A matéria foi publicada no Tolkien Brasil e pegou muitas pessoas de surpresa. Não o fato de que Stephenie Meyer que ficou mundialmente conhecida como a autora da saga Crepúsculo querer escrever outras coisas além de Crepúsculo, mas sua afirmação de estar “interessada em passar um tempo em outros universos, como a Terra-Média“.
Depois de se dedicar durante tanto tempo ao universo vampiresco que a levou a fama, seria quase um lugar-comum imaginar que Meyer gostaria de se aventurar em outros universos – como já noticiado aqui no LC, ela própria disse que estaria planejando continuar A Hospedeira que ganhou adaptação para os cinemas estreando no dia 29 de março deste ano.
A polêmica declaração aconteceu durante o lançamento do filme Austenland, onde Meyer atua como produtora. Sua afirmação de querer se aventurar no universo tolkeniano gerou/está gerando um burburinho desnecessário. Pois, ao
afirmar que gostaria de elaborar histórias suas dentro da Terra-Média, não significa necessariamente que ela irá produzir fanfics. Muito menos que hajam em seu possível livro personagens com nomes de Legolas ou Frodo… a meu ver, a autora de Crepúsculo pretende usar um universo já pronto para desenvolver sua narrativa, assim como o fez o Christopher Paolini com o Ciclo da Herança – saga Eragon como ficou conhecida no Brasil.
Para os leitores de Eragon, é palpável suas influências tolkenianas, principalmente quanto aos elfos. Paolini usou a mesma mitologia para desenvolver algo “novo” que é a lenda dos cavaleiros de dragão.
Outro ponto importante a se discutir é quanto ao talento da Meyer. Hoje muitos afirmam que Tolkien escreve de uma forma detalhista e, por isso, torna os seus livros cansativos/enfadonhos. O sr. Stephen King disse que, ela escreve mal, contudo fica a pergunta: escreve mal em que sentido? Onde está um exemplo disto? Um parágrafo? Retomando o exemplo do Tolkien, para a nova geração que é acostumada a uma leitura mais rápida, Tolkien escreve “mal”, certo? Errado! Da mesma forma que acho errado classificar a escrita da Meyer de ruim. Já li o primeiro livro da saga Crepúsculo e não vi nada de mais. É uma história simples – como pede um bom romance água-com-açúcar – mas que cumpre o seu propósito de levar a leitora as últimas páginas comprando o drama da Bella e do Edward. Ela atinge seu público igual ao Tolkien que atingiu/atinge seu público.
Não existem cânones na literatura, ou seja, não há realidades inalteradas, da mesma forma que a Stephenie Meyer recriou o mito vampírico, todos estão recriando este mito quando escrevem sobre ele. Se você, está lendo este texto e está escrevendo uma história sobre vampiros saiba que você está recriando o mito do vampiro, mesmo que afirme aos quatro ventos que seu vampiro é baseado no vampiro de Bram Stoker, se você não consegue incorporar o espírito do escritor do Drácula, então sinto muito avisá-lo que realmente seu vampiro só se baseia mesmo, mas jamais será o Drácula do Bram Stoker, pois somente ele poderia reproduzi-lo.
Logo, para encerrar este texto que já se tornou longo demais, para uma afirmação tão simplória da Meyer, o que ela fará é escrever a literatura da Stephenie Meyer e não a literatura do Tolkien, pois somente o Tolkien poderia escrever como ele.

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