[Resenha] Jurassic Park – Michael Crichton

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Uma impressionante técnica de recuperação e clonagem de DNA de seres pré-históricos foi descoberta. Finalmente, uma das maiores fantasias da mente humana, algo que parecia impossível, tornou-se realidade. Agora, criaturas extintas há eras podem ser vistas de perto, para o fascínio e o encantamento do público. Até que algo sai do controle. Em Jurassic Park, escrito em 1990 por Michael Crichton, questões de bioética e a teoria do caos funcionam como pano de fundo para uma trama de aventura e luta pela sobrevivência. O livro inspirou o filme homônimo de 1993, dirigido por Steven Spielberg, uma das maiores bilheterias do cinema de todos os tempos.

Jurassic Park é mais um daqueles livros que a maioria das pessoas conheceram através do filme, como foi o meu caso. Aliás, após ver o filme em minha meninice, passei muito tempo sem ter qualquer ideia de que a história derivava de um romance homônimo de Michael Crichton. Soube disso anos atrás, mas confesso que na época não me chamou tanto a atenção, até que recentemente recebi a belíssima edição da Aleph.

Peguei o livro me lembrando apenas algumas cenas avulsas do filme, que não havia assistido novamente há mais de91aWIRWYfnL._SL1500_ um década, e não sabia muito bem o que esperar. Durante boa parte da leitura, fui tendo flashes de cenas dos filmes, e isso foi uma experiência muito interessante, pois fiquei ainda mais instigado a continuar a leitura.

A história do livro é bastante similar a do filme, especialmente nos primeiros capítulos. Tudo começa quando um réptil desconhecido e que anda sobre duas patas começa a atacar crianças na Costa Rica. Paralelamente, um excêntrico bilionário chamado John Hammond convoca um grupo de cientistas e seus dois netos para fazer uma visita a Ilha Nublar, uma ilha próxima à Costa Rica onde ele está construindo um parque. O intuito da visita é que os convidados atestem a segurança do empreendimento, visto que seus investidores estão preocupados.

Os convidados de John são o paleontólogo Alan Grant, a paleobotânica Ellie Sattler, o matemático Ian Malcolm, e os seus netos são Tim e Lex, dentre outros  personagens. Lá eles descobrem que o parque é na verdade uma mega estrutura biotecnológica que conseguiu trazer dinossauros de volta à vida usando o sangue de mosquitos de milhões de anos presos em âmbar fossilizado. Mas o passeio não vai bem conforme o planejado, e uma série de problemas levam todos a ter que enfrentar os terríveis seres do parque e lutar pela sua sobrevivência.

Que livro gostoso de ler! A narrativa do autor é bastante envolvente e nenhuma passagem do livro é lenta ou enfadonha. As subtramas se amarram muito bem e o final é satisfatório e deixa ganchos para a continuação. Há alguns pontos que eu gostei demais, e um deles foi o modo como o autor aborda a tecnologia e o sistema de controle do Jurassic Park. Os diversos trechos de código que ele mostra, e as explicações técnicas das falhas que ocorreram fazem bastante sentido, e foi divertido tentar descobrir as coisas a através do código, antes de ler a explicação. Talvez alguma outro programador por ai entenda o que quero dizer.

jurassic-park-michael-crichton-editora-aleph-preview-1Outro grande ponto foi o uso que o autor faz do personagem Ian Malcolm. Ian é um matemático especialista em teoria do Caos, e as partes do livro são divididas por uma análise que ele faz da situação do parque usando fractais, o que é bem bacana. Mas, mais do que isso, eu senti que Ian foi o personagem através do qual o autor expõe algumas opiniões pessoais no livro, opiniões que exprimem o que, para mim, foi a grande crítica e o cerne da obra: até que ponto o uso humano da ciência é bom? Até que ponto pesquisas e descobertas são motivadas por aspectos meramente financeiros, buscando agradar investidores e gerar lucros, sem realmente se preocupar com os impactos que isso pode causar no mundo?

Ao terminar de ler o livro tive que assistir ao filme novamente. Os efeitos especiais sobreviveram surpreendentemente bem mesmo após mais de 20 anos, e o filme é realmente muito bem feito. Há várias coisas diferentes do livro, sub-tramas em que os personagens são trocados, e até mesmo o final, mas eu considero essas alterações bastante acertadas para o formato de cinema, e ainda assim o filme mantém várias cenas e falas, pequenos detalhes que quem está com o livro fresco na cabeça percebe na hora.

A edição da Aleph, como já disse, é simplesmente linda. As cores, a diagramação, tudo é realmente muito bonito e bem feito, um volume que dá prazer de ler e fica muito bem na estante. Além disso, o livro trás uma entrevista em que o autor fala sobre como foi fazer parte da adaptação do livro para o cinema. Recomendo!

 

Ficou interessado(a)? Então compre o livro nos links abaixo:

4,5 Selos Cabulosos

logolucas_vectorized (1)Editora: Aleph
Autor: Michael Crichton
Origem: Estrangeira
Título original: Jurassic Park
Ano: 2015
Número de páginas: 528
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