Hoje é dia das Histórias em Quadrinhos Nacional e como nós do Leitor Cabuloso consideramos que os quadrinhos incentivam e muito a leitura, então nada melhor do que indicar 10 obras dos quadrinhos que você, deleitíssimo leitor poderá apreciar. Já discutimos isto atá no CabulosoCast #12 – Quadrinhos é literatura? Mas, vamos ao listão!
10º – Sexo é uma coisa suja de Angeli (ed. Devir)
Angeli traz nesse livro uma série de tirinhas satirizando o sexo e a pornografia. Situações bizarras da vida sexual dos casais, passando pela explosão das cirurgias plásticas e implante de silicone, o promete boas gargalhadas, com seu traço inconfundível e um humor ácido Angeli consegue divertir. Nunca fui de rir lendo uma história em quadrinhos, mas não consegui segurar com Sexo é uma coisa suja, a momentos que as situações são do contidiano são levadas a um nível tão escrachado que você fica pensando: “É! Um dia estaremos neste ponto”.
9º – Combo Rangers do Fábio Yabu (Ed. JBC)
Talvez muitos de vocês nem saibam do que estou falando, contudo quando eu e Serena conhecemos os Combo Rangers posso afirmar que ali uma sementinha para o que viria a ser o Leitor Cabuloso fora plantada. Pois pela primeira vez vimos um desconhecido fazer algo simplesmente espetacular; não se deixe enganar pelo designer simples da imagem estamos falando de uma obra que englobava vários elementos da cultura pop de modo inteligente e muito divertido. Yabu começou com pequenas animações em flash no seu próprio site e depois ganhou as páginas dos quadrinhos, mas foi exatamente nesta migração e o fracasso de vendas que culminou com o fim da franquia Combo Rangers. O autor já declarou inúmeras vezes que não tem interesse em retomar esse projeto o que é uma pena, pois considero os Combos como a primeira HQ (virtual) nacional que conseguia atrair a atenção de uma grande massa de leitores. Quem se interessar em conhecer infelizmente terá de recorrer aos sebos para encontrar as HQs ou no próprio site do Fábio Yabu, pois ele disponibilizou algumas páginas para download gratuito.
8º – Lua dos Dragões, Arte de André Vazzios e roteiro de Macelo Cassaro (ed. Trama)
Outra raridade que passou despercebida pelos olhos da massa quadrinística. Numa época em que comprava vários quadrinhos nacionais acabei sendo presenteado com 6 revista que primeiramente me chamaram atenção pelo traço do André Vazzios, sua arte é simplesmente de cair o queixo, enquanto alguns artistas fazem um montem de riscos desconexos e chamam de “estilo” o desenho do André é claro, belo e constante. O leitor sabe o que está acontecendo em cada página. Fora que a história é de tirar o fôlego e com uma grande reviravolta no final. Posso dizer que depois de Combo Rangers é a melhor produção nacional do que já li. E por que ele ficou em oitavo e a obra do Yabu ficou em nono, simples como disse são apenas seis revistas a história começa e termina de forma satisfatória, já Combo Rangers é obra inacabada e a forma abrupta como terminou realmente me deixou desmotivado. Este é outro que só em sebos você conseguirá obter, mas lhe garanto que para quem não gosta ou tem traumas de quadrinhos nacionais é uma boa forma de perder o preconceito.
7º – Reino do amanhã, Arte de Alex Ross e roteiro de Mark Waid (Ed. Panini Comics)
Agora começaremos o momento “pare de ler este post e vá ler esta revista!”. Uma das melhores HQs de super-heróis que já li, com o traço/pintura de Alex Ross que deixa toda a revista com um de tom cinematográfico, mas Reino do Amanhã está longe ser uma revista com arte impecável e roteiro medíocre, pois é exatamente no roteiro que este HQ consegue atingir o ápice. Mesmo para quem não conhece nada do universo da DC Comics se sentirá em casa ao ler este clássico. A história gira em torno do Superman (eu não gosto do Homem de Aço, mas este é outro trunfo desta revista. Eles me fizeram admirar o sujeito) que após ver toda a equipe do Planeta Diário ser assassinada pelo Coringa (incluindo Lois Lane) vai atrás do palhaço para capturá-lo e entregá-lo as autoridades, porém um outro super-herói chamado Magog consegue chegar antes e mata friamente o palhaço assassino. A sociedade, muito diferente do que Superman esperava, inocenta Magog e o Homem de Aço decide partir para um exílio na Fortaleza da Solidão. 20 anos se passam e uma terrível tragédia o obriga a retornar, mas a sociedade tornou-se um grande conglomerado de superseres que não se importam com os seres humanos e estão sempre em combate mesmo não sabendo exatamente o porquê. Dê o seu jeito e leia esta HQ o mais rápido possível.
6º – Marvels, arte de Alex Ross e roteiro de Kurt Busiek (Ed. Abril Jovem)
Outra obra com o arte pintada de Alex Ross e outro show de roteiro. Para quem não conhece o universo Marvel, você o verá do ponto de vista de pessoas comuns, ou seja, como pessoas normais virão o nascimento dos Super-heróis. O que me impressiona nesta história é que enquanto nas HQs tradicionais os seres humanos equivalem as princesas dos contos de fadas que precisam ser salvos aqui são discutidos os problemas infra-estruturais da presença dos superseres. Para que policiais ou bombeiros? Se a todo momentos nosso planeta é invadido e batalhas homéricas ocorrem quem assume os gastos para a reconstrução da cidade? Para mim, este é o lado político que muitas vezes fica de fora em histórias tradicionais onde o super-herói precisa SEMPRE derrotar o vilão que quer destruir o nosso planeta. Ganha do Reino do Amanhã por possuir um lado mais poético e trazer uma visão mais abrangente, pois enquanto no Reino ficamos focados na figura do Super-Homem, aqui temos um panorama de todos os heróis da Marvel. Outra revista que você deve parar o post agora e ler imediatamente.
5º Cavaleiros do Zodíaco – Episódio G arte e roteiro de Megumu Okada (Ed. Conrad)
Sem sombra de dúvida uma das melhores histórias do universo dos Cavaleiros do Zodíaco – por que não “com” e sim “dos Cavaleiros”? -, G é a sigla para Gold, ouro em português, ou seja temos uma saga protagonizada pelos Cavaleiros de Ouro! O que já é fantástico! Além disso a narrativa é guiada por ninguém mais, ninguém menos que Aiolia de Leão e por que ele? A saga Gold, como ficou conhecida no Brasil, começa com um dos episódios mais importantes da história de Seya e companhia. Ela se passa 13 anos antes, quando o mestre do santuário tenta matar o bebê que seria a reencarnação de Atena, mas é salvo por Aiolos de Sagitário (irmão de Aiolia) que é morto por Shura de Capricórnio. A partir desde ponto vemos Aiolia tornar-se Cavaleiro de Leão sempre assombrado pelo passado do irmão e o confronto dos Cavaleiros de Ouro com os Titãs. É um mangá muito bom para quem é fã de Cavaleiros, pois conhecemos mais sobre a estrutura e organização do Santuário. Além de que, como não é Kurumada, autor original, que escreve temos um aprofundamento psicológico de todos os envolvidos na trama e principalmente de Aiolia e Saga de Gêmeos que é o mestre do santuário e que sobre de “transtorno bipolar”. Aqui temos uma explicação melhor do que aconteceu com ele para que ele quisesse matar Atena. Por que ela não vai para o 1º lugar, o traço do Okada é excessivamente detalhista o que em certos momentos deixa a cenas confusas, talvez pelo uso exagerado do preto.
4º A Casta dos Metabarões, arte de Juan Gimenez e roteiro de Alejandro Jodorowsky (Ed. Devir)
Quem observa as capas desta HQ européia percebe de cara que trata-se de uma história épica! A história narra a saga dessa casta de guerreiros desde sua origem no planeta Mármola, onde o alicerce do clã guarda um segredo de estado. Eles são os únicos comerciantes de um metal valiosíssimo no universo, contudo os blocos deste metal são extremamente pesados e quase impossíveis de se mover, apenas o clã consegue fazê-lo o que lhe dá o monopólio intergalático. Certo dia fazendo a extração do minério por acidente um pesado bloco cai sobre um dos membros do clã que para salvá-lo revela o segredo do transporte do metal. A partir deste ponto uma série de intrigas e tragédias vão culminar numa sucessão de eventos que acompanharão a Casta dos Metabarões e fará sua lenda crescer. Se você gosta de Ficção Científica não pode deixar de ler esta história em quadrinhos.
3º Bakuman, arte Takeshi Obata e roteiro de Tsugumi Oba (Ed. JBC)
Se você gosta de desenhar ou já pensou em ser desenhista de histórias em quadrinhos prepare-se para conhecer o mercado dos mangakás (criadores de mangás) no Japão (será que é redundante?). Com uma premissa simples: dois garotos do 9º ano que desejam se tornar mangakás, Bakuman consegue o que parecia impossível mostrar como funciona o mercado japonês do mangá sem ser chato. A história dos protagonistas – Moritaka Mashiro e Akito Takagi – é cheia de reviravoltas. Os limites e motivações dos protagonistas são usados com maestria para criar uma obra envolvente que deixa qualquer um com vontade de sair desenhando.
2º Death Note, arte Takeshi Obata e roteiro de Tsugumi Oba (Ed. JBC)
Dos mesmo criadores de Bakuman, Death Note é a 1ª parceria e o 1º trabalho da dupla. Um dos mangás mais revolucionários de todos os tempos com uma narrativa inspirada em trillers policias, Death Note mistura sobrenatural e realismo numa aventura de tirar o fôlego. Se eu escrevi acima que Bakuman tem reviravoltas preparem-se para este mangá! É de ficar de pé e bater palmas para a quantidade de reviravoltas que a trama sofre. Para quem lê percebe-se que muito longe de tiroteios, a obra foca-se na batalha estratégica dos seus participantes. Outro ponto positivo é que “certo” e “errado” parecem se misturar e a frase de Maquiavel “Os fins justificam os meios” ganha contornos novos nas páginas de Death Note. A história se passa no Japão nos dias atuais onde um colegial chamado Litght Yagami encontra um estranho caderno capaz de matar pessoas quando se escreve o nome delas. A partir daí, Yagami começa uma jornada para “purificar” o mundo e assumi o codinome de Kira. Mas seus atos não ficarão impones, e uma divisão especial da policia japonesa liderada pelo próprio pai de Yagami, auxiliada pelo misterioso “L” começa a caçar Kira. Se você nunca ouviu falar nesse mangá, pelo amor de Deus, procure, compre e leia AGORA!
1º Cavaleiro das Trevas, arte e roteiro de Frank Miller (Ed. ?)
Sim! E em primeiro lugar não poderia deixar de citar a obra máxima de Frank Miller, Batman – O Cavaleiro das Trevas que não possui nenhuma ligação com o filme, daí se você está pensando: “Já assisti ao filmes!” pode tirar o seu cavalinho da chuva, pois esta HQ guarda uma das melhores histórias do homem morcego de todos os tempos. Para começo de conversa. Batman, ou Bruce Wayne com 55 anos, não é mais o homem-morcego que assustava as ruas de Gothan City; ele está aposentado, em seu lugar um grupo de vândalos vestidos com roupas punks e ostentando o símbolo do morcego fazem justiça na cidade decaída. Porém com os índices de violência alcançando limites alarmantes obrigam o recluso Sr. Wayne a vestir novamente o manto do morcego. Mas uma lei americana proíbe os heróis de agirem e Superman passa a ser bode-espiatória do governo para impedir uma ameaça nuclear. Violento, sangrento, político, psicológico assim é o Batman de Frank Miller; você verá o homem morcego de uma forma que nunca antes fora mostrada nas HQs. Com lutas memoráveis, Batman – O Cavaleiro das Trevas ocupa o primeiro lugar com orgulho! Somente quem lê dá o devido valor a esta obra e entenderá por que ela está aqui.
Bem, é isto! Existem muitas outras revistas que adoraria por aqui, mas o objetivo deste post foi fazer um top 10 e este é o meu! Qual o seu top 10? Já leu algumas destas obras? O que achou delas?
E se você não gosta de ler. Dê uma chance aos quadrinhos! Quem sabe você não se apaixona e descobre como é gostoso e prazeroso ler.