RESENHA: “UM MUNDO BRILHANTE” DA T. GREENWOOD + PROMOÇÃO

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Um Mundo Brilhante, capa
Um Mundo Brilhante, capa

SINOPSE:

Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar o jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz, Ben se convence de que ele foi vítima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que se tratou de um assassinato. Sem perceber, Ben inicia uma jornada que o leva a descobrir quem realmente é, e o que deseja da vida. Seu futuro, cuidadosamente traçado, torna-se incerto, pois ele passa a questionar tudo à sua volta, desde o emprego como professor de História, até o relacionamento com sua noiva. Quando a conheceu, Ben tinha ficado impressionado com seu otimismo e sua autoconfiança. Com o tempo, porém, ela apenas reforçava nele a sensação de solidão que o fazia relembrar sua infância problemática. Essa procura pelas respostas o deixará dividido entre a responsabilidade e a felicidade, entre seu futuro há muito planejado e as escolhas que podem libertá-lo da delicada teia de mentiras que ele construiu. Esta, enfim, é uma história fascinante sobre o que devemos às pessoas, o que devemos a nós mesmos e o preço das decisões que tomamos.

Diferente das resenhas anteriores, começarei dando a nota e explicando o porquê em seguida. Pensei em dar 2 (dois) Selinhos Cabulosos, pois os únicos aspectos positivos no livro seriam: a escrita da T. Greenwood e a edição da Novo Conceito; daquele mantenho minha nota, mas deste, ao término da leitura, senti necessidade de refutar. A capa do livro na qual aparece um homem caminhando na “Muralha da China” cercado por montanhas de neve não condiz com o enredo, muito menos o título Um Mundo Brilhante. Não existe brilho ou possibilidade de mudança como aponta o subtítulo “O que fazer quando o mundo em que você vive não é o lugar a que você pertence?”, já que o próprio livro não indica uma solução para esta pergunta.

Sobre a possibilidade de mudança, conversei com Serena antes de fazer a resenha e a fiz rir muito enquanto tentava explicar para ela o porquê de não gostar da leitura. Quando um personagem passa por uma jornada pessoal espera-se que passe por um processo de 180 graus, ou seja, que sai de um ponto x onde estava acomodado e estável e faça um percurso atingindo o ponto y que implica mudança e transformação. Chamamos isso de “ponto de virada”. Mas isto não ocorre no livro. Ben, o protagonista, dá um giro de 360 graus e no percurso aproveita para destruir e desestruturar a vida da esposa, Sara, da família da esposa e de Shadi e ao final volta para o mesmo ponto.

O pior de tudo é perceber que comecei gostando da leitura, não era nenhum triller policial como dissemos no Estante Cabulosa #004, mas o fato de Ben ficar interessado em descobrir o assassino de Ricky, irmão de Shadi, nos leva a crer momentaneamente que teremos um pouco de ação e aventura, porém o que vemos é a investigação acontecendo a revelia do próprio protagonista e no momento em que ele consegue dar algum passo a frente no caso o vemos destruindo as vidas das pessoas a sua volta.

Caro, Leitor Cabuloso, peço desculpas por confundi-lo. Imagino que até agora não esteja compreendendo o motivo das críticas.  Vou resumir, sem dar spoilers, a história de Um Mundo Brilhante, para que possa entender meus desafetos com este livro:

Ben encontra um índio morto em frente a sua casa e por este intermédio acaba conhecendo sua irmã Shadi, por quem se apaixona. O problema é que ele é casado com Sara com a qual vive um casamento de aparências. Sara não é uma vilã. Ela ama Ben, porém Ben não a ama mais e ambos passam a ter um relacionamento que se sustenta pela conveniência. Ben está com Sara e Sara está com Ben. Shadi e seu falecido irmão, portanto aparecem na história para provocar (é isso que achamos) uma virada na vida de Ben.

É a isto que se resume o livro.

Posso afirmar que Greenwood não revisou o livro. Simplesmente foi escrevendo, escrevendo e quando chegou ao final acho que ela olhou para o tinha escrito e pensou: “É! Acho que é um livro para se pensar…”. Mas infelizmente o livro está longe de ser uma obra que faz alguém refletir, pois seu final não é aberto e não fica encargo do leitor, longe disso! Somos jogados nas últimas páginas com um fato consumado nas mãos e simplesmente devemos aceitá-lo. Fora que a história se arrasta quase 300 páginas e o fim ocorre de forma muito abrupta. Até parece que a autora não suportava mais escrever e quis, de uma hora para outra, por um ponto-final.

T. greenwood, autora

Chego a metade desta resenha com uma frustração que nunca senti antes numa leitura. Até parece que li o livro errado! A capa não combina com o título, o título não combina com o subtítulo, o subtítulo não combina com a narração, a narração não combina com os personagem e os personagens não combinam com a trama. Na verdade, fico a me perguntar com que objetivo Greenwood publicou este livro… qual era a sua expectativa ao entregá-lo na mão de um editor? Ter mais um de seus livros nas prateleiras? E o que o editor americano pensou ao lançar o livro? Associar o nome da autora à vendas? A história é completamente vazia, sem propósito, com personagens apáticos e vivendo em processo de parasitismo.

Ninguém melhorou, ninguém evoluiu. Portanto, minha pergunta mais sincera é: para que Um Mundo Brilhante? Onde está o lugar desta obra no universo da literatura? Longe de querer finais “happy ends”, contudo a jornada do herói existe e precisa ser respeitada.

E sem Happy End, afirmo que a nota real será 1 Selinho Cabuloso, o motivo, como disse mais a cima é devido a escrita. Greenwood é talentosa e uma excelente escritora. Seu texto é saboroso e rápido de se ler, só assim seria possível produzir um livro tão problemático e, apesar dos pesares, fazer com que eu chegasse ao seu término sem dificuldades. Em várias noites, lia 3 ou 4 capítulos numa tacada só. Cada capítulo começa no momento certo e termina com aquele desejo de virar a página, mas é a narrativa que vai deixando o leitor frustrado a cada página.

O livro tem uma revisão impecável. Há pouquíssimo erros (eu pelo menos não me lembre de nenhum!). A composição dele e o trabalho para torná-lo um objeto belo de se ver numa estante é de se aplaudir de pé. A Novo Conceito nunca decepciona na confecção dos livros. E, por isso, não devemos responsabilizar a editora pelas críticas feitas ao livro. Em muitos casos, ela recebe um livro que é um fenômeno de vendas e precisa transformá-lo num produto atrativo para seu público consumidor e confesso que se estivesse numa estante de uma livraria, Um Mundo Brilhante é de encher os olhos e de deixar qualquer um interessado em adquiri-lo.

Logo, este será o primeiro livro da Novo Conceito que ganhará 1, e para o Leitor Cabuloso, essa nota significa Valeu Pela Leitura. Acho conveniente falar o que isso significa. Não considero que o site ou qualquer um que escreva nele tenha o direito de dizer que você não deve ler algum livro. Sei que outros sites/blogueiros o fazem, mas é importante que se diga que “gosto é uma coisa que não se discute”. Esta é a opinião do Lucien sobre o livro, não a sua. Você só saberá se concorda ou não comigo ao ler Um Mundo Brilhante também.

Se neste momento, você leu o texto e pensou em não comprar o livro, isto significa que está deturpando o objetivo central de uma resenha. Eu apenas quero mostrar as minhas impressões, mas não lhe dar uma opinião formada. Quem formará a sua opinião a respeito desta obra é você mesmo, caro Cabuloso!

E para mim, o que significa Valeu Pela Leitura? Significa que toda a leitura foi válida, porque ao conhecer a autora não vou ficar tão animado ao ver seu nome novamente e serei mais atencioso quando resolver apostar em um livro escrito por ela. Seja comprando ou vindo através de parceria, Greenwood representa cautela. E uma leitura despretensiosa. Ler sem muito esperar, pois a expectativa existia em Um Mundo Brilhante. Ou seja, posso voltar a lê-la? Claro! Mas não será com a avidez que li/lerei outros autores.

NOTA:

 

AVALIAÇÃO: VALEU PELA LEITURA!

TRECHOS QUE O LUCIEN GOSTOU:

Os olhos dele estavam fechados e cobertos com sangue coagulado, com hematomas escuros ao redor. O nariz estava torto, quebrado em um ângulo que seria impossível para a anatomia humana, e com dois filetes de sangue coagulado, sainda de cada uma das narinas e escorrendo até a boca.

Pág. 14

Na manhã seguinte, Ben acordou com o raiar do dia e se levanto da cama de Shadi, beijando suas costas nuas desde a base do pescoço até o cóccix. Puxou os lençóis e a cobriu , beijando-lhe o pescoço. Era torturante ter de se afastar dela, ter de ir para longe daquele santuário tranquilo.

Pág. 99

PROMOÇÃO

E o Leitor Cabuloso está com tudo! Duas promoções na mesma semana! Como assim? Você ainda não sabe da promoção Top Comentarista do mês de abril? Leia as regras no post que nós fizemos e concorra ao Kit de Para Sempre de Kim e Krickitt Carpender. Mas vamos deixar de jabar e passar a promoção atual.

Se você quer ganhar este maravilhoso Kit do livro Um Mundo Brilhante da Editora Novo Conceito basta seguir as tradicionais regras do site:

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A promoção vai de hoje (11/04) e termina dia 13/05.

Boa sorte a todos!