A maior invenção do último milênio

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Kit Kat branco

Por Andrey Lehnemann

Recentemente, eu estava lendo uma crônica de Luis Fernando Veríssimo e, como de costume, decidi raciocinar e dar os meus pitacos também sobre o assunto: qual foi a maior invenção do último milênio?

Segundo o Veríssimo, a escada rolante. Ele discorre que as grandes invenções não são as que saem do nada, mas as que trazem maneiras novas de usar o que já havia: “Já existia o vento, faltavam inventar a vela. Já existia o bolor do queijo, faltava transformá-lo em penicilina. E já existia a escada, bastava pô-la em movimento”. Afirmava, ainda, que se algum viajante do tempo viesse da antiguidade (!!) ficaria fascinado com a escada rolante. Seria, obviamente, de uma praticidade maravilhosa – e como o próprio aponta: “Com escadas rolantes facilitando o trânsito nos palácios, a antiguidade teria passado mais depressa, a Idade Moderna teria chegado antes, o Brasil teria sido descoberto há muito mais tempo e todos os nossos problemas já estariam resolvidos ― faltando só, provavelmente, a reforma agrária”.

Bem, pegando esse gancho, eu já acho que a grande invenção do último milênio foi o ar-condicionado. E Willis Carrier deveria ter um monumento no centro do mundo. Por quê? Ora, a temperatura certa pode render os melhores momentos. Transformar um dia insuportavelmente quente em um friozinho apaziguador. Pode manter o clima de um relacionamento confortável. Sem brigas:

– Amor, eu tive um dia terrível. E, para completar, há esse calor. Não sei mais o que faço. Aí chego em casa e…
– Calma, querida. Deixa eu colocar o ar em 21º.

Mas isso muda de tempos em tempos. Há quem diga que a internet é a melhor invenção. Até semana passada, para mim, era o Kit Kat branco.