Os Meninos da Rua Paulo é um clássico húngaro publicado pela primeira vez em 1907, se tornando o livro húngaro mais conhecido mundialmente. Foi publicado no Brasil pela primeira vez em 1952 e já ganhou diversas adaptações tanto no teatro como no cinema.

Admito que, apesar desse repertório, não conhecia a obra de Ferenc Molnár e acredito que muita gente não conhece. Os Meninos da Rua Paulo conta a história de um bando de garotos, uma espécie de clube e sociedade secreta, que usam um local para brincar, o grund, a base dos meninos. O foco da história é uma batalha pelo grund entre os Meninos da Rua Paulo e os Camisas Vermelhas.
“Assim, decidiram a luta por motivo semelhante ao que desencadeia as guerras de verdade. Os russos precisavam de mar, por isso atacaram os japoneses. Os camisas-vermelhas precisavam de um terreno para jogar pela, e, como não havia outro jeito, iam recorrer à guerra.”
O livro resgata os dias da infância do autor que revela, não se sabe se de propósito ou não, que era parte dos Meninos da Rua Paulo. A questão de honra entre amigos e inimigos, a lealdade ao próprio bando, a relação com os adultos que praticamente viviam em outro mundo, a aventura e o amor pelo grund, pelo pedaço de terra onde todos se encontravam diariamente para brincar e participar de incríveis aventuras.
Pode parecer que esse resgate não aconteça no leitor contemporâneo, visto que a infância de hoje é muito diferente da infância do passado. Porém, no meu caso, esse resgate funcionou. Morei toda a vida em grandes centros, mas nas férias ia para casa da minha avó no interior de Minas e Os Meninos da Rua Paulo me lembrou das brincadeiras com meus primos, onde o meu grund era um pé de manga que escalávamos e usávamos como base.
Além de lembranças da infância, a leitura nos traz paixão pelos personagens, principalmente por Ernesto Nemecsek, o loirinho, único soldado em um bando de tenentes, coronéis e que se prova o mais corajoso dos meninos.
Não sei como funcionou para quem leu o livro na infância, mas ao realizar a leitura me pareceu que seria uma leitura difícil para uma criança devido a muitas palavras que não se usa normalmente e pelo próprio estilo da época. Porém essa edição da Companhia das Letras traz um relato do jornalista e escritor Michel Laub que leu o livro na infância e conheço amigos que fizeram o mesmo. Para quem se sente perdido durante a leitura com algumas palavras e até brincadeiras, a edição traz um glossário que pode ajudar bastante.
Os Meninos da Rua Paulo me trouxe nostalgia, diversão e emoção. Ele pode ser lido como metáfora para a chegada da vida adulta e a perda das coisas infantis e pode ser simplesmente para lembrar a sua infância, mesmo que um grund não tenha feito parte dela.
Nota:

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Nome: Os Meninos da Rua Paulo
Autor: Ferenc Molnár
Edição: 1ª
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2017
Páginas: 280
Sinopse: Publicada em 1907, a história dos meninos que travam batalhas pela posse do “grund” da rua Paulo, um pedaço de terra cercado onde se brinca à vontade, é conhecida por leitores de todo o mundo. A luta pelo “grund” vai além da vontade de comandar o local: ali, infância e fantasia prevalecem sobre as imposições do mundo adulto. O espírito de aventura, amizade e heroísmo presente nesta obra é capaz de transpor qualquer barreira de tempo, espaço ou idade. Esta nova edição conta com, além dos textos presentes na anterior, uma orelha assinada por Luiz Schwarcz, um posfácio de Michel Laub e um glossário.

![[Resenha] Lebre da Madrugada – Arthur Malvavisco Capa do livro. Ilustração com um fundo roxo. Em primeiro plano, uma lebre branca, ao redor dele, ocupando o restante da capa, diversos objetos, uma garrafa, duas flores distintas, uma pena escura, uma pinça, uma tesoura e uma faca com cabo estilizado. No topo, o título do livro em branco com fonte estilizada.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/LebreDaMadrugada-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] A cidade de bronze – S. A. Chakraborty Capa do livro. No fundo, um céu escuro, com alguns pontos luminosos no topo. Na base, uma perspectiva de horizonte com a silhueta de algumas construções em arquitetura árabe em dourado, e uma pessoa caminhando vista bem de longe. Do local dessa pessoa emana uma luz com labaredas amarelas que vão até o topo da capa avermelhando-se. No centro da capa uma mandala, e em primeiro plano o título do livro.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/ACidadeDeBronze-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] Olhos d’água – Conceição Evaristo Capa do livro. Ilustração do rosto de uma pessoa, mostrando apenas o olho, ocupando toda a capa, o olho é castanho, e a pele em tom marrom, tons azuis abaixo do olho mostram que a pessoa está chorando. O fundo é branco. No topo o nome da autora, e logo abaixo o título do livro em azul.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/OlhosDagua-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] Homens de armas – Terry Pratchett Capa do livro. Ilustração cartunesca em tom amarelado mostra um grupo de aventureiros medievais. No grupo faz parte uma guerreira que está a frente, seguida de um guerreiro, do outro lado um homem baixo carregando um machado, mais atras uma criatura semelhante a um ogro, do outro lado mais um guerreiro com machado e um pequeno dragão no ombro. Eles percorrem uma caverna. No topo, o nome do autor e título do livro. Na ponta superior direita, uma faixa com o texto "Discworld"](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/HomensDeArmas-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] De Lukov, com amor – Mariana Zapata Capa do livro. Fundo com manchas brancas e azuis claras formando uma textura parecida com gelo. Ocupando toda a capa, um buque de rosas. Em primeiro plano, o titulo do livro ocupando toda a capa, e no centro o texto "Autora bestseller do New York Times e USA Today, Mariana Zapata"](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/DeLukov-Site-696-390.jpg)


