[Resenha] Liberta-me de Tahere Mafi

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“Porém, o tempo está além de nossa compreensão finita. É interminável, existe fora de nós; não podemos ficar sem ele nem o perder de vista, nem achar uma forma de segurá-lo. O tempo continua mesmo quando não continuamos.”  Pag. 19

Liberta-me.inddAutores: Tahereh Mafi
Titulo: Liberta-me
ISBN: 9788581632353
Selo: NOVO CONCEITO
Ano: 2013
Edição: 1
Número de páginas: 448
Formato/Acabamento: 16x23x3,0
Peso: 0.56 kg
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: FANTASIA
Skoob
Sinopse

Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette.

Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor.

A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

Olá querido leitor! Antes de começar definitivamente esta resenha, preciso ressaltar que não irei delinear muito sobre a história, pois este é o segundo volume da trilogia distópica “Estilhaça-me” e não seria justo encher esta resenha de spoiler para os leitores que ainda não leram. Por isso, irei, apenas me deter na narrativa, impressões de leitura e diagramação. No entanto, antes de tudo, acho necessário escrever um pouco sobre o que se trata esta distopia para que você leitor tenha uma noção do que vai encontrar nos livros.

Em “Estilhaça-me”, primeiro volume desta saga, você conhece Juliette, que foi aprisionada pelo O Restabelecimento por possuir um poder incomum, poder este que está associado ao seu toque, pois ele é mortal. Toda e qualquer coisa viva que Juliette tocar, morre. Isolada e aprisionada a mais de 264 dias, ela recebe um companheiro de cela, o nome dele é Adam e começa a despertar sentimentos nunca antes permitidos por Juliette.

Neste primeiro volume que introduz a saga, a similaridade com as HQ’s do X-Men me incomodou bastante, já que Juliette possui os mesmo poderes da personagem “Vampira” que além de possuir um toque mortal também possui uma super-força. Outras semelhanças com os quadrinhos dos mutantes também ocorrem ao decorrer da trama. Quer saber mais? Leia a minha resenha sobre “Estilhaça-me”.

Porém, uma coisa sempre chamou minha atenção independentemente da história ser um tanto comum, a escrita da Tahereh Mafi é impressionante, incrível e incomum. É uma experiência impar ler algo escrito por ela. A autora não apenas descreves sentimentos, ela faz você incorporar toda sensibilidade e tristeza dos personagens. Ela também brinca com as cores e cheiros deixando sua leitura mais extasiante. Em vários momentos confesso que fiquei sem fôlego, completamente submergida pela sua exótica narrativa.

Além disso, a Tahereh Mafi demostra um conhecimento e domínio tão grande da escrita que brinca com a gramática como o trechinho abaixo.

“Não tenho um armário cheio de “hums” e elipses prontas para inserir no começo e no final de frases. Não sei como ser um verbo, um advérbio, nenhum tipo de adjetivo ou advérbio. Sou um substantivo do começo ao fim.” 

A escrita da Tahereh Mafi já é motivo suficiente para você deixar esta resenha de lado e mergulhar de cabeça em “Estilhaça-me” e “Liberta-me”, mas os personagens também vão fazer você se apaixonar por esta tríade distópica romântica. Juliette, Adam e Warner fazem o triângulo amoroso mais torturante que li. A autora faz o leitor duvidar e desejar tanto o bonzinho Adam como o maléfico  líder do Setor 45, porém redimido, Warner. Eu realmente não queria estar na pele de Juliette. Mentira, queria sim estar na pele de Juliette e poder dar um amasso no Warner e tirar uma casquinha no Adam. Mais a intenção da Tahereh Mafi é esta mesma, deixar o leitor fascinado tanto pelo provável mocinho, como pelo o vilão que encontrou a luz. E fica a dúvida, quem Juliette vai escolher? Eu já escolhi o meu.

No entanto, “Liberta-me” representa bem mais que apenas escolher qual o cara a mocinha tem que ficar, representa como Juliette vai encarar a guerra contra O Restabelecimento, como Juliette irá se libertar da imagem da personagem cheia de dúvida, que precisa ser salva, para uma personagem forte e decidida. Também representa as amarras que foram soltas da própria escrita da Tahereh Mafi que estava tão presa aos quadrinhos, mas que agora adquire forma própria para deixar o leitor impressionado com o lirismo de sua narrativa.

A edição da Novo Conceito está regular, senti em vários momento da leitura falta de algumas vírgulas, alguns parágrafos também apresentaram diferença no tamanha da fonte. Não entendi o desleixo na revisão de “Liberta-me”, já que a Novo Conceito raramente apresenta em seus livros falhas gramaticais ou erros bobos. Em contrapartida as letras são grandes com espaçamentos duplos bem distribuídos pela página. A escolha da capa igualmente não foi feliz. As capas americanas de longe, são bem mais bonitas, por isso, não sei o motivo da não escolha por parte da editora que não deu nenhuma explicação para os fãs da saga.

Tirando as garfes da editora, não existe motives para você não imergir de vez nesta trilogia vigorosa e emocionante, que definitivamente entrou na lista de melhor leitura de 2013 e de autor favorito. Agora é sua vez de ler, amar e se deliciar com “Liberte-me”. Boa leitura!

Nota:

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Assista o book trailer de “Estilhaça-me”

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