RESENHA: ‘A FANTÁSTICA LITERATURA QUEER’ (LIVRO LARANJA)

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Capa de A FANTÁSTICA LITERATURA QUEER (livro laranja)
Capa completa da FANTÁSTICA LITERATURA QUEER (livro laranja)

Olá Ouvintes-Leitores! Quando eu soube desta fantástica coleção de contos homoeróticos fiquei bastante ansiosa para ler, já que sempre fui uma eximia fã de fanfiction com a temática slash e yaoi. No entanto, digo de antemão que não sou uma entusiasta da linha contos. O meu ensino médio foi o causador desta não apreciação das estórias com poucas páginas. Principalmente nosso querido escritor realista Machado de Assis, onde fui obrigada a ler alguns contos com temáticas que não me interessavam e que acabavam me deixando com uma grande interrogação ao termino dele. Resumindo leitores, contos para mim sempre foi a representação de uma literatura curta que na maioria das vezes eu começava a ler sem entender nada e terminava do mesma jeito que comecei, sem compreender uma vírgula.

Capa de A FANTÁSTICA LITERATURA QUEER (livro laranja)

Edição: 1
Editora: Tarja Editorial
ISBN: 9788561541316
Ano: 2011
Páginas: 178

Diversidade: a palavra mágica. 15 Autores brasileiros unidos por um ideal comum: prestar uma homenagem fantástica ao amor entre iguais. Queers são eles, somos nós, somos todos – conjugado assim mesmo, no coletivo, pois nossas diferenças não importam realmente. E do mesmo modo como a vivência de gays, lésbicas e transexuais não cabe em um gueto, A Fantástica Literatura Queer não cabe em um rótulo.

É escancarada. Aceite o convite e embarque conosco em uma aventura caleidoscópica através de mitologias, distopias e ideologias; voe nas asas de 15 histórias de ficção científica, fantasia e terror que contemplam o amor e o prazer, desafiam preconceitos e proibições. A porta do armário foi derrubada, as cortinas estão para se abrir… Desfilarão por este palco anjos e demônios, deuses e fantasmas, feras da noite e criaturas sobrenaturais, guerreiros e meros mortais – gente como eu e você, partilhando as emoções de um espetáculo inédito para a literatura brasileira, cuja estrela principal é o Amor que só não ousa ficar calado.

Mas, a experiência com a “FANTÁSTICA LITERATURA QUEER” (LIVRO LARANJA), elaborado por Cristina Lasaitis e Rober Pinheiro, lançado pela Editora Tarja me deu uma nova visão da maneira de contar em poucas páginas uma estória. Por isso, irei analisar conto a conto dando a cada um sua respectiva nota.

O Primeiro que li deste livro foi o conto “EU ERA UM LOBO JUVENIL” do Rober Pinheiro, que não é realmente o primeiro que se começa a coletânea, ele é o último para falar a verdade, no entanto, não resisti quando me deparei com a temática lobisomem. Sim, leitores além de vampiros, lobos são minha segunda paixão literária! Por isso, começarei minha resenha por ele.

“EU ERA UM LOBO JUVENIL” gira em torno de vingança. No início da leitora somos apresentados a um lobisomem que está à caça do assassino do seu amante, Isaac. O conto é todo em primeira pessoa, talvez por isso, não sabemos o nome do lobo que acompanhamos, só sabemos que ele está a procura de alguém e que a cede por vingança é sua única guia.

O lobisomem é um personagem que traz ao leitor uma carga de sofrimento, ódio e vazio muito grande. Isso me fez ter uma identificação de pena ao personagem, principalmente por saber que independente de quem tenha tirado à vida do seu grande amor a vingança não faria o sofrimento ser menor. E é isto que o Rober tenta passar, independendo de toda a bandeira levantada sobre a homofobia e sobre o próprio machismo.

Além disso, o escritor Rober Pinheiro acrescenta em seu conto um pouco de como é a mitologia dos seus lobos. Logo vai levar cinco selinhos cabulosos por todas as emoções e belas mensagens transmitidas em tão poucas linhas.

NOTA:

Avaliação: LEITURA CABULOSA!!!

Agora sim, vamos começar pelo início. A “QUEDA” de Osíris Reis deve ter sido o conto que menos gostei, devo confessar. Talvez se eu tivesse iniciado com ele, provavelmente não estaria aqui fazendo esta resenha para vocês. Mas por quê? Ele relembra bem aquele tipo de conto que relatei no início desta resenha. Ou seja, comecei com uma grande interrogação na cabeça e terminei com uma maior ainda. É como se o conto não tivesse nem começo nem fim, apenas o meio de uma história. E é exatamente isto que senti ao ler este conto, como se ele fosse um capítulo de um uma grande saga que foi arrancada e colocada na fantástica literatura Queer.

O conto foi tão confuso para mim que pouco sei contar da história. A única coisa que conseguir captar das linhas escritas pelo Osíris Reis foi que há uma grande batalha entre dois reinos, onde os Grandes Pais, estão tentando invadir e exterminar a Realidade Mãe, e que dois guerreiros de raça não revelada pelo autor com grandes poderes mágicos estão tentando impedir que matem a sua rainha que está grávida. Será que acertei?

Ainda sim o não revelar que tipo de seres são estes que o Osiris Reis criou foi uma das coisas mais frustrantes. Em vários momentos da leitura fiquei me perguntando será que são elfos, anjos, fadas ou magos? Isto não fica claro no conto, como também não fica claro as grandes batalhas descritas pelo autor. Realmente foi uma leitura confusa.

Tão confusa que achei necessário, para entender melhor o conto, ler mais uma vez. Logo conclui que um conto que precisa ser lido novamente para ser entendido, não é um bom conto para mim.

Por isso, o conto “QUEDA” do Osiris Reais leva apenas um selinho cabuloso.

NOTA:

Avaliação: VALEU PELA LEITURA

Já o conto “A PRESENÇA” do Cláudio Parreira é bem leve e de leitura agradável, talvez para balancear com o primeiro conto. O escritor aborda de uma maneira bem romântica o tema fantasma. Sim, leitores fantasmas!!! Pois o personagem, sem nome também, começa a sentir uma presença em seu encalço. Com um casamento em ruinas ele começa a se interessar por este espírito masculino de outro mundo que parece também se interessar por ele.

A única coisa que não gostei desta história foi seu final. Confesso que não faria o que o personagem fez. Só em lembrar dá arrepios e quando terminei a leitura falei em alto e bom som: FICHE MARIA!

Vai levar quatro selinhos cabulosos!

NOTA:

Avaliação: FODA!!!

“SONHOS E REFÚGIOS” do Eric Novello foi um dos contos mais interessantes e descontraídos da “FANTÁSTICA LITERATURA QUEER”. E ainda por cima, aborda muito bem, um tema que sou bastante traumatizada, magos. Mas, o Eric realmente  leva com muito humor seu mago exorcista, que inicia a sua história dando uma palestra a outros bruxos, sobre a relação de magos com o mundo dos sonhos. Onde o próprio, teve um relacionamento proibido e bem conturbado com um ser dos sonhos, a chamada musa.

Com narrativa com toques de triller policial não me deixou desgrudar nenhum segunda das páginas da sua hitória. Vai levar com muitas sobras, cinco selinhos cabulosos!

NOTA:

Avaliação: LEITURA CABULOSA!!!

Agora sim, vou falar de um dos contos que mais me impressionaram e fascinaram na “FANTÁSTICA LITERATURA QUEER”, “A LISTA: LETRAS DA IGUALDADE” do Renato A. Azevedo. O que dizer sobre ele? Ou melhor, o que dizer sobre um conto homoerótico distópico? Nada mais que maravilhoso.

O autor aborda de uma maneira fascinante a descoberta de outras realidades, ou seja, de outros Brasis através de uma lista que circula na internet, onde a personagem Rafaela entrará em contato com realidades parecidas com a nosso e umas nem tanto assim.

Além disso, aborda um tema um tanto polêmico. Minorias. Até que ponto se deve dar tantos privilégios a esta classe? Devemos defender nossas minorias ou lutar por direito iguais, ou seja, a igualdade para todos? É leitores, um conto fascinante que por mim levaria dez selinhos cabulosos, mas como não existe esta pontuação vai levar a nota máxima, cinco selinhos com folga.

NOTA:

Avaliação: LEITURA CABULOSA!!!

Agora vamos entrar em um dos temas que mais gosto, anjos. E que não poderiam ficar de fora desta coletânea. E quem introduz ele é a escritora Cindy Dalfovo com “O BEIJO DE ALICE”. Apesar de ter a temática angelical é um dos contos para mim, mais bobinhos do livro. A história gira em torno de um anjo feminino, que se apaixona por uma humana que morre drasticamente em todos as suas encarnações fazendo a anja, esperar sempre a volta de sua alma para finalmente ter seu final feliz.

A narrativa deste conto é bem simples e possui tons poéticos, porém a história realmente não me conquistou, já que achei um conto bem previsível e sem surpresas. Leva, na minha humilde opinião, apenas dois selinhos cabulosos.

NOTA:

Avaliação: LEGAL!!!

E finalmente entra na coletânea Queer os mais badalados seres da atualidade literária. Sim leitões os nossos Vampiros  não poderiam ficar de fora deste contos homoeróticos, já que eles remetem para mim tanto este universo.

O conto “A PRIMERA VEZ DE SILVÂNIA” não decepciona e apresentando ao leitor uma vampira transexual, sim leitores, Silvânia começa a ser perseguida por um vampiro que quer transformá-la em um ser das trevas. Se ela não consegue ser feliz como uma humana, por que não como vampira?

Com uma narrativa fantástica do Daniel Machado, você não consegue desgrudar os olhos de nenhuma palavra e fica torcendo pela felicidade de Silvânia.

O único ponto negativo do conto é que quando acabei de ler, queria mais. Queria saber mais sobre o mundo vampiresco que o autor criou e mais sobre Silvânia.

Não poderia levar menos que cinco selinhos cabulsos.

NOTA:

Avaliação: LEITURA CABULOSA!!!

Chegando à reta final, o conto “AWEKEN” do Kyran entra na lista dos contos que “ eu preciso ler novamente para entender melhor”. Ou seja, na lista dos “eu não gostei muito”.  “AWEKEN” começa até muito bem, com o autor trazendo a temática de um exorcismo, deixando o início da leitura bem tenso. Mas ao decorrer do conto parece que o autor se perde na própria história, principalmente quando ele introduz a história bíblica de Caim e Abel. Um tema bastante rico que não foi, para mim, bem explorado. Realmente o autor foi me perdendo ao decorrer das páginas.

Leva apenas dois selinhos cabulosos.

NOTA:

Avaliação: LEGAL!!!

Mas e agora Serena, qual é a nota final da coletânea Queer? Fazendo alguns cálculos aritméticos e complexas equações matemáticas acho que…brincadeira leitores. Colocando o olhar pelo conjunto da obra como capa, diagramação e revisão, além claro, das diferentes temáticas fantásticas abordadas por toda a coletânea, para mim a “FANTÁSTICA LITERATURA QUEER” ganha, com todos os apontamentos que fiz, quatro selinhos cabulosos. Não vou explicar o porquê da nota, já que toda a resenha fala por si.

Então leitores, finalizo dizendo que como uma coletânea de contos ele foi analizado como tal, independente de ter uma temática homoerótica, pois para mim é um livro como qualquer outro que me divertiu, emocionou e as vezes me fez refletir. E Acho que todos deveriam encarar assim, como uma boa e divertida leitura.

NOTA FINAL:

Avaliação: FODA!!!

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