida com um excelente bom humor do autor, sem abandonar a clareza nas informações, porém essa característica se dilui quanto mais avançamos nas páginas e o que antes era contado de forma atrativa, pois detalhes técnicos não é o que se espera de um livro que almeja descrever como era a sensação (emoção) de estar na ascensão do Google, fica um pouco “arrastado” e deixa a leitura, em alguns momentos, um pouco entediante. Acho que o livro se desviou um pouco do que era a sua meta e alonga-se além do essencial em aspectos técnicos.
O que achei mais interessante foi como a experiência do autor como funcionário da Google por alguns anos mudou a sua visão, não somente na esfera profissional, mas mais profundamente ainda nas questões sobre a vida. É realmente estimulante quando temos a oportunidade de vivermos experiências tão maravilhosas que ampliam a nossa consciência e deixam marcas tão cheias de vida que servem de combustível para o que há de melhor em nós. Pareceu-me, ao concluir a leitura, que Douglas Edwards queria, antes de tudo, falar de si, sobre como aquela fase de sua vida o tornou quem ele é hoje em dia, mas até que algumas informações sobre o Google são verdadeiramente interessantes, mas recomendo que os leitores se atenham mais aos trechos de tom pessoal, são eles que deixam a leitura um pouco melhor e, sinceramente, fizeram-me querer conhecer o final. Então, a minha nota para este livro será um selo cabuloso. Até breve e abraços!
NOTA:
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