[Coluna] Oh L’amour Parte 4 — E todo esse amor pelo que não existe

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Antes de qualquer coisa, meu muito obrigado para as pessoas que estão me dando ideias Cabulosas para que eu desça da estante ainda mais. Juliana de Oliveira, Edson Motoki, Daniel Monteiro e Lu Silva vocês são incríveis! E tenho que agradecer também ao Globo news literatura que faz meu pai (Paulo Cavasin) comprar mais livros do Umberto Eco todo mês – há!
Manoel Sena, aqui estou eu, longe do meu ideal de férias , com a última parte do seu Capitulo 3. — Com carinho imenso para ti !

Hoje vou voltar a um teórico que já citei. Mas como ele é importante e trabalha diversos conceitos para a análise e crítica literária, pedi uma ajudinha, porque Bakhtin costuma ser bem inteligente e eficaz, mesmo quando falamos de amor…

Sabe quando se ama uma pessoa e se fantasia um milhão de coisas ao lado dela?

Aquela história toda que chamamor-platonico-1am de “Amor Platônico”?

Passam a existir duas situações : a real e a “criada” (que poderia ser real). Ou seja, cria-se uma realidade que se sobrepõem à realidade já existente, para melhorá-la, dar à ela detalhes, modificá-la, já que para o vivente da situação, a história não existe ou é incompleta.

Um bom exemplo que tenho sobre essas realidades irreais, porém completamente literária, é o livro “a viagem do elefante” – do José Saramago.  – Eu sou absolutamente suspeita para falar de Saramago,  ele é realmente muito bom e sempre me surpreende. Eu já era apaixonada por ele de longa data, mas depois que ele me presenteou com um elefante, me casei.

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No livro, A viagem do Elefante, a história de que foi dado um elefante de presente ao arquiduque da Áustria é real. Sim o elefante e toda a realeza relatada no livro existiram, com exatos nomes e sobrenomes reais. Porém, não haviam relatos de como foi essa viagem que é relatada no livro…

Aí temos o (desbunde) imaginário permeando o real, para modificá-lo! Ou seja, o relato do que pode ter acontecido (criação) além do que realmente aconteceu (História real).

Acredito que ambos se complementam, real e irreal, criando uma terceira possibilidade, uma realidade que talvez, pudesse ser…