RESENHA: “OS SETE SELOS” DA LUIZA SALAZAR

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Capa de "OS SETE SELOS"
Capa de “OS SETE SELOS”

Lara Carver é uma jovem de 21 anos que trabalha para a Agência, um local especializado em estudar, localizar e conter fenômenos paranormais. Um evento inesperado tira Lara do conforto da Agência em Londres e a leva para Paris, onde ela descobre que uma força muito além de qualquer coisa que a Agência já enfrentou assolou a cidade à procura de um artefato milenar.

Lara precisa se unir então a um velho amigo e ex-agente, Jason e a um demônio, Lucius, inimigo declarado de Lara desde sua infância, para descobrir quem está atrás do artefato e porque ele é tão importante.

No entanto, a jornada de Lara vai lhe mostrar coisas que ela jamais esperava: sobre perigo, amor, amizade e acima de tudo, sobre os estranhos e poderosos segredos do seu próprio passado.

Olá Ouvintes Leitores! Vou iniciar este resenha avisando logo que não sei se achei “OS SETE SELOS” da Luiza Salazar e Editora Underworld um livro razoavelmente bom ou razoavelmente não muito bom. A história em sim é bem criativa, já que falar de uma batalha entre anjos, humanos e demônios é um tema que eu gosto bastante e que eu só tinha visto e lido nos mangás. Logo ver uma autora brasileira escrevendo sobre este assunto me deixou muito feliz.

A história gira em torna da personagem Lara, que trabalha para uma organização chamada de a AGÊNCIA que é especializada em observar, investigar e eventualmente eliminar fenômenos que vão além do alcance de polícia comum. É claro que a função da nossa heroína é do trabalho de capo, ou seja, o de eliminar estes fenômenos sobrenaturais.

Em um dia comum de trabalho quando cumpria mais uma suspensão que ela não via a hora que terminasse, Lara é chamada para finalmente entrar em ação e descobrir o que atacou e matou o Bispo Claude, um dos maiores apoiadores da agencia em Paris. O mais estranho neste caso é que as manifestações raramente quando acontecem deixam uma vítima. O que faz a morte o bispo mais estranha e misteriosa.

Além de Lara, uma das melhores agentes, o seu chefe chama também para o caso um demônio chamado Lucius o que desagrada bastante nossa protagonista, já que algo drástico do seu passado está relacionado a ele.

Com a descoberta que não foi um fantasma ou demônio que assassinou o bispo e sim um anjo, Lara inicia uma jornada junto com o odiado Lucius e um ex- agente Jason em busca de muito mais do que a descoberta de um simples assassinato, mais sim dos motivos que fizeram os anjos sujarem suas mãos e retomarem uma batalha entre o céu e o inferno onde a raça humana poderá ser destruída.

Apesar de está bem empolgada com a leitura, pois, a história de uma batalha celestial prometia, comecei a sentir que não serie tão animadora como tinha imaginado. Primeiro, a escrita da autora peca no excesso do pronome “Ela” em suas frases. Não foi difícil encontrar um paragrafo de apenas 3 linhas ser recheados deste pronome, deixando a leitura um pouco travada. Vou dar um exemplo com este pequeno trecho do livro.

“Os pulsos de Lara cerraram-se com tanta força que ela achou que suas unhas fossem cortar a pele das mãos. Ela se levantou de um só movimento e quando sua voz saiu ela parecia estar engasgada”.

Pag. 19

Agora refaçam esta frase sem tantos “ela”. Viu como ficou mais fluida? A autora não excede só no pronome “ela” como também na repetição do próprio nome da personagem “Lara”. Mas, isso poderia ter sido resolvido com um simples pronome oculto e um bom trabalho de revisão. O que não aconteceu infelizmente. Outros erros como de conjugação, frases sem sentido e troca de nomes de personagem foram erros corriqueiros durante toda leitura.

No entanto, um que mais chamou minha atenção, foi a inconsistência da idade da própria heroína na história. Na sinopse atrás do livro afirma que ela tem vinte e um anos, mas o anjo Gabriel fala em certo momento para a personagem a seguinte frase:

“… Eu poderia listar muitas coisas, mas não tenho que provar nada. Você conviveu com eles (os humanos) durante vinte e três anos”.

Pag. 266

Duas páginas seguintes o personagem Jason fala para Lara.

“ – Você tem vinte e cinco anos na certidão humana, Lara”.

Pag. 269

Confesso que realmente este fato da idade da Lara me deixou bastante confusa, já que você não consegue saber quantos anos realmente a personagem tem. Algo que depois pode passar batido, por motivos que não posso dizer, mas a autora deveria para mim, ter fixado uma idade para que ela própria pudesse trabalhar no livro. Pois, quando Lara reencontra o Jason ele estava desaparecido a oito anos e os dois tiveram um relacionamento. Mas se formos levar ao pé da letra, se ela tinha vinte e um anos como na sinopse, então eles namoram aos 13 anos? Muita novinha não acha?! Mas se ela tiver vinte e três anos o relacionamento começou quando ela tinha 15 anos. Melhorou. Mas, eles só se conheceram quando Lara entrou na Agencia, ou seja, com 16 anos. Então a idade mais plausível seria realmente vinte e cinco. Quer dizer não posso afirmar nada, apenas deduzir algo que realmente não ficou claro.

Por isso, volto a bater na mesma tecla. O livro possui sim vários erros de revisão, tanto por parte da editora que deveria ter visto as falhas no texto como também da própria escritora. Sim caro leitor, acho que a Luiza Salazar deveria ter sim revisado seu livros antes de entregar a UnderWorld. Nem todas as falhas que existe no livro são culpa apenas da editora mais sim também da escritora.

Mas Serena tem ponto positivo? Claro leitor, a narrativa da Luiza Salazar apesar do excesso de pronome ele(a) como já falei no início desta resenha, flui apesar de tudo. É uma narrativa simples, que usa boas senas de ação com batalhas bem descritas. Acho que a escritora tirou muita referencia de certas lutas dos animes e mangás, pois quando lia só me via a mente imagens em forma de quadrinhos. Ponto positivo para “OS SETE SELOS”.

Algo que também gostei foi do personagem Lucius um dos melhores da trama no meu ponto de vista. Em certos momentos a autora deveria ter desenvolvido melhor o relacionamento do casal, pois, para mim as partes mais interessantes e gostosas de ler era a revelação pouco, a pouco dos sentimentos de Lucius em relação a Lara e vise e versa.

Outro ponto positivo é a própria trama envolvida nesta batalha apocalíptica criada pela escritora. Em certos momentos pude perceber como deve ter sido trabalhosa toda a pesquisa que a Luiza Salazar teve para elaborar sua mitologia. Criar sua própria visão do inferno, purgatório e do céu não deve ter sido fácil. E os próprios anjos e demônios com seus poderes, magias e peculiaridades não saem por menos. E não se surpreenda se você terminar o livro gostando mais dos demônios que dos anjos.

Não posso esquecer também de ressaltar o talento que a Luiza Salazar possui, apesar de alguns furos na trama e um final bastante abrupto, vejo um grande potencial nesta escritora brasileira que nos deve presentear daqui para frente com obras melhores e mais elaboradas, pois capacidade criativa é que não falta.

Sendo assim, finalizando esta resenha, dando de um a cinco, a nota de três selinhos cabulosos pelo conjunto da obra, elevando o livro “OS SETE SELOS” a categoria de leitura FODINHA.

NOTA:

Avalaciação: FODINHA!!!

Trechinhos que a Serena adorou!

“ – Deixe-me entender bem. Você vai mandar um… demônio, um ex-agente que, devo dizer foi expulso por motivos mais do que excelentes e uma Agente de reputação duvidosa para investigar um assunto que, segundo você mesmo, é um problema sério? Eu não entendi a brincadeira.

– Ninguém está rindo amigo. – era Lucius que falava”.

Pag. 54

“ – Lucius. – era Nick quem falava. Ele tinha um tom de um professor impaciente com alunos que não param de atirar bolinhos de papel. – Troque estas roupas. E por Deus, prenda esse cabelo!

– Por Deus não. Mas por você, tudo bem Nicholas”.

Pag. 55

“ – Bem, quando é o próximo voo para a Rússia?

– Ah Deus!

– Porque vocês continuam falando o nome dele? Acreditem em mim, Ele não vai ajudar agora. Na verdade, eu espero que Ele não atrapalhe”.

Pag. 55