Olá Ouvintes-Leitores! Como eu tinha dito na minha “DICA DE LEITURA” da semana passada aqui vai minha resenha do livro “CIDADE DOS OSSOS” da Cassandra Clare.
Caros leitores vou ser sincera, não vai ser uma resenha das mais fáceis, pois eu tenho uma pequena relação de amor e ódio com esse primeiro livro da série “OS INSTRUMENTOS MORTAIS”. Foi um livro que eu demorei bastante para resenha-lo, apesar de ter devorado em dois dias, pois precisei fazer isto para tentar acalmar minha revolta pelo trauma que ele me causou.
Trauma? Por um lado sim, quando o final de um livro, que estava achando deliciosamente fantástico me decepciona realmente eu fico em estado de choque e demoro um bom tempo para aceitar ler a continuação e vê se o autor ou autora, vai desfazer o pequeno mal estar causado pelo fechamento do enredo.
Antes de tudo que tal uma pequena sinopse para quem ainda, algo que duvido, não conheça o livro.
Um mundo oculto está prestes a ser revelado…
Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato – muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras.
Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer…
Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.
Misturando magia, ação, romance, e um pouco de tudo do livro Harry Potter da famosa J. K . Rowling, a Cassandra Clare realmente conseguiu uma fórmula de sucesso para sua série “INSTUMENTOS MORTAIS” lançado aqui pela Editora Galera Record que fez um excelente trabalho neste livro. A capa, que se você não ficar se vigiando passa horas tentando ver sempre mais os brilhos, é um charme a parte.
Falando da criadora do nosso querido bruxinho, é inegável a referencia que a escritora teve para dar vida ao seu mundo e seus personagens. A cada página que você vai deliciosamente degustando é visível saber em que fonte a Cassandra Clare bebeu. Como uma antiga escritora de fanfictions do Harry Potter ela não deixou de lado seu conhecimento e amor por essa temática quando criou a “CIDADE DOS OSSOS”. O personagem Jace é uma referência claro ao Draco Malfoy idealizado por quase todo fã que esperava mais dele e que a Rowling fez questão de esquecer. A Clary que é ruiva e cheia de sardas é Gina Wesley que queríamos que ela fosse. Além dos mocinhos você vai encontrar muito mais referencias, como magias, alguns vilões e até o próprio mundo.
A Cassandra Clare realmente é muito competente em narrar sua história, prendendo o leitor ao decorrer do livro e soube usar a já cansativa história portiana, em uma narrativa diferente. Mas seus vícios de escritora de internet também foram levados ao seu livro o que trás pontos positivos e negativos a sua saga.
Positivos quando leva para seu livro uma leitura dinâmica, leve cheia de ação junto com romance. Realmente não percebei nenhum momento de enrolação e todo o capítulo tinha seu motivo de estar ali, ou seja, nada foi desperdiçado. O que me lembrou de muito meus delírios de fanfiqueira quando achava alguma história que me impressionava. Eu devorei “CIDADE DOS OSSOS” como alguém devora uma surpreendente fanfiction e me decepcionei na mesma proporção.
Não era raro, achar uma boa história na net e ficar torcendo que a escritora não me decepcionasse no final. Algo que acontecia com bastante frequência. Passava horas lendo em frente ao computador e quando chegava ao termino era como se jogasse um balde de agua fria em mim. Acho que quase tudo mundo já passou por isso.
Mas isso, era algo que eu não espera de um livro. Senti todos as mesas alegrias e frustações do primeiro volume da série como em uma fanfiction. Quando um livro não vai bem, ele já indica isso em seu começo, e se o final agradar que sorte, se não paciência. Porém eu ainda não tinha passado pela experiência de um livro começar maravilhosamente bem e terminal sem suprir minhas expectativas, isso só tinha acontecido no mundo amador das histórias on-line.
O Jace realmente foi o personagem que me cativou por todo o livro, ele é o ideal de herói que sempre gostei ler nas histórias. Sarcástico, badboy, orgulhoso, corajoso, perigoso e irresistivelmente lindo é para mim o personagem de 2011.
Agora, vamos para o ponto negativo, sim no singular, pois o único problema de “CIDADE DOS OSSSO” foi o seu desfecho.
Cuidado você está entrando na área 51 de Spoolers!
Vocês perceberam que não fiz uma narrativa da história, e sim explanei meus pontos de vista sobre a leitura, já que a sinopse tem esta função e não quero estragar nada da sua leitura, se você ainda não a fez.
No entanto, vamos ao que interessa, desta parte não posso escapar, pois ela foi o ponto crucial do meu desagrado com a série. Não é a primeira vez que leio um livro que faz referencia bem claras ao mundo dos mangás e animes, ou seja, ao quadrinho e a animação japonesa. Blue Bloods fez isso e “CIDADE DOS OSSOS” também e ambos abordaram um tema bastante corriqueiro no mundo dos mangás. O incesto.
Nos vampiros de sanguem azul da Melissa de La Cruz a relação dos irmãos gêmeos Mimi Force e Jake Forces realmente é incestuosa, algo que me desagradou bastante, mas isso eu já disse na minha resenha sobre Blue Bloods.
A Cassandra Clare usa o mesmo assunto em seu livro, na tentativa de surpreender o leitor. Foi uma faca de dois gumes. Ao jogar a bomba que Clary e Jace são irmãos, a escritora entrou em um assunto bastante delicado e um tanto desagradável. O efeito chocar quem estava lendo, realmente deu certo. Porém não foi algo surpreendente, já que ao decorrer da leitura, desconfiava que a autora usaria desse argumento, apesar de ter torcido o tempo todo para que ela não o fizesse.
Leitor, você pode me perguntar por que ela usou tal faceta. E eu respondo prontamente. O único motivo que a Cassandra Clare ter feito tal coisa foi apenas de não querer que os personagens ficasse juntos neste livro, deixando o desenrolar para os próximos, já que a dúvida que Jace e Clary são realmente carne da mesma carne pairou no final. Não importa se a escritora vai desfazer isso ao decorrer da série ou que o casal ficará junto no final, a apelação para o desfecho já estava feita.
A utilização do incesto como cheque mate para deixar pano para manga para os próximos livros, me pareceu algo bastante infantil. A Cassandra Clare é inteligente o bastante para ter usado outro argumento ao finalizar sua história e foi isso que me desapontou. Eu esperei mais do final que apenas o motivo de serem irmãos para não ficarem juntos. Ela tinha um leque imenso de outros motivos que poderiam ter sido usados que seriam bem mais inteligentes e maduros. Sua história já estava fascinante e fantástica e não necessitava de tal temática para tentar dá o pulo do gato.
O mangá e o anime trata o assunto incesto de uma maneira diferente, as vezes para entender algo que é polémico ou apenas como fetiches no hentai (pornô japonês). A Cassandra quis apenas usar como motivo para em transformar seu livro em série. Para mim a escritora de fanfiction que ela fora, ainda permanece ao usar tal trunfo, como algumas escritoras às vezes usa o argumento de matar o personagem principal para escapar do clichê e achar que com isso sua fanfiction saiu da mesmice das outras. Mero engano, pois saber encaixar o clichê ou o usual é que faz sua história ser diferente das outras.
Você caro leitor cabuloso deve está se perguntando se vou ler ou não a continuação de “CIDADE DOS OSSOS”? Claro, ainda tem dúvida? Apesar do desfecho não ter me agradado a Cassandra é uma autora de mão cheia. Vou ficar esperando o amadurecimento dela como escritora, pois talento ela tem e espero que o erro deste livro não seja repetido nas suas próximas séries que devem melhorar em proporção geométrica junto com o seu talento como narradora.
E que venham as “CIDADE DAS CINZAS” em Maio!