por Andrey Lehnemann
O amor começa das maneiras mais estranhas possíveis. Danilo e Leia, por exemplo, encontraram-se numa festa à fantasia. Ele de Cobain, ela de Winehouse. Uma união improvável que, no final das contas, acabou dando certo. Por seis meses.
Foi no aniversário de Leia.
– Diga a verdade, você não gostou do presente.
– Não é isso. É que parece que você só conhece uma coisa de mim.
– Mas, amor, é algo que me lembra do nosso primeiro encontro. O primeiro momento juntos.
– É que eu nem gosto dela.
O mundo de Danilo caiu. Havia tomado coragem de ir até Leia pela fantasia que ela vestia. Ela parecia indiferente ao que estava acontecendo ao redor. Esbanjava personalidade. Agora, além de tudo, a sua paixão à primeira vista havia sido uma mentira.
– Mas não é como se Cobain fosse seu artista favorito, né?!
– Claro que é. Não é o seu?
– Sempre preferi o Dave Grohl.
Terminaram no ato. Mascarar a personalidade, tudo bem, mas preferir Grohl ao Cobain já era abuso demais.
***
Já Alexandre e Mônica eram amigos há quatro anos. Talvez cinco. Nunca chegaram a um acordo. Foi num dia de chuva em que ele a levou para a casa e depois de entrarem para trocar as roupas acabaram trocando de relacionamentos. Ela deixou seu namorado; ele, a casa de seus pais. Nunca mais foram amigos, mas parecem se entender bem como casal.
