Sou o Príncipe Gato e não tenho nada a temer!
Edição: 1
Editora: Novo Século
ISBN: 9788542800425
Ano: 2013
Páginas: 384
Sinopse:
Concluída sua missão com a Ampulheta do Tempo, o Príncipe Gato é enviado de volta a Marshmallow. Empenhado em reparar os erros cometidos na cinzenta cidade de São Paulo, o felino mergulhará em uma lenda: a Flor-Cadáver. Misteriosos acontecimentos alarmam os marshmallianos; vilarejos vêm sendo atacados e o medo que ronda uma possível disputa entre Feiticeiros e Falcões-Peregrinos paira no ar. Todos se preparam para uma gigantesca batalha. Rivalidades antigas, romance, magia e disputas pelo poder estão presentes neste segundo volume, com uma pincelada de humor característica dos autores.
Análise:
Conheci o trabalho do Bento de Luca, pseudônimo dos autores Marcelo Siqueira e Gustavo Almeida, quando foi divulgado nos perfis dos usuários do Skoob, ao modo Crtl+C Crtl+V. Lá deixaram aquele recadinho com a sinopse e links, convidando-me para ler O Príncipe Gato e a Ampulheta do Tempo (Sinopse) que sairia pelo selo Novos Talentos da Editora Novo Século. Isso foi no final de 2011. Ganhei o livro um ano depois e digo, é o começo de uma bela aventura cheia de perigos, segredos e amizade, entre um humano, um gato e um rato, mas não é do sobre o primeiro livro que irei tratar aqui. Recentemente, terminei a leitura de O Príncipe Gato e a Flor-Cadáver e como está tudo fresquinho da minha memória resolvi compartilhar minhas impressões com vocês. Mas vamos primeiro a sinopse:
Concluída sua missão com a Ampulheta do Tempo, o Príncipe Gato é enviado de volta a Marshmallow. Empenhado em reparar os erros cometidos na cinzenta cidade de São Paulo, o felino mergulhará em uma lenda: a Flor-Cadáver. Misteriosos acontecimentos alarmam os marshmallianos; vilarejos vêm sendo atacados e o medo que ronda uma possível disputa entre Feiticeiros e Falcões-Peregrinos paira no ar. Todos se preparam para uma gigantesca batalha. Rivalidades antigas, romance, magia e disputas pelo poder estão presentes neste segundo volume, com uma pincelada de humor característica dos autores.
Nesse segundo livro, Bento de Luca conseguiu equilibrar o mesmo fluxo narrativo do livro anterior, temos uma linguagem simples, com um toque poético e uma boa dose de humor, característica especial do Príncipe Gato e outra nova personagem inserida na trama, Mapache, o guaxinim, ladrão de abóboras. Cada personagem ganha voz narrativa em primeira pessoa, eles passam a relatar ao leitor os acontecimentos sob seus pontos de vista. Vemos o sucesso dos autores quando cada personalidade é bem delineada e tem características próprias, que serviu muito bem à história que se propuseram contar.
O Príncipe Gato retorna a sua terra natal, Marshmallow, disposto a reparar um grande erro que cometera na sua jornada anterior, ao passo que descobre, mesmo tendo sucesso em sua missão, que sua terra ainda corre o grande risco de ser controlada pelos inimigos. O Príncipe se divide entre esses dois objetivos, então temos uma trama principal e subtrama. Em a Flor-Cadáver, encontramos um protagonista menos impulsivo e arrogante como em Ampulheta do Tempo, mas isso não quer dizer que tenha perdido sua “língua ferina”, principalmente quando brigava com Thomaz Mapache, de repente me via rindo de algum comentário dos dois. Gatos e guaxinins em Marshmallow não se toleram, se evitam mutuamente. Tipo elfos versus anões na mitologia Tolkienana.
“ — Espere, gato! Você tem razão! Talvez possamos fazer o primeiro acordo entre felinos e guaxinins de toda história de Marshmallow! O que acha? Poderia ficar entre nós, se preferir!
— Vai me chamar para jantar também? Presentear-me com biscoitos de leite? – ele falou, com um sorriso insuportável. — É, Thomaz, acho que podemos fazer isso sim! Mas confesso que é difícil confiar em você.”
Cap.: Pacto entre inimigos. Pag.:43
Além do relato do Príncipe Gato, durante o livro encontramos todo o humor egocêntrico de Thomaz Mapache, afinal das contas, ele pensa só nele mesmo e o resto que se dane. Porém durante seu trajeto é obrigado a tomar decisões que acabam moldando seu caráter, mesmo assim, isso não exclui uma piada fora de hora e uma boa gargalhada do leitor.
“ — Como isso é possível? — indaguei estupefato. — Era pra esse cavalinho de pau estar se estrebuchando agora no chão. Como pode estar todo serelepe e com essa cara de quem está prestes a encontrar a namorada atrás do arbusto?
— Credo, guaxinim. Vire essa boca pra lá — Kyra advertiu.”
Cap. O pacto se desfaz. Pág.: 210
Kyra, uma nobre gata guerreira, é inserida na aventura para consumar uma difícil tarefa. O dilema de levar seu objetivo a frente a persegue durante toda sua trajetória. Ela tem uma série de valores que precisam ser preservados para tonar-se líder do seu povo de felinas guerreiras e proteger Marshmallow de um triste fim. O leitor vai percebendo que, conforme vai sendo apresentado aos personagens, cada um tem seus próprios interesses e objetivos que no final acabam se encontrando promovendo um desfecho coerente para a trama.
“Não poderia esquecer que a liderança das felinas estava em jogo. Era minha última missão antes de assumir o posto. Não desapontaria Shava, nem mesmo minhas irmãs.”
Cap. Aproximação. Pág.: 181
O grande sábio Eleanor, um roedor (rato) habitante da cidade de São Paulo, estudioso, poliglota e exímio praticamente de artes marciais entra em cena quando acidentalmente faz sua passagem para Marshmallow e “aterrissa em solo inimigo”. Elenor, muito esperto, aproveita a situação e descobre as forças e fraquezas dos Feiticeiros, um povo da raça canina que deseja dominar aquelas terras usando magias obscuras.
“ — Interessante… Uma distância ainda maior do que as asas de um velho pássaro podem alcançar?
— Apenas se esse pássaro se acobertar no suposto conforto do comodismo. Para a mente aberta e visionária, o mundo não oferece barreiras intransponíveis. É possível voar por universos paralelos e além!
— Humm… Você é um rato um tanto quanto inteligente, meu caro. Gostei!”
Cap. Nas garras do pássaro. Pág.: 201
Vivendo uma vida pacata de jardineiro, Lian e seu amigo, Estanislau, o Lau, de repente se veem enrolados na causa de ajudar Marshmallow e claro, com outros interesses por trás disso. Lian é um fauno amigável, mas seu comportamento é um tanto neutro no núcleo que é inserido, o do Príncipe Gato, Mapache e Kyra. Ele busca alguma coisa, mas isso é revelado quando a aventura está muito adiantada. O fauno tem um amigo muito singular, um pônei raro, o último da sua raça, um pônei de pau, viciado em café! Há um mistério que ronda sua forma, mas isso não foi contado nesse livro, espero que no próximo os autores satisfaçam a curiosidade dos leitores.
“ — Vejo que estão admirados! — observou Lian.
— Ah, sim, absolutamente — concordou Thomaz, com um sorriso maldoso.
— Muito prazer, Estanislau! — eu cumprimentei.
— Olá, forasteiros! — Ele terminou de engolir algo, fez uma reverência e olhou incrédulo para o fauno. — Acabou o estoque de café! O que faremos?”
Cap. Jardim de Pelácias. Pág.: 69
Como vocês puderam notar, em O Príncipe Gato e a Flor-Cadáver temos arcos bem desenvolvidos, pontos de viradas de fazer o leitor roer as unhas chutando possibilidades, e tramas bem encaixadas que fecham ciclos do primeiro livro e abrem portas para o último da trilogia que já tem título: O Príncipe Gato e a Armada da Noite. O ritmo da leitura é gostoso, não há pressa desajeitada. O livro pode ser lido e relido por crianças, jovens e adultos. Aguardem muitas aventuras, magia, um toque de sombra e valores como cooperação, amizade e tolerância que são tratados de forma sutil e bem humorada, característica principal do estilo Bento de Luca.
Eu acredito no potencial dessa história, no belo trabalho e esforço dos autores que estão na luta por um espaço no mercado, na estante e no coração do leitor. Acompanho o crescimento deles, atualmente a fan page d’O Príncipe Gato tem 185 mil seguidores devido aos memes criativos que desenvolveram para divulgar o livro. O preço dos exemplares é bastante acessível, comprei a Flor-Cadáver pelo Submarino por R$14,65. Então, fique de olho na página deles e aproveite quando a oportunidade aparecer!
Agora, faço uma pergunta a vocês, caros leitores cabulosos:
Vocês acreditam no Príncipe Gato?
Nota:
Skoob – O Príncipe Gato e a Flor-Cadáver
E-mail: contato@oprincipegato.com







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