RESENHA: “A BATALHA DO APOCALIPSE” DO EDUARDO SPHOR

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Capa da obra

Eduardo Spohr é um escritor que me surpreendeu, pois sou preconceituoso com escritores nacionais escrevendo livros de fantasia, mas não consigui fugir ao livro que além de ter virado cult, contém uma vivacidade que não vejo a muito tempo. O livro A batalha do apocalipse não conta meramente uma história, ele joga a história como uma possibilidade quase palpável.

O escritor não economiza linhas para trazer detalhes e mais detalhes que fazem da obra um completo guia de como escrever um bom livro de fantasia; O universo criado é amplo e poderá ser explorado de várias formas. O anjo renegado Ablon passa pela história e o livro é todo montado em flashbacks mostrando como ele acompanhou o avanço (e tropeços) da humanindade até o derradeiro dia do juízo final.

Para aqueles que não sabem. A batalha do apocalipse conta a história de Ablon, um anjo renegado, que fora expulso do paraíso por não concordar com as atitudes dos arcanjos, em especial o arcanjo Miguel. Condenado a vagar pela terra ele conhece Shamira uma feiticeira necromante que irá acompanhá-lo em sua jornada através dos tempos para poder alcançar seu objetivo que é acabar com a tirania do arcanjo Miguel e evitar o apocalipse.

Outro ponto valoroso do livro é que o apocalipse não é tratado da forma religiosa, mas a temática é usada para contruir um épico ala Senhor dos Anéis. Fora que ele é um caldeirão de referência que salta aos olhos, contudo muito diferente daquilo que se espera quando um clichê é usado aqui todos os dados, todos os filmes, todas os quadrinhos, todos os animes são postos de forma inteligente e sagaz. Como ouvi numa entrevista com o próprio autor “não existe idéia original, mas o clichês precisa ser usado de forma inteligente”. Por isso considero essa outra etapa do livro encontrar as referências e se sentir lisongeado.

Os personagem são um charme aparte. Personagem muito interessantes e intrigantes, não há como você não observá-los sem pensar “gostaria de saber mais sobre esse tal…”, o que reforça aqui que disse anteriormente, Eduardo Spohr deu muito pano para manga nesta obra. Um dos fatos que chama a atenção e que ele até comentou na entrevita que consedou ao Jô é o fato do Arcanjo Raphael ter desaparecido. Ninguém sabe o que ocorreu com ele. No livro apenas é dito que inconformado com as atitudes de Miguel ele decidiu seguir outro caminho. Mas qual? Onde ele estaria no crepidar da guerra? Em outra entrevista o escritor deixou claro que o livro terminou e “não há mais nada para contar”, mas o que ele deixara no ar isso sim poderia ser explorado em outras obras.

Recomendo a leitura deste épico nacional que apenas está começando! Esperamos que outros livros do Eduardo Spohr venham logo para preencher essa lacuna que fica ou término de A batalha do apocalipse.

por Lucien, o Bibliotecário