RESENHA: “ACANÃS – AEQUILIBRIUM” DO JULIO ROCHA

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Capa de "ACANÃS - EQUILIBRIUM"
Capa de “ACANÃS – AEQUILIBRIUM”
Edição: 1
Editora: Vermelho Marinho Usina de Letras Ltda
ISBN: 9788564298446
Ano: 2011
Páginas: 246

A cidade corre o risco de ser devastada e o destino de milhões de pessoas estão nas mãos de seis jovens que descobrem possuir poderes especiais. Luana é uma estudante de Arquitetura e descendente de uma tribo cuja história é recheada de lendas sobre uma lança mágica e jovens com poderes sobrenaturais.

Pedro estuda Direito e seus ancestrais eram guerreiros fortes e velozes. Luana é uma Acanã e Pedro um Aioa: dois clãs inimigos, desde que foram criados no século XIV. O destino os coloca lado a lado em uma guerra adormecida havia mais de cem anos.

Olá Ouvintes Leitores! Quando eu estava andando alegremente ano passado na VIII BIENAL DO LIVRO DE PERNAMBUCO fui interrompida por uma pessoa que me fez uma simples pergunta: “QUER CONHECER MEU LIVRO”. Pensei, analisei e olhei para capa do livro que ele segurava. Li o que estava escrito nela em grandes letras. “ACANÃS”. Parei, pensei e analisei. “ACANÃS”? Será que é um livro sobre lendas indígenas?! Isso não deve ser legal, conclui. Mas anates que eu dissesse um belo “NÃO” sem dó nem piedade, a pessoa bruscamente começou a contar do que se tratava o seu livro. Só sei que na hora, na avalanche de palavras, só captei três delas: seis jovens, poderes sobrenaturais e salvar o Rio de Janeiro. Realmente não precisava ter entendido mais nada. Fui completamente cativada e queria aquele livro. E foi assim, leitores que conheci no stande a editora Vermelho Marinho e o escritor Julio Rocha com seu livro “ACANÃS”.

Passada esta pequena narrativa sobre meu encontro com o Julio, deixem-me contar um pouco mais sobre este livro. “ACANÃS” conta a história de seis jovens que adquirem poderes de manipular o fogo, a água, o ar entro outros para salvar a Cidade da Garota de Ipanema de uma grande catástrofe. Catástrofe essa que se dá pelo roubo da lança Iandé que estava em posso dos Acanãs a mais de seiscentos anos, mas que foi roubada pelos seus inimigos os Aioas. Luana a líder dos Acanãs, que são identificados por uma marca na cabeça, agora precisa reaver a lança, lidar com seus novos poderes e salvar o Rio de Janeiro. É claro que as cosias não seriam tão fáceis assim, já que Luana se apaixona por Pedro um Aioa que escolhe ficar ao seu lado e ir contra sua própria tribo.

O livro mescla muito bem romance com aventura. Nas suas primeiras páginas você é lançado a uma eletrizante perseguição aos Aioas que sequestraram o personagem Eduardo, um dos Acanãs, em troca da lança Iandé. “ACANÃS” também mesclar bem o contemporânea com elementos da nossa esquecida cultura indígena. Algo que eu nunca tinha visto se encaixar tão bem em uma história. Julio Rocha realmente me surpreendeu com sua criatividade.

No entanto, a Luana como personagem principal e líder do grupo é de longe minha personagem preferida. Não consegui ver em nenhum momento ela como a heroína da história. Me surpreendei muito no início da leitura quando percebi que seria ela o carro chefe dos “ACANAS”. Achai uma personagem bastante insossa, sem carisma e até em algumas partes muito forçada na história. Perecia  que o Julio a colocou neste cargo, para tentar chamar um público feminino para sua história. Um ponto desnecessário devo enfatizar. Na minha opinião, e digo isso como uma coisa bem pessoal, o Ricardo ou o próprio Pedro, que dividem o coração da Luana, deveriam ser realmente os heróis desta história, pois são personagens com força e carisma. Principalmente o Pedro. Imaginem um Aioa liderando pela primeira vez em seiscentos anos os “ACANAS”. Seria incrível!

Outro ponto bastante negativo em “ACANAS” é a velocidade dos seus acontecimentos. Em certos momentos isto é bom. Dá um ritmo veloz a narrativa. Porém, em outros, deixa a história seca demais. Em certos momentos até parecia que eu estava lendo um roteiro de filme e não um livro. Um bom exemplo é a descoberta dos Acanãs de seus poderes. É algo tão fácil e simples que para mim até pareceu sem importância. Mais um ponto também a ser citado, foi a própria interação do grupo de seis adolescente que aceitou as ordens da personagem Luana, uma estranha para a maioria, numa boa. Eu confesso que não aceitaria tão fácil assim as ordens dela. Acho que faltou mais conflito entre os personagens e um maior desenvolvimento deles. Fiquei querendo saber mais da vida do Pedro, do Eduardo, do Ricardo, do Bruno, do Felipe e da Cláudia.

Ou seja leitores, um dos maiores defeitos de “ACANÃS” é ter apenas 246 páginas, pois ele merecia bem mais. Por isso, o livro do Julio Rocha leva apenas três selinhos cabulosos, e vou ficar na expectativa para a continuação da série “ACANÃS – AEQUILIBRIUM”, com um maior enfoque nos personagens, uma história um pouco mais detalhada, mas acima de tudo, o Julio continuar com sua criatividade espetacular usando como mote as suas lendas indígenas.

NOTA:

Avaliação: “FODINHA”

Vistem:

RELEASE: JULIO ROCHA

 

Book trailer de “ACANÃS”.