Inocência, escrito em 1872 pelo Visconde de Taunay é uma obra de temática regionalista que traz no próprio título uma homenagem à protagonista da trama, Inocência, filha de um homem de pensamento rígido, que não deixa ninguém se aproximar de sua filha, pois ela está prometida a um rapaz conhecido seu. O problema é que o viajante que o pai acolhe em sua casa se apaixona pela moça, e começa a padecer numa paixão proibida e sem a certeza de estar sendo ou não correspondido…
Confesso que no primeiro capítulo quase desisto do livro. Eu gosto de obras descritivas, mas esse se superou. Mas segui em frente e não me arrependi pois já no segundo capítulo a leitura começa a fluir muito melhor… Taunay descreve a paisagem onde a história é ambientada, Mato Grosso, mesclada com o romance de Inocência e Cirino. A narrativa é fluida, deixa o leitor tentado a ler o capítulo seguinte, até descobrir o desfecho da história.
O pai de Inocência acaba hospedando um ‘gringo’ e pelo comportamento lisonjeiro desse para com Inocência, logo fica desconfiado de Meyer, achando que ele está com más intenções para sua filha, e confessa sua desconfiança a Cirino, que aproveita essa oportunidade para cortejar a moça sem que a desconfiança do pai dela recaia sobre si. Pereira passa o tempo inteiro seguindo os passos de Meyer, que na sua ingenuidade, não percebe que o pai de Inocência está lhe observando irritado…
Meyer é naturalista e passa os dias à caça de espécies raras de borboletas, e o período em que passa hospedado na casa de Pereira é longo, Pereira já não sabe o que fazer para se conter e expulsar aquele homem ‘atrevido’ de seu lar, a ética lhe impede de botá-lo para fora se lhe deu acolhida por tempo indeterminado. Nesse ínterim, Inocência, que vinha adoentada vem se curando graças aos remédios prescritos por Cirino, que na verdade não é médico formado, mas uma espécie de curandeiro…
O que se pode perceber na obra é a maneira como as mulheres eram tratadas como se fossem propriedade do pai, em que o direito de escolher com quem casar lhe é negado. E uma ‘desonra’ ocorrendo na casa traria a morte, inclusive da própria Inocência, caso ela contestasse a decisão do pai de casá-la com Maneco, o tal noivo que estava longe e Pereira não via a hora de voltar para realizar o casamento e impedir que Meyer conquistasse sua filha… Mal sabia ele que os olhos dela estavam voltados para Cirino… O livro traduz bem a sociedade e costumes da época, numa pequena cidade de interior perdida no meio do Brasil… O desenrolar da história não pode ser contado pois seria spoiler… Não há muito mais a falar do livro, mas recomendo a leitura, não desistam por causa do capítulo Um. *risos*
Quem foi Visconde de Taunay?
Alfred d’ Escragnolle Taunay, nasceu no dia 22 de Fevereiro de 1843 na cidade do Rio de Janeiro. Foi memorialista, romancista, sociólogo, historiador e político, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.tendo criado a cadeira número 13, do qual Francisco Otaviano é patrono. De família nobre cresceu num ambiente repleto de privilégios e logo mostrou interesse nas Artes. Formado em Letras, cursou também Matemática e ingressou na Escola Militar. adotou o nome literário de Visconde de Taunay. Além de Inocência, escreveu também A retirada da Laguna, Narrativas militares, Ouro sobre azul, entre outros. Faleceu na cidade onde nasceu, em 25 de Janeiro de 1899…
NOTA:
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Autor: Visconde de Taunay
Origem: Brasileira
Editora: Escala
Ano: 2001
Páginas: 158
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![[Resenha] Lebre da Madrugada – Arthur Malvavisco Capa do livro. Ilustração com um fundo roxo. Em primeiro plano, uma lebre branca, ao redor dele, ocupando o restante da capa, diversos objetos, uma garrafa, duas flores distintas, uma pena escura, uma pinça, uma tesoura e uma faca com cabo estilizado. No topo, o título do livro em branco com fonte estilizada.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/LebreDaMadrugada-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] A cidade de bronze – S. A. Chakraborty Capa do livro. No fundo, um céu escuro, com alguns pontos luminosos no topo. Na base, uma perspectiva de horizonte com a silhueta de algumas construções em arquitetura árabe em dourado, e uma pessoa caminhando vista bem de longe. Do local dessa pessoa emana uma luz com labaredas amarelas que vão até o topo da capa avermelhando-se. No centro da capa uma mandala, e em primeiro plano o título do livro.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/ACidadeDeBronze-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] Olhos d’água – Conceição Evaristo Capa do livro. Ilustração do rosto de uma pessoa, mostrando apenas o olho, ocupando toda a capa, o olho é castanho, e a pele em tom marrom, tons azuis abaixo do olho mostram que a pessoa está chorando. O fundo é branco. No topo o nome da autora, e logo abaixo o título do livro em azul.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/OlhosDagua-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] Homens de armas – Terry Pratchett Capa do livro. Ilustração cartunesca em tom amarelado mostra um grupo de aventureiros medievais. No grupo faz parte uma guerreira que está a frente, seguida de um guerreiro, do outro lado um homem baixo carregando um machado, mais atras uma criatura semelhante a um ogro, do outro lado mais um guerreiro com machado e um pequeno dragão no ombro. Eles percorrem uma caverna. No topo, o nome do autor e título do livro. Na ponta superior direita, uma faixa com o texto "Discworld"](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/HomensDeArmas-Site-696-390.jpg)
![[Resenha] De Lukov, com amor – Mariana Zapata Capa do livro. Fundo com manchas brancas e azuis claras formando uma textura parecida com gelo. Ocupando toda a capa, um buque de rosas. Em primeiro plano, o titulo do livro ocupando toda a capa, e no centro o texto "Autora bestseller do New York Times e USA Today, Mariana Zapata"](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/08/DeLukov-Site-696-390.jpg)


