[Cinema] Voo 7500 – Crítica

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A ideia de fazer um filme de terror em um avião é muito boa. Um lugar fechado, com pessoas que não conhecemos, sem possibilidade de fugir. É o ambiente perfeito. E quando o voo é pra Tóquio com uma duração de mais de 10 horas?

Assim começa o Voo 7500, com as pessoas se acomodando em seus lugares e logo você já vai identificando quem é o babaca, a irritante e aquele que você vai torcer pra sobreviver no final. Dentre os passageiros, um em peculiar tem atitudes estranhas, com um profundo apreço por uma caixa de madeira e que parece muito preocupado com ela (opa, vai dar merda).

A decolagem transcorre normalmente, mas depois de algum tempo de voo temos o primeiro cagaço coletivo: uma turbulência bem forte que deixa todos, claro, apreensivos principalmente o cara com a caixa de madeira. Em seguida, quando tudo parece estar de volta ao normal, ele começa a passar mal, alegando falta de ar. As aeromoças (que achei estranho em um voo desse porte ter apenas duas, mas ok) tentam ajudá-lo, procuram um médico a bordo, mas nada funciona e o homem passa a cuspir sangue e se debater (olha a merda aí). Tudo para ajudá-lo é em vão e ele morre. E agora, como viajar com um corpo?

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Os passageiros já estão sentindo que aquilo não é um bom sinal e definitivamente não vai ser uma boa viagem quando ocorre uma repentina despressurização na cabine e o de praxe acontece: as máscaras caem, as bagagens começam a cair nas pessoas e o desespero é geral. Depois de lutar para conseguir respirar, tudo volta ao normal mais uma vez. Desculpe, parece voltar ao normal. Coisas estranhas passam a acontecer e o mistério chega ao ápice. Nisso o filme passa a focar em alguns personagens: dois casais que tentam descobrir quem é o homem que morreu, pois chegam a conclusão que as coisas estranhas aconteceram a partir dele. As aeromoças e uma garota punk também ganham mais destaque.

7500

O que está acontecendo no Voo 7500? O homem morto estava doente e passou alguma coisa para todos? Ou é algo sobrenatural? As duas situações podem ser fatais e isso confirma o ambiente propício para um filme de terror.

Vendo o trailer parece que defininitivamente é algo sobrenatural, mas no decorrer do filme ficamos com dúvida do que realmente pode estar acontecendo. Acontece que não é um filme de terror. Não espere sentir medo assistindo. É um filme de mistério. O ponto central é saber o que está acontecendo. Ele tenta te assustar? Sim, mas não conseguiu no meu caso. O final me surpreendeu pelo fato de ser diferente do que eu imaginava, mas não é um final original. Quando acaba você diz: aaaah é isso… mas de novo isso?

O diretor Takashi Shimizu chama bastante atenção visto que ele é diretor do famoso O Grito que ganhou duas sequências. Voo 7500 difere bastante de O Grito visto que é bem diferente dos famosos horrores japoneses (garotas de cabelos longos e negros cobrindo o rosto) e isso pode ser bom ou ruim dependendo do gosto.

Resumindo, é um filme divertido de ver. Não foi nada maçante ou me deixou entediada, mas também não deu medo ou me surpreendeu.

Se Voo 7500 fosse um livro, seria um de mistério, onde algumas coisas não se encaixam e que acaba em um final que você não esperava, mas que não foi nada chocante.

Voo 7500 foi o primeiro filme onde tivemos o privilégio de receber ingressos da nossa parceira PlayArte. A ida ao cinema foi um pouco complicada visto a dificuldade de encontrar cinemas com o filme em exibição e quando encontrado ele só podia ser visto em um horário. Mas fora isso transcorreu tudo bem e logo estarei voltando ao cinema para O Expresso do Amanhã. Crítica em breve!

NOTA:

3 selinhos cabulosos pela poesia que embala a vida e desperta o amor! <3

Trailer:

Voo 7500
Nome original: 7500
Diretor: Takashi Shimizu (O Grito)
Roteirista: Craig Rosenberg
Estrelando: Leslie Bibb, Ryan Kwanten, Amy Smart
Nota no IMDB: 4,9/10

Curiosidades (contém SPOILERS):

  1. 7500 é o código aéreo para indicar sequestro.
  2. As aeronaves mais modernas – especialmente as que fazem rotas intercontinentais – têm uma sala de descanso para a tripulação, onde a mesma pode tirar sonecas em voos muito longos. Perfeita para esconder coisas dos passageiros, como um corpo, por exemplo.
  3. Ia ser lançado originalmente em Agosto de 2012.
  4. O enredo do filme é inspirado quase completamente no voo 522 da Helios Airways que devido a um erro em um botão usado para testar a pressão da cabine enquanto no chão, não conseguiu manter a pressão da cabine enquanto decolava. A tripulação e passageiros perderam a consciência e o piloto automático que levou o voo ao seu destino onde ficou voando em círculos. Um jato confirmou o estado de inconsciência de todos, mas disse ver uma aeromoça sinalizando da cabine que impediu o voo de cair por falta de combustível.
  5. O nome do filme era pra ser Voo 75.
  6. O fundo do menu de início tem nuvens que, se você olhar de perto, se assemelham a rostos gritando
  7. Quatro das principais atrizes estrelaram em filmes de terror antes deste. Amy Smart em Espelhos do Medo (2008). Jamie Chung em Pacto Secreto (2009). Scout Taylor-Compton no Halloween – O Início (2007). Leslie Bibb no Contos dos Dias das Bruxas (2007).