RESENHA: “OS SETE MINUTOS” DE IRVING WALLACE

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Ao receber Os Sete Minutos da minha tia, não tive nenhuma empolgação para lê-lo. Parecia-me muito chato, muito… comum.

E ao ler as 100 primeiras páginas quase tive certeza disso. No começo, o livro pode ser realmente desgastante. Irving Wallace é aquele tipo de narrador que ama detalhar o ambiente e as ações do personagem, o que pode se tornar enfadonho. Porém, ao passar esse teste inicial o livro tornou-se interessante de tal forma que me forçava a lê-lo mesmo com sono.

Os Sete Minutos conta a história de um livro, de mesmo nome, escrito por um autor de nome J. J. Jadway. O livro (o fictício) carrega a seguinte premissa:

Embora houvesse grande variedade de reações a maioria das mulheres que tinham orgasmo, provocado manualmente, oralmente ou através do coito, atingia o clímax em sete minutos.”

Contava então a história de uma mulher na cama, durante o ato sexual. O livro era dividido em sete capítulos, sendo cada um deles representando cada minuto até o clímax. Cada capítulo mostrava tudo que a protagonista sentia e pensava. Não nos é mostrado o conteúdo do livro, só realmente o que ele diz, o que ele passa: os mais profundos pensamentos femininos.

Tal livro foi dado como pornográfico. O “Departamento de Costumes” de Los Angeles decidiu reagir à venda do livro prendendo um livreiro, Ben Fremont, que vendia o mesmo. O livreiro foi preso, mas a reação do povo com relação à notícia da prisão não foi o que desejava Elmo Duncan, promotor público e aspirante a senador dos Estados Unidos. Elmo é ajudado por Luther Yerkes, homem rico e poderoso que pretende deixar Elmo famoso em todo o país, para assim ganhar facilmente a votação.

Surge então uma ótima oportunidade. Um rapaz, Jerry Griffith, de boa família é preso por estupro. No carro do rapaz é encontrado Os Sete Minutos de Jadway. E assim acusam o livro como a causa do estupro. Que o rapaz, de boa índole, foi levado ao ato brutal ao ler o livro e ficar tremendamente excitado. É claro que a repercussão dessa notícia é muito maior.

Então, conhecemos Mike Barret, advogado, prestes a ser vice-presidente de uma grande empresa, que recebe a ligação de seu amigo, Phil Sanford, editor de Os Sete Minutos, solicitando a defesa do livro e de Ben Fremont.

Mike se vê em um dilema, pois ao aceitar participar da defesa, perderia o cargo da vice-presidência que lhe é muito importante. Foi oferecido por Willard Osborn, pai rico e poderoso de sua namorada, Faye. Porém, ao mesmo tempo não poderia recusar, pois deve muito ao amigo que lhe ajudou em um momento de grande luta e a derrota iria fazer com que a editora de Phil ficasse em uma situação muito ruim.

Então ele lê o livro e toma sua decisão. O considera uma obra-prima que merece ser defendida. Vai contra tudo e todos, contra sua namorada e Osborn que acham o livro sujo e puramente pornográfico.

O livro é maravilhoso, surpreendente e causa muita emoção. Quantas vezes passei raiva vendo a defesa perder pistas uma atrás da outra…

Mostra como o dinheiro e poder mudam as coisas, a opinião das pessoas. Faz-lhe torcer juntamente com Mike pela liberdade de expressão e inocência de Jadway e sua obra.

Faz-nos perceber como a censura pode ser burra e cega, usando de desculpas vazias para provar de algum modo que Jadway estava lá, junto com Jerry para realizar o estupro.

O final do livro é totalmente inesperado, algo que você nunca irá imaginar até chegar lá.

O livro nos causa muitas reações, xinguei alto algumas vezes o lendo e em algumas partes ficava ansiosa, desesperada quando sabia que aconteceria algo de ruim. Recomendado!

NOTA:

Ficha Técnica:
Editora: Rio Gráfica
Autor: Irving Wallace
Origem: Estrangeira
Título original: The Seven Minutes
Ano: 1986
Número de páginas: 634
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