ENTREVISTA: Georgette Silen

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Saudações, caros leitores! Ontem publiquei a minha resenha de “Fábulas ao Anoitecer” (clique AQUI para lê-la) e agora trago a entrevista que a autora me concedeu. Conosco hoje, Georgette Silen!

Georgette Silen
Georgette Silen

Olá, Georgette! Essa é a primeira vez que lhe entrevisto, mas já espero que muitas outras oportunidades aconteçam. Quero dizer que você está entre amigos, logo pode ficar relaxada e sentir-se à vontade nas respostas… vamos às perguntas?

Olá Ednelson, tudo bem? E olá a toda equipe e aos seguidores do blog! Eu já me sinto entre amigos aqui, e é um prazer fazer essa entrevista. E quando tivermos uma nova oportunidade, fique a vontade ta? Bora conversar? ^^

1 – Como surgiu a sua vontade em escrever? Pode nos descrever como foi seu contato com os livros?

O primeiro contato que tive com os livros foi num antigo supermercado da minha cidade. Ele tinha um expositor pequeno de livros com capa dura, com efeitos de 3D antigos, e eu disse a minha mãe que queria um. Ela me comprou Os Três Porquinhos e leu a história toda para mim dentro do carro, porque eu ainda não era alfabetizada.

Então esse livro acabou virando meu xodó. Eu memorizei a história e a juntava com as imagens. Ficava “lendo” o livro em toda a parte e para qualquer pessoa que quisesse ouvir.

Depois disso, quando comecei a estudar, eu era sempre requisitada para escrever peças de teatro, contos para concursos estudantis, crônicas e matérias de jornais escolares. E os professores viam o meu interesse pela leitura e me davam livros de presente. Vale ressaltar que, naquele tempo, o livro custava muitooooo mais caro do que hoje. Se as pessoas reclamam dos preços atuais, deviam ter visto aqueles tempos. Então, ganhar livros era um privilégio para poucos, assim como dar livros também. Guardo muitos deles comigo até hoje, com muito carinho.

Quando comecei a fazer teatro amador, eu escrevia os roteiros e peças, e depois disso tomei gosto por escrever narrativas. E como a fantasia sempre foi meu estilo favorito de leitura e escrita, não foi difícil seguir por esse gênero, que tanta alegria tem me trazido.

2 –Como surgiu a ideia para “Fábulas ao Anoitecer”?

Antes de existir o “Fábulas ao Anoitecer”, existia uma pasta no meu computador chamada “Histórias ao Cair da Noite”. Nela havia 33 contos escritos ao longo de 2 anos e todos eles tinham momentos cruciais à noite. Quando comecei meus primeiros contatos com a Giz Editorial, eu apresentei esse material na íntegra. E como toda editora séria e competente em seu trabalho, ela analisou todo o material e sugeriu que usássemos apenas alguns contos nesse primeiro livro e deixássemos os outros para volumes posteriores. No Fábulas ao Anoitecer foram agrupados os contos que tratavam de temas diversos, como FC, Fantasia, Midlepunk, mitologia, contos maravilhosos recontados, todos com uma pegada voltada ao sentimento que se tem ao contar e ler histórias à noite.

Foi um trabalho criterioso da editora em auxiliar na melhora de um original, consciente e criativo, que provou ter bons resultados junto ao leitor. O Fábulas ao Anoitecer já é adotado em escolas, foi debatido em salas de aula universitárias de formação de pedagogos e alguns contos usados em provas de português de colégios. É um retorno e tanto para mim, como autora, ver o alcance que se tem com um trabalho tão bem estudado e planejado em equipe.

3 –Entre os contos dessa coletânea, há algum pelo qual você tenha mais afeição? Algum deles foi mais difícil de escrever?

Nossa, eu tenho afeição por todos eles, rsrsrsrs. Cada um foi escrito em um determinado momento, então fala à minha alma com aquela sensação de lembranças gostosas.

Eu tenho um carinho especial pelo O Anel e a Pérola Solitária, porque quando o escrevi eu me inspirei na minha filha, no jeitinho dela de lidar com suas fantasias.

Também tenho carinho pelo A Folha em Branco, justamente por retratar um momento tão complicado na vida de um escritor, a tênue linha que o separa do real e do fantástico. É como um limiar. Um divisor de águas.

Eu curto muito as aventuras épicas de Uma Quase Tragédia Grega, bem no estilo Percy Jackson, com suas reviravoltas e hormônios adolescentes.

Bem, e por último, para não alongar essa entrevista, se não eu vou falar de todos os contos, meu carinho pelo A Menina dos Fósforos, pois remete a Andersen. E Andersen pra mim sempre foi tudo…

O mais difícil de escrever? Vejamos… Acho que a linguagem usada em A Princesa de Mangaleão exigiu mais de mim, pois foge ao estilo que eu estou acostumada. É quase uma prosa poética, apenas para comparação distante. Ele tem um jeito simples, mas por trás de toda simplicidade sempre existem muitas horas de estudo para se chegar a esse equilíbrio.

4 – O que você achou do resultado final? (Unir as ilustrações do Walter Tierno e os seus textos)

A primeira edição do Fábulas ao Anoitecer não era ilustrada. O Walter Tierno havia feito apenas a capa. E o livro foi muito bem recebido pelo público. Então o próprio Walter sugeriu ilustrar as histórias do livro e a editora conversou comigo a respeito. Claro que topei na hora!

Quando nos encontramos em São Paulo e eu vi as primeiras ilustrações em tamanho A4, todas a nanquim, eu babei. Literalmente.

Aquilo me trouxe de volta uma antiga sensação vivida: eu cresci lendo livros da série Vaga-lume. E enquanto leitora e sonhadora em ser escritora eu pensava: “Puxa, deve ser o máximo para um autor ver seu livro ilustrado assim”, pois os livros da Vaga-lume têm ilustrações.

E ao ver o Fábulas ao Anoitecer ilustrado pela primeira vez, impresso, lindo e com aqueles desenhos maravilhosos, eu só não chorei porque fiquei com vergonha de fazer isso na frente da minha editora e da equipe da Giz, rsrsr. Deixei para chorar mais tarde, no ônibus de volta para a minha cidade.

Era uma das poucas vezes em que um sonho antigo, despretensioso, daqueles que você pensa em uma tarde de chuva lendo um livro na adolescência, e que acha pouco provável de acontecer, tornou-se realidade. É muito mais do que eu havia sonhado para mim.

E eu agradeço muito ao Walter Tierno por ajudar a tornar isso real.

5 –Alguns dos contos tem a possibilidade de ser ampliado em um romance?

Sim, com certeza. A Princesa de Mangaleão é um deles, assim como A Senhora do Lago e Uma Quase Tragédia Grega. Esses estão na minha pauta de romances juvenis para o futuro.

6 –Nos contos você fala de muitas lendas e mitos, gostaria de saber qual a lenda ou mito que você mais gosta e o motivo.

Eu adoro as histórias do ciclo Arthuriano. Cresci lendo aventuras do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Busquei por livros que falassem sobre isso a vida toda, assisti filmes, li HQs sobre o tema. Histórias de cavaleiros e seres encantados sempre me fascinaram. E hoje me arrisco a escrever sobre os temas de Arthur, mas dando uma roupagem diferente, como você viu em A Senhora do Lago. Aliás, o nome desse conto foi uma homenagem aos livros de Marion Zimmer Bradlley, minha inspiração como autora, que escreveu uma das séries mais lindas de todos os tempos: As Brumas de Avalon.

Quando eu crescer, quero ser uma escritora como ela. ^^

7 –Como a fantasia é importante para você?

Quando somos crianças, a fantasia é algo natural. Acordamos, respiramos e dormimos fantasia. Hoje, olhando para trás, eu vejo o quanto foi importante sonhar e fantasiar, e o melhor: não deixar que essas fantasias morressem com a chegada da vida adulta.

A fantasia de hoje é aquela que me move a teclar horas a fio para produzir histórias, criar mundos, moldar personagens tão reais e ao meso tempo tão fantásticos que acabam habitando a cabeça das pessoas.

Fantasia para um autor é isso: é deixar pedacinhos de você pelo caminho, esperando que alguém siga a trilha que conduz a uma nova realidade mágica.

8 – Você pode nos falar um pouco de seus futuros projetos? Só para deixar os leitores curiosos.

Claro!

Bem, de imediato eu tenho trabalhado, junto com a Giz Editorial, na reedição do livro Lázarus e na publicação da continuação dele, Panaceia, uma série de romances sobrenaturais com vampiros e outras criaturas. E adianto: está ficando maravilhoso! Os leitores não irão se arrepender pela espera, eu prometo.

Também estou dando toques finais no “Fábulas de Medo e Susto”, que segue a linha do Fábulas ao Anoitecer, mas que dessa vez vai abordar apenas histórias de terror, daquelas de arrepiar os cabelos e não conseguir dormir.

Para 2013 eu estou finalizando mais um livro de As Crônicas de Kira, onde a guerreira amazona vai enfrentar novas aventuras em busca das pedras sagradas do Totem de Hisipan.

E em 2013 estarei finalizando o “Projeto Secreto”. Para quem me acompanha no facebook e twiter, sabe que eu falo muito dele. O “Projeto Secreto” está sendo desenvolvido em parceria com uma grande escritora, uma pessoa com quem tenho aprendido muito, e que está me levando a uma jornada fantástica pelos mistérios orientais. Mais do que isso, eu não posso contar agora, mas sei que os leitores irão amar.

E em antologias que organizo, acabei de anunciar a chamada de submissão para a coletânea Daemonicus – Histórias Fantásticas de Demônios, da Editora Literata, que estará aceitando contos até dia 20 de abril de 2013.

9 – Agora, dou espaço para você falar algo, caso queira.

Aos queridos seguidores do Leitor Cabuloso, ao Ed e a equipe maravilhosa do blog, só tenho a agradecer pelo espaço para esse bate papo. Vocês me receberam aqui com muito carinho, e espero ter contribuído à altura. Saibam que essa escritora gosta e muito de papear, do contato com as pessoas e adora receber e-mails e recados, sempre respondo a todos. Nada me deixa mais contente que o contato e carinho do leitor.

Então, para quem quiser falar comigo, meus contatos são:

E-mail: missgette@yahoo.com.br
Twiter: @georgettesilen
Facebook: faceboook.com/georgettesilen.silen
Fan page: https://www.facebook.com/GeorgetteSilenFans
Blog: http://georgettesilen.blogspot.com

Agradeço por ceder esta entrevista ao Leitor Cabuloso! Sempre conte com o nosso apoio. Muito sucesso em sua vida 😉

Valeu, galera! Vida longa e próspera ao Leitor Cabuloso 😉