RASCUNHO: O QUE OS PERSONAGENS NÃO SABEM

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Olá, ávidos leitores e escritores! ^^

Não sei vocês, mas eu, às vezes, tenho problemas em escrever cenas em que o personagem não sabe o que está acontecendo.

 

 

O personagem foi dormir em casa e acordou no meio de uma floresta, ou estava andando pela rua e é abordado por um desconhecido, ou encontrou algo estranho em um livro que acabou de comprar… enfim… são incontáveis possibilidades de coisas estranhas que podem acontecer com um personagem. E todas elas tem algo em comum: o personagem não sabe o que está acontecendo e você – autor – sabe.

Para descrever as cenas você tem que visualizá-las, inserir-se nelas, às vezes. Para escrever emoções e diálogos, você tem que se colocar no lugar dos personagens e imaginar o que eles diriam, o que fariam… Bem: e como fazer isso, como se colocar no lugar de um personagem que não faz a menor ideia do que está acontecendo, quando você sabe exatamente e precisamente TUDO da história?

Na maior parte das vezes, uma boa dose de imaginação e criatividade resolve o problema. Vai ficando mais fácil a medida que o personagem vai se fortalecendo na história e criando um pouco de vida própria.

Mas quando só imaginação não for suficiente, e você precisar de alguma técnica, vou compartilhar duas que funcionam pra mim:

1º – Eu sei que eu já devo ter dito isso em algum momento, mas cara… se você quer escrever você PRECISA conhecer seu personagem. Resuma a história de vida dele antes de começar a escrever. Às vezes, escrever alguns contos da história da vida do personagem, fora do contexto da história, ajuda a fortalecê-lo em sua mente. Faça todo e qualquer exercício que você puder para concretizar seu personagem. É complicado e desnecessário fazer isso com todos os personagens. Principalmente se a sua história envolver muita gente. Mas separe pelo menos os principais e trabalhe-os melhor.

2º Quando a imaginação por si só não resolve, o que eu gosto de fazer é pedir ajuda para algum amigo, ou alguém da família. Eu chamo a pessoa, explico para ela só os fatos que o personagem sabe, descrevo a cena “estranha”  e peço pra a pessoa me dizer como ela interpretaria a situação. Desse jeito, a minha “cobaia” vai estar quase que exatamente no mesmo lugar que o personagem. Ela não sabe o que está acontecendo, então sua interpretação dos eventos vão ser diferentes da minha – enquanto autora – que já estou sugestionada pelo fato de saber o que está acontecendo. Depois é só adaptar as informações que você coletar da sua querida cobaia para que ela se adeque as características do personagem. Por exemplo, se o personagem for medroso, ou ansioso… você precisa colocar algumas dessas características influenciando sua interpretação e decisões.

 

Então… está dada a dica. ^^

Beijos,

Ju